Obstáculos na procura pela esterilização feminina entre mulheres do Bolsa Família
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos de Saúde Pública |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2017000405012 |
Resumo: | As mulheres pobres do programa Bolsa Família são acusadas de ter mais filhos para ingressar ou permanecer no programa. Em pesquisa etnográfica (2012/2014), analisamos os relatos de cinco beneficiárias e observamos o contrário. Elas procuraram pela esterilização no serviço público de saúde de Recife, Pernambuco, Brasil, para não ter mais filhos e enfrentaram diversos obstáculos. Dentre os impeditivos, apontaram dificuldades na contracepção reversível, bem como restrição da oferta de esterilização no serviço público de saúde, o que aumenta a procura durante o parto cesariano. O argumento de ser beneficiária do Bolsa Família é utilizado para reforçar a condição de pobreza e aumentar as chances de conseguir a esterilização, nem sempre exitoso. Apenas duas mulheