As relações acadêmicas de produção na pós-graduação em administração no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pegino, Paulo Marcelo Ferraresi
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10438/11851
Resumo: A presente tese pretende contribuir criticamente para o entendimento das intrincadas relações existentes entre o Estado, o capital e a produção acadêmica. Para isso, se propôs a interpretar as relações acadêmicas de produção na pós-graduação em Administração no Brasil articulando-as com categorias analíticas mais amplas, delineadas de forma a fornecer um quadro, ao fundo, da economia-política. O pressuposto de que a atual intensificação dos ritmos de produção acadêmica contrasta com um passado – idealizado – de ciência contemplativa precisou ser confrontado com o desenvolvimento histórico da educação superior e da pós-graduação no país objetivando-se demover certas mitificações do debate. O Estado, em sua versão reformada a partir do ideário friedmaniano, o conceito de capital monopolista e a teoria do processo de trabalho forneceram suporte teórico-metodológico – e empírico – para a interpretação do quadro político-econômico proposto. Para a passagem do geral para o particular – das conexões entre o Estado e o capital à produção acadêmica – recorreu-se à coleta de dados em duas frentes: (i) analisou-se a produção acadêmica de todos os 168 pesquisadores-doutores bolsistas (até março de 2014) em Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq na área de Administração e (ii) realizou-se entrevistas em profundidade com pesquisadores-doutores e doutorandos dos mais variados programas de pós-graduação em Administração do país. Os resultados foram inquietantes: verificou-se que está em curso um processo de intensificação da incorporação da mão-de-obra formada por alunos-orientandos às estruturas pedagógico-produtivas dos cursos de pós-graduação. Os orientandos respondem pela parcela mais substantiva do total da produção acadêmica, enquanto que os processos de trabalho aprofundam re-significações das atribuições dos cursos de pós-graduação e intensificam a divisão do trabalho, com impactos diversos nas relações entre os sujeitos da pós-graduação. Quando se procede ao movimento analítico inverso – das relações no interior da pós-graduação em Administração no Brasil para o quadro da economia-política posicionado ao fundo – observa-se que o Estado (principalmente através da CAPES e do CNPq) e o mercado capitalista acadêmico (tendendo a poucas empresas de capital monopolista) acrescentam determinações fundamentais às relações acadêmicas de produção. Índices de avaliação baseados em métricas de contabilidade da pesquisa se legitimam como monopólios epistemológicos da qualidade e se institucionalizam pelas ações coordenadas da CAPES e do CNPq no conjunto do sistema oficial de pós-graduação. Metas de produção são estabelecidas e re-significadas pelos sujeitos. No limite, define-se até mesmo o tipo de ciência que se produz na área. Conclui-se que a resistência aos atuais padrões intensificados de produção acadêmica passa pelo entendimento crítico de todas essas relações que se costuram e se estruturam no interior da pós-graduação.
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spelling Pegino, Paulo Marcelo FerraresiEscolas::EAESPPaiva, Ely LaureanoTonelli, Maria JoséXavier, Wescley SilvaMendes, Ariston AzevêdoSilveira, Rafael Alcadipani da2014-06-30T16:36:20Z2014-06-30T16:36:20Z2014-07-16PEGINO, Paulo Marcelo Ferraresi. As relações acadêmicas de produção na pós-graduação em administração no Brasil. Tese (Doutorado em Administração de Empresas) - FGV - Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2014.http://hdl.handle.net/10438/11851A presente tese pretende contribuir criticamente para o entendimento das intrincadas relações existentes entre o Estado, o capital e a produção acadêmica. Para isso, se propôs a interpretar as relações acadêmicas de produção na pós-graduação em Administração no Brasil articulando-as com categorias analíticas mais amplas, delineadas de forma a fornecer um quadro, ao fundo, da economia-política. O pressuposto de que a atual intensificação dos ritmos de produção acadêmica contrasta com um passado – idealizado – de ciência contemplativa precisou ser confrontado com o desenvolvimento histórico da educação superior e da pós-graduação no país objetivando-se demover certas mitificações do debate. O Estado, em sua versão reformada a partir do ideário friedmaniano, o conceito de capital monopolista e a teoria do processo de trabalho forneceram suporte teórico-metodológico – e empírico – para a interpretação do quadro político-econômico proposto. Para a passagem do geral para o particular – das conexões entre o Estado e o capital à produção acadêmica – recorreu-se à coleta de dados em duas frentes: (i) analisou-se a produção acadêmica de todos os 168 pesquisadores-doutores bolsistas (até março de 2014) em Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq na área de Administração e (ii) realizou-se entrevistas em profundidade com pesquisadores-doutores e doutorandos dos mais variados programas de pós-graduação em Administração do país. Os resultados foram inquietantes: verificou-se que está em curso um processo de intensificação da incorporação da mão-de-obra formada por alunos-orientandos às estruturas pedagógico-produtivas dos cursos de pós-graduação. Os orientandos respondem pela parcela mais substantiva do total da produção acadêmica, enquanto que os processos de trabalho aprofundam re-significações das atribuições dos cursos de pós-graduação e intensificam a divisão do trabalho, com impactos diversos nas relações entre os sujeitos da pós-graduação. Quando se procede ao movimento analítico inverso – das relações no