A epidemiologia da Doença de Chagas Aguda nos municípios de Abaetetuba, Belém e Breves no Estado do Pará

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: VILHENA, Andrezza Ozela
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna
Texto Completo: http://repositorio.gasparvianna.pa.gov.br/handle/hc/234
Resumo: A doença de Chagas ainda é uma importante infecção parasitária na América Latina, sendo classificada pela Organização Mundial da Saúde como uma das doenças negligenciadas. A região da Amazônia brasileira é considerada endêmica para a doença de Chagas Aguda, com emergência de casos isolados, assim como, surtos em forma de microepidemias familiares, e com elevada frequência em áreas urbanas. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil clínico-epidemiológico e a distribuição geográfica da doença de Chagas aguda e dos batedores artesanais de açaí, nos municípios de Abaetetuba, Belém e Breves, no Estado do Pará, Brasil. Foi realizada uma pesquisa quantitativa com desenho de estudo descritivo-ecológico, de uma série histórica dos anos de 2007 a 2015, com dados secundários do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, das Secretarias Municipais de Saúde. Dos 696 casos confirmados a maioria acometida estava na faixa etária de 30 a 59 anos nos municípios de Abaetetuba (35,89%) e Belém (53,71%), e de 0 a14 anos de idade (32,73%) em Breves. O gênero masculino foi mais prevalente, com os parasitados tendo baixa formação escolar em dois municípios (Abaetetuba e Breves). A quase totalidade dos casos (573/696=82,33%) foi infectada por via oral. A febre e a astenia foram os principais sintomas. A curva epidêmica de sazonalidade foi marcante entre os meses de agosto a novembro. A incidência foi mais expressiva no município de Breves que apresentou duas grandes ondas epidêmicas, em 2009 (27,98/100.000 hab) e 2015 (63,38/100.000hab). As taxas de incidência da doença foram maiores para alguns setores censitários do município de Belém e de Abaetetuba. A análise espacial, através do estimador de densidade de Kernel, apontou que no município de Belém, os setores censitários de maior densidade de casos estavam localizados nos Bairros do Jurunas, do Bengui e do Parque Verde. Em Abaetetuba foram os setores censitários do bairro da Aviação, enquanto que em Breves a maior densidade ocorreu no setor censitário de número 11. Nos três municípios, nas áreas de maior densidade de casos também foi observado grande número de batedores artesanais de açaí. O perfil clínico-epidemiológico e a sazonalidade não diferiram de pesquisas anteriores realizadas com casuística da Amazônia brasileira, entretanto a tendência da incidência da doença aponta o município de Breves com tendência crescente. Esses resultados corroboram para a identificação do perfil epidemiológico vigente que devem ser considerado na formulação de políticas públicas voltadas para o controle da doença que está a exigir uma nova atitude nas atividades de vigilância da saúde.
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