A preguiça como explicação da inatividade física: comentários e reflexões sobre discrepâncias entre as evidências científicas e o discurso jornalístico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Loch,Mathias Roberto
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Guerra,Paulo Henrique
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Cadernos de Saúde Pública
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2018001203001
Resumo: Este ensaio busca apresentar elementos para a reflexão sobre discrepâncias entre as evidências científicas produzidas a respeito dos fatores associados e determinantes da inatividade física e as informações que são passadas pela mídia a respeito desse assunto, mais especificamente em um caso em que a “preguiça” foi utilizada como fator “explicativo” para os elevados níveis de inatividade física na população brasileira. Utilizamos, como exemplos, um artigo científico publicado na Nature e duas reportagens veiculadas em canais de comunicação brasileiros de grande alcance (revista Veja e jornal O Globo), que o repercutiram. Foram observadas importantes incoerências entre o conteúdo do artigo da Nature e os títulos das reportagens analisadas, de forma que essas simplificaram um problema real e complexo (os altos níveis de inatividade física no Brasil), dando a entender que a “preguiça” seria o motivo para o Brasil estar mal posicionado em um ranking internacional de prática de atividade física. Destacamos a necessidade de os meios de comunicação em massa buscarem uma melhor contextualização das informações que repercutem, pois, quando isso não ocorre, o impacto pode ser mais negativo do que positivo, principalmente quando constroem ou reforçam concepções equivocadas. No caso da inatividade física, isto é potencialmente grave no sentido de que pode legitimar a falta de investimentos em ações voltadas ao seu enfrentamento, pois, uma vez que a inatividade física passa a ser interpretada como uma mera questão de “preguiça”, perde-se boa parte do sentido de se investir na modificação de diversos determinantes desse problema de saúde pública.
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