interior da pós-graduação em Administração no Brasil para o quadro da economia-política posicionado ao fundo – observa-se que o Estado (principalmente através da CAPES e do CNPq) e o mercado capitalista acadêmico (tendendo a poucas empresas de capital monopolista) acrescentam determinações fundamentais às relações acadêmicas de produção. Índices de avaliação baseados em métricas de contabilidade da pesquisa se legitimam como monopólios epistemológicos da qualidade e se institucionalizam pelas ações coordenadas da CAPES e do CNPq no conjunto do sistema oficial de pós-graduação. Metas de produção são estabelecidas e re-significadas pelos sujeitos. No limite, define-se até mesmo o tipo de ciência que se produz na área. Conclui-se que a resistência aos atuais padrões intensificados de produção acadêmica passa pelo entendimento crítico de todas essas relações que se costuram e se estruturam no interior da pós-graduação.L’objectif de ce travail est celui de faire une contribution critique pour la compréhension des complexes relations concernant l’État, le capital et la production académique. Pour toucher son but, elle s’est proposé à interpréter les relations académiques de production de connaissances aux niveaux du Master et du Doctorat (Le troisième niveau) dans les domaines de l’Administration au Brésil, en les articulant avec des catégories analytiques plus amples, définies de manière à fournir un tableau de fond où figure l’économie-politique. Ayant pour but construire un débat démythifié, il a fallu confronter la prémisse de l’intensification des rythmes de production académique actuels face à un passé – idéal – de science contemplative en montrant le développement historique de l’éducation de niveau supérieur et des programmes de Master et Doctorat au Brésil. L´état, reformulée à partir des idées friedmaniennes, le concept de capitalisme de monopole et la théorie du processus de travail ont fourni les soutiens théorique-méthodologiques – bien comme l’empirique – pour l’interprétation du tableau politique-économique proposé. Pour réaliser la transition du plan général au particulier – c’est-à-dire des connections entre l’État et le capital à la production académique – on a travaillé sur deux fronts : (i) l’analyse de la production académique de tous les 168 chercheurs boursiers de Productivité en Recherche (PQ) du CNPq (Conseil National pour le Développement Scientifique et Technologique) dans le domaine d’Administration (jusqu’à mars 2014) et (ii) des enquêtes en profondeur avec des chercheurs docteurs et doctorants des nombreux programmes en Master et Doctorat du Brésil. Les résultats furent inquiétants : l’incorporation et l’intensification de la main d’œuvre des élèves aux structures pédagogiques-productives des cours de Master et Doctorat sont un processus en plein cours. Les élèves répondent pour la plus grande partie de la production académique tandis que les processus de travail approfondissent des re-significations des attributions des cours de troisième niveau et intensifient la division du travail. Cette situation est responsable de créer des différents impacts dans les relations des sujets impliqués. Ayant comme point de partie les relations à l’intérieur du troisième niveau en Administration au Brésil pour accéder le tableau général de l’économie-politique du fond - un mouvement analytique à l’envers – on observe que l’État (surtout via les agences de soutien CAPES et CNPq) et le marché capitaliste académique (qui tend à un nombre restrictif d’entreprises monopolistiques) ajoutent des déterminations fondamentales aux relations académiques de productions. On y légitime des indices d’évaluation fondés dans la mesure comptable de recherche en tant que monopoles épistémologiques de la qualité, en s’y institutionnalisant par l’action coordonné des agences CAPES et CNPq dans l’ensemble du système officiel du troisième niveau. Dans ce scénario, des cibles de production sont établis et re-signifiés par les sujets et, à l’extrême, même le genre de science produite dans le domaine est défini. C’est donc qu’on conclure que la résistance aux actuels niveaux de production académique passe par la compréhension critique des relations qui se structurent et s’épissent à l’intérieur des programmes de Master et Doctorat.The focus of this thesis is on academic relations of productions and its impacts on academic research in Management/Business Administration in Brazil. More specifically, this thesis aims to response how the academic relations of productions is constructed in Brazilian postgraduate programs in Management. The general hypothesis states that the intensification of academic work in terms of increased level of academic research and publications are linked to exploitation of mentee labor. To accomplish this purpose and verify this hypothesis, this work was constructed as follow: first, (i) we described and analyzed the historical development of higher education and (post)graduate education in Brazil. The purpose was to 'demythify' the idea that the current degradation of academic labor process conditions results from a conflict between the traditional/contemplative science and the modern/rational science. Instead, we argue that the specific and tortuous development of higher education and (post)graduate in Brazil was constructed in pragmatic basis, which was concerned – since the beginning – in supplying skilled labor for the state bureaucracy and the private sector; second, (ii) we analyzed the general relationship between state, capital and labor within labor process theory (LPT) and monopoly capital framework as well as the neoliberal paradigm and its impacts on higher education and (post)graduate policies in Brazil. The world academic market is characterized as a