Conjugação e Endomixis em ciliados do genero Balantidium

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha,Aristides Marques da
Data de Publicação: 1937
Outros Autores: Muniz,Julio
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Memórias do Instituto Oswaldo Cruz
Texto Completo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0074-02761937000100008
Resumo: No presente trabalho estudamos o comportamento de alguns ciliados do genero Balantidium nas culturas em meios artificiaes. Utilisamos de preferencia nesses estudos o meio para ameba de Dobell e Laidlaw, enriquecidos com amido de arroz. As especies com que trabalhamos foram: B. coli isolado do homem; Balantidium sp. do porco e B. simile do Macaca mulatta. A especie originaria do homem, foi por nós cultivada com grande facilidade durante um tempo bastante longo, fazendo-se os repiques com o espaço de 24 e 48 horas. Observamos com grande constancia nessa especie o apparecimento do phenomeno de conjugação nas culturas de 24 horas (cultura original ou repiques). Os pares eram constituidos por fórmas pequenas medindo em média 38,6 X 32,1 micra ao contrario das fórmas neutras que mediam em média 75,5 X 57,8 micra, sendo de notar que fórmas pequenas eram tambem encontradas em grande numero isoladas (preconjugantes). Essas fórmas se caracterisavam nos preparados corados, não só pelo seu tamanho como tambem pela grande dimensão do micronucleo que tinha em média 6 micra de diametro. Pelo estudo do material corado verificamos que os elementos depois de se reunirem pela região do peristoma dando origem aos pares, soffrem 2 divisões successivas (mitoses) do micronucleo e dos 4 elementos assim formados, 3 soffrem degeneração, vindo o restante novamente a se dividir para formar os pronucleos em torno dos quaes se processa uma condensação do plasma. Depois da troca dos pronucleos migradores que se vão collocar em cada um dos elementos em conjugação ao lado dos pronucleos estacionarios, dá-se a formação de 2 fuzos de divisão, parallelos (gonomeria) só então processando a fuzão dos 2 pronucleos (estacionario e migrador). Dos 2 novos elementos originados dessa divisão, um vae constituir o novo micronucleo e o outro depois de soffrer nova mitose, vae dar origem a duas placentas que crescendo pouco a pouco vão se fundir mais tarde para dar origem ao novo macronucleo. Os macronucleos dos elementos que entraram em conjugação, permanecem durante quasi todo o phenomeno embora em via de degeneração por picnose, fragmentando-se mais tarde para serem reabsorvidos na pahse em que se processa a fusão dos pronucleos. O Balantidium sp. existente nas fézes do porco, foi tambem por nós cultivado com grande facilidade, occorrendo o phenomeno de conjugação constantemente nas culturas de 24 horas. Com o B. simile parasita do M. mulatta o resultado foi completamente differente. Essa especie é dificil de cultivar e só se obtem resultados usando certos artificios de technica taes como juncção de uma substancia tampão ao meio de cultura conseguindo-se então uma intensa proliferação do ciliado 24 horas depois da sementeira, quer nos tubos iniciaes como nos repiques (4ª a 5ª passagem). Essa especie ao contrario da do homem e da do porco absolutamente não conjunga nas culturas e isso podemos affirmar baseados em longa observação. Nas culturas se passa identico facto ao que já foi por nós observado e descripto em material de fézes de M. mulatta, isto é, a « Endomixia ». Nos preparados corados feitos com o material das primeiras culturas como dos repiques, pudemos observar toda a evolução do phenomeno, isto é, desde as fórmas iniciaes (mitose do micronucleo e inicio de degeneração do macronucleo) até as phases finaes do processo. Nesse material verificamos mais uma vez, de maneira clara que a formação do micronucleo se faz a custa de uma das placentas como já tivemos occasião de assignalar em nosso trabalho acima referido. Nelson em recente trabalho (Observations and Experiments on Conjugation of the Balantidium from the Chimpanzee - Amer, Jour. of Hyg., Vol. 20, nº 1, 1934), põe em duvida o phenomeno de endomixia estudado por nós nessa especie de Balantidium. A affirmação desse autor não merece ser discutida por não ter elle apresentado a unica prova que poderia invalidar a nossa observação e que seria, a demonstração da existencia de pares de conjugantes, facto esse que o proprio autor declara nunca ter observado em material que teve occasião de estudar. Quanto ao nosso material que Nelson diz ter examinado temos a declarar se tratar apenas de algumas laminas nas quaes podiam ser vistas algumas das phases do phenomeno e que foram cedidas por nós ao Professor Hegner quando de passagem pelo Brasil. Baseados em longas pesquisas, concluimos que o Ealantidium simile representa uma especie de ciliado em que a conjugação parece tersido substituida de maneira permanente, pelo phenomeno de endomixia. Facto identico occorre, segundo estudos nossos ainda ineditos, em um grupo de ciliados, ito é, na familia Cyathodiniidae. Para esses ciliados propomos aqui a denominação de ciliados azygoticos ou parthenogeneticos.
