Retórica e prática na gestão de stakeholders em empreendimentos hidrelétricos: o estudo de caso da UHE Santo Antônio
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/10438/28893 |
Resumo: | A relevância da geração hidrelétrica para a confiabilidade e a segurança da matriz energética brasileira é inegável. No entanto, muitos são os estudos, projetos, implantação e ou operação de empreendimentos retardados ou interrompidos por conflitos com diversos stakeholders. Nesse contexto, esta pesquisa identifica e avalia estratégias de empreendedores do setor para gestão de partes interessadas ao longo das diferentes etapas dos projetos, visando antecipar e minimizar riscos para os acionistas. Toma-se, para tal, o estudo de caso da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em operação desde o início de 2012 no Rio Madeira, estado de Rondônia, na Região Amazônica. Para a análise, são considerados conceitos, variáveis de influência e modelos da Licença Social para Operar (LSO). A LSO representa a manifestação da aceitação de um empreendimento pela comunidade. Embora, venha sendo incorporada rapidamente no discurso de empreendedores, agentes sociais e instituições financiadoras sobre sustentabilidade e responsabilidade social corporativa, esta tendência ainda não é apreendida pelo setor hidrelétrico. Uma ampla análise documental, avaliada vis a vis entrevistas junto a diversos stakeholders, leva à conclusão que um nível elevado de LSO, pautado pela confiança do público em geral, pode ser alcançado combinando-se estratégias de gestão que gerem expectativas significativa de benefícios econômicos individuais e para a sociedade; usem práticas de participação social para envolver o público atingido nas decisões sobre medidas e ações mitigadoras e compensatórias; e se apropriem de recursos humanos locais para facilitar a mobilização das comunidades. No entanto, manter a LSO torna-se altamente instável se as essas expectativas não são atendidas a contento, altera-se a qualidade do diálogo e não se consegue construir capital social junto à população atingida. Nesse cenário, a LSO passa a se fiar apenas na permanência de benefícios individualizados, sem que o empreendedor consiga apoio junto às comunidades em situações que possam colocar em risco sua credibilidade, como a cheia de 2014 na bacia do rio Madeira. Adicionalmente, apresenta-se considerações para a gestão de stakeholders envolvendo a busca por parcerias e apoios diversos ao projeto; os riscos de se postergar estudos e avaliações técnicas de detalhe em prol de uma agilização do licenciamento; a efetivação e a continuidade de ações de participação social, e a relevância estratégica de se colaborar para a real sustentabilidade do território. Também são feitas contribuições para a modelagem da LSO e o planejamento, implantação, monitoramento e avaliação crítica de sistemas de gestão de stakeholders, restritas às limitações técnicas de um estudo de caso único. |
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Rocha, Delfim José LeiteEscolas::EAESPCarvalho, André Pereira deMoret, ArturMonzoni, Mario2020-03-12T20:37:40Z2020-03-12T20:37:40Z2020-03ROCHA, D. J. L. Retórica e prática na gestão de stakeholders em empreendimentos hidrelétricos: O estudo de caso da UHE Santo Antônio. 2020. 274 f. Trabalho Aplicado (Mestrado em Gestão para a Competitividade) – Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas – FGV, São Paulo, 2020..https://hdl.handle.net/10438/28893A relevância da geração hidrelétrica para a confiabilidade e a segurança da matriz energética brasileira é inegável. No entanto, muitos são os estudos, projetos, implantação e ou operação de empreendimentos retardados ou interrompidos por conflitos com diversos stakeholders. Nesse contexto, esta pesquisa identifica e avalia estratégias de empreendedores do setor para gestão de partes interessadas ao longo das diferentes etapas dos projetos, visando antecipar e minimizar riscos para os acionistas. Toma-se, para tal, o estudo de caso da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em operação desde o início de 2012 no Rio Madeira, estado de Rondônia, na Região Amazônica. Para a análise, são considerados conceitos, variáveis de influência e modelos da Licença Social para Operar (LSO). A LSO representa a manifestação da aceitação de um empreendimento pela comunidade. Embora, venha sendo incorporada rapidamente no discurso de empreendedores, agentes sociais e instituições financiadoras sobre sustentabilidade e responsabilidade social corporativa, esta tendência ainda não é apreendida pelo setor hidrelétrico. Uma ampla análise documental, avaliada vis a vis entrevistas junto a diversos stakeholders, leva à conclusão que um nível elevado de LSO, pautado pela confiança do público em geral, pode ser alcançado combinando-se estratégias de gestão que gerem expectativas significativa de benefícios econômicos individuais e para a sociedade; usem práticas de participação social para envolver o público atingido nas decisões sobre medidas e ações mitigadoras e compensatórias; e se apropriem de recursos humanos locais para facilitar a mobilização das comunidades. No entanto, manter a LSO torna-se altamente instável se as essas expectativas não são atendidas a contento, altera-se a qualidade do diálogo e não se consegue construir capital social junto à população atingida. Nesse cenário, a LSO passa a se fiar apenas na permanência de benefícios individualizados, sem que o empreendedor consiga apoio junto às comunidades em situações que possam colocar em risco sua credibilidade, como a cheia de 2014 na bacia do rio Madeira. Adicionalmente, apresenta-se considerações para a gestão de stakeholders envolvendo a busca por parcerias e apoios diversos ao projeto; os riscos de se postergar estudos e avaliações técnicas de detalhe em prol de uma agilização do licenciamento; a efetivação e a continuidade de ações de participação social, e a relevância estratégica de se colaborar para a real sustentabilidade do território. Também são feitas contribuições para a modelagem da LSO e o planejamento, implantação, monitoramento e avaliação crítica de sistemas de gestão