monopolistic market in which few large corporations own most journals, databases and quality metrics with direct impacts on the type and conditions of production and distribution of the knowledge. From the neoliberal agenda, the investments in Brazilian education programs as a whole – including science & technology – are affected and decreased while the amount of GDP spent in debt service (external debt) rapidly increased; third, (iii) taking into account the last 5 years, the academic publishing performance of all 168 CNPq Fellows (the National Council for Scientific and Technological Development) in the Management/Business Administration field was analyzed in terms of total production, co-authorship and impact factor. The results were disturbing: large volume of productivity are only achieved through intensive exploitation of mentee labor; finally, (iv) through a representative survey of 27 PhD students and senior researchers, in-depth interviews were conducted, and the academic labor process of Management/Business Administration (post)graduate were interpreted and analyzed. The findings allowed us to understanding the complex interaction between academic work and academic relations of productions. The more these relations – e.g. the State, large firms, PhD programs and researchers themselves – push for high levels of productions, the more mentor-mentee relations become a paper-oriented relation. Finally, we conclude that the resistance to the current degradation of academic work implies in understanding the academic relations of production from a critical perspective.porAdministraçãoPós-graduaçãoProdução acadêmicaProdução científicaAdministração de empresasAdministração de empresasAdministração de empresas - Estudo e ensinoEnsino superior - BrasilPós-graduação - BrasilPublicações científicas - BrasilAs relações acadêmicas de produção na pós-graduação em administração no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas (FGV)instacron:FGVinfo:eu-repo/semantics/openAccessORIGINALTESE Paulo Ferraresi Pegino.pdfTESE Paulo Ferraresi Pegino.pdfapplication/pdf8144991https://repositorio.fgv.br/bitstreams/e6cca036-ff7f-4a5a-8b27-81f660788bc1/download565b64b77280fd9804f2fca418cf00a6MD55LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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Produção acadêmica
Produção científica
Administração de empresas
Administração de empresas
Administração de empresas - Estudo e ensino
Ensino superior - Brasil
Pós-graduação - Brasil
Publicações científicas - Brasil
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Administração de empresas - Estudo e ensino
Ensino superior - Brasil
Pós-graduação - Brasil
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description A presente tese pretende contribuir criticamente para o entendimento das intrincadas relações existentes entre o Estado, o capital e a produção acadêmica. Para isso, se propôs a interpretar as relações acadêmicas de produção na pós-graduação em Administração no Brasil articulando-as com categorias analíticas mais amplas, delineadas de forma a fornecer um quadro, ao fundo, da economia-política. O pressuposto de que a atual intensificação dos ritmos de produção acadêmica contrasta com um passado – idealizado – de ciência contemplativa precisou ser confrontado com o desenvolvimento histórico da educação superior e da pós-graduação no país objetivando-se demover certas mitificações do debate. O Estado, em sua versão reformada a partir do ideário friedmaniano, o conceito de capital monopolista e a teoria do processo de trabalho forneceram suporte teórico-metodológico – e empírico – para a interpretação do quadro político-econômico proposto. Para a passagem do geral para o particular – das conexões entre o Estado e o capital à produção acadêmica – recorreu-se à coleta de dados em duas frentes: (i) analisou-se a produção acadêmica de todos os 168 pesquisadores-doutores bolsistas (até março de 2014) em Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq na área de Administração e (ii) realizou-se entrevistas em profundidade com pesquisadores-doutores e doutorandos dos mais variados programas de pós-graduação em Administração do país. Os resultados foram inquietantes: verificou-se que está em curso um processo de intensificação da incorporação da mão-de-obra formada por alunos-orientandos às estruturas pedagógico-produtivas dos cursos de pós-graduação. Os orientandos respondem pela parcela mais substantiva do total da produção acadêmica, enquanto que os processos de trabalho aprofundam re-significações das atribuições dos cursos de pós-graduação e intensificam a divisão do trabalho, com impactos diversos nas relações entre os sujeitos da pós-graduação. Quando se procede ao movimento analítico inverso – das relações no interior da pós-graduação em Administração no Brasil para o quadro da economia-política posicionado ao fundo – observa-se que o Estado (principalmente através da CAPES e do CNPq) e o mercado capitalista acadêmico (tendendo a poucas empresas de capital monopolista) acrescentam determinações fundamentais às relações acadêmicas de produção. Índices de avaliação baseados em métricas de contabilidade da pesquisa se legitimam como monopólios epistemológicos da qualidade e se institucionalizam pelas ações coordenadas da CAPES e do CNPq no conjunto do sistema oficial de pós-graduação. Metas de produção são estabelecidas e re-significadas pelos sujeitos. No limite, define-se até mesmo o tipo de ciência que se produz na área. Conclui-se que a resistência aos atuais padrões intensificados de produção acadêmica passa pelo entendimento crítico de todas essas relações que se costuram e se estruturam no interior da pós-graduação.
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