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Essas fórmas se caracterisavam nos preparados corados, não só pelo seu tamanho como tambem pela grande dimensão do micronucleo que tinha em média 6 micra de diametro. Pelo estudo do material corado verificamos que os elementos depois de se reunirem pela região do peristoma dando origem aos pares, soffrem 2 divisões successivas (mitoses) do micronucleo e dos 4 elementos assim formados, 3 soffrem degeneração, vindo o restante novamente a se dividir para formar os pronucleos em torno dos quaes se processa uma condensação do plasma. Depois da troca dos pronucleos migradores que se vão collocar em cada um dos elementos em conjugação ao lado dos pronucleos estacionarios, dá-se a formação de 2 fuzos de divisão, parallelos (gonomeria) só então processando a fuzão dos 2 pronucleos (estacionario e migrador). Dos 2 novos elementos originados dessa divisão, um vae constituir o novo micronucleo e o outro depois de soffrer nova mitose, vae dar origem a duas placentas que crescendo pouco a pouco vão se fundir mais tarde para dar origem ao novo macronucleo. Os macronucleos dos elementos que entraram em conjugação, permanecem durante quasi todo o phenomeno embora em via de degeneração por picnose, fragmentando-se mais tarde para serem reabsorvidos na pahse em que se processa a fusão dos pronucleos. O Balantidium sp. existente nas fézes do porco, foi tambem por nós cultivado com grande facilidade, occorrendo o phenomeno de conjugação constantemente nas culturas de 24 horas. Com o B. simile parasita do M. mulatta o resultado foi completamente differente. Essa especie é dificil de cultivar e só se obtem resultados usando certos artificios de technica taes como juncção de uma substancia tampão ao meio de cultura conseguindo-se então uma intensa proliferação do ciliado 24 horas depois da sementeira, quer nos tubos iniciaes como nos repiques (4ª a 5ª passagem). Essa especie ao contrario da do homem e da do porco absolutamente não conjunga nas culturas e isso podemos affirmar baseados em longa observação. Nas culturas se passa identico facto ao que já foi por nós observado e descripto em material de fézes de M. mulatta, isto é, a « Endomixia ». Nos preparados corados feitos com o material das primeiras culturas como dos repiques, pudemos observar toda a evolução do phenomeno, isto é, desde as fórmas iniciaes (mitose do micronucleo e inicio de degeneração do macronucleo) até as phases finaes do processo. Nesse material verificamos mais uma vez, de maneira clara que a formação do micronucleo se faz a custa de uma das placentas como já tivemos occasião de assignalar em nosso trabalho acima referido. Nelson em recente trabalho (Observations and Experiments on Conjugation of the Balantidium from the Chimpanzee - Amer, Jour. of Hyg., Vol. 20, nº 1, 1934), põe em duvida o phenomeno de endomixia estudado por nós nessa especie de Balantidium. A affirmação desse autor não merece ser discutida por não ter elle apresentado a unica prova que poderia invalidar a nossa observação e que seria, a demonstração da existencia de pares de conjugantes, facto esse que o proprio autor declara nunca ter observado em material que teve occasião de estudar. Quanto ao nosso material que Nelson diz ter examinado temos a declarar se tratar apenas de algumas laminas nas quaes podiam ser vistas algumas das phases do phenomeno e que foram cedidas por nós ao Professor Hegner quando de passagem pelo Brasil. Baseados em longas pesquisas, concluimos que o Ealantidium simile representa uma especie de ciliado em que a conjugação parece tersido substituida de maneira permanente, pelo phenomeno de endomixia. Facto identico occorre, segundo estudos nossos ainda ineditos, em um grupo de ciliados, ito é, na familia Cyathodiniidae. Para esses ciliados propomos aqui a denominação de ciliados azygoticos ou parthenogeneticos.Instituto Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde1937-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0074-02761937000100008Memórias do Instituto Oswaldo Cruz v.32 n.1 1937reponame:Memórias do Instituto Oswaldo Cruzinstname:Fundação Oswaldo Cruzinstacron:FIOCRUZ10.1590/S0074-02761937000100008info:eu-repo/semantics/openAccessCunha,Aristides Marques daMuniz,Juliopor2020-04-25T17:44:06Zhttp://www.scielo.br/oai/scielo-oai.php0074-02761678-8060opendoar:null2020-04-26 01:56:25.48Memórias do Instituto Oswaldo Cruz - Fundação Oswaldo Cruztrue
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