de stakeholders, restritas às limitações técnicas de um estudo de caso único.Hydropower generation is undeniably relevant both to the reliability and safety of Brazilian energetic matrix. However, studies, designs, construction and or operation of hydroelectric projects have been either delayed or interrupted due to conflicts involving different stakeholders. According to this scenario, this research identifies and evaluates strategies to stakeholders’ management throughout projects’ various stages, implemented by entrepreneurs in order to anticipate and minimize risks to shareholders. The case study of Santo Antonio Hydroelectric Power Plant (HPP) is taken into consideration. That HPP is in operation in Madeira River, Rondonia state, in Amazonic Region, since the beginning of 2012. The analysis is based on concepts, influence factors and models associated with the Social License to Operate (SLO). SLO represents the manifestation of community’s acceptance of a facility in a given territory. Although SLO is being quickly incorporated to entrepreneurs, social agents and financial institutions’ discourse on sustainability and corporate social responsibility, this tendency is still not being applied by the hydropower sector. The analysis of numerous documents together with stakeholders’ interviews leads to the conclusion that a high SLO level, based on public trust, can be reached putting together management strategies that generates expectations of relevant individual economic benefits; social participation procedures to involve affected population in decision making on mitigation and compensation measures; and allocation of local human resources to enable communities’ social mobilization. Nevertheless, keeping LSO turns highly unstable if those expectations are not adequately attended, the dialogue quality is changed and social capital is not built involving the impacted population. If that happens, LSO is only sustained by the maintenance of individual benefits and the entrepreneur is not supported by communities in general if a risky situation to the investors’ credibility occurs, like the 2014 flood in the Madeira river basin. Technical considerations on stakeholder’s management are also presented related to different partnerships and supports to HPP’s projects; risks in postponing detailed studies and technical evaluations in order to accelerate environmental licensing; implementing and going on with social participation actions; and strategic relevance of contributing to the effective territory sustainability. Contributions are made to SLO modelling, as well as to planning, putting into practice, monitoring and critical evaluating stakeholders’ management systems, restricted to technical limitations related to an unique case study.porHydroelectric power plantsSocial License to OperateStakeholders’ managementConflictsUsinas hidrelétricasLicença Social para OperarGestão de stakeholdersConflitosAdministração de empresasStakeholdersUsinas hidrelétricasLicenças ambientaisServiços ecossistêmicosRetórica e prática na gestão de stakeholders em empreendimentos hidrelétricos: o estudo de caso da UHE Santo Antônioinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional do FGV (FGV Repositório Digital)instname:Fundação Getulio Vargas 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A relevância da geração hidrelétrica para a confiabilidade e a segurança da matriz energética brasileira é inegável. No entanto, muitos são os estudos, projetos, implantação e ou operação de empreendimentos retardados ou interrompidos por conflitos com diversos stakeholders. Nesse contexto, esta pesquisa identifica e avalia estratégias de empreendedores do setor para gestão de partes interessadas ao longo das diferentes etapas dos projetos, visando antecipar e minimizar riscos para os acionistas. Toma-se, para tal, o estudo de caso da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em operação desde o início de 2012 no Rio Madeira, estado de Rondônia, na Região Amazônica. Para a análise, são considerados conceitos, variáveis de influência e modelos da Licença Social para Operar (LSO). A LSO representa a manifestação da aceitação de um empreendimento pela comunidade. Embora, venha sendo incorporada rapidamente no discurso de empreendedores, agentes sociais e instituições financiadoras sobre sustentabilidade e responsabilidade social corporativa, esta tendência ainda não é apreendida pelo setor hidrelétrico. Uma ampla análise documental, avaliada vis a vis entrevistas junto a diversos stakeholders, leva à conclusão que um nível elevado de LSO, pautado pela confiança do público em geral, pode ser alcançado combinando-se estratégias de gestão que gerem expectativas significativa de benefícios econômicos individuais e para a sociedade; usem práticas de participação social para envolver o público atingido nas decisões sobre medidas e ações mitigadoras e compensatórias; e se apropriem de recursos humanos locais para facilitar a mobilização das comunidades. No entanto, manter a LSO torna-se altamente instável se as essas expectativas não são atendidas a contento, altera-se a qualidade do diálogo e não se consegue construir capital social junto à população atingida. Nesse cenário, a LSO passa a se fiar apenas na permanência de benefícios individualizados, sem que o empreendedor consiga apoio junto às comunidades em situações que possam colocar em risco sua credibilidade, como a cheia de 2014 na bacia do rio Madeira. Adicionalmente, apresenta-se considerações para a gestão de stakeholders envolvendo a busca por parcerias e apoios diversos ao projeto; os riscos de se postergar estudos e avaliações técnicas de detalhe em prol de uma agilização do licenciamento; a efetivação e a continuidade de ações de participação social, e a relevância estratégica de se colaborar para a real sustentabilidade do território. Também são feitas contribuições para a modelagem da LSO e o planejamento, implantação, monitoramento e avaliação crítica de sistemas de gestão de stakeholders, restritas às limitações técnicas de um estudo de caso único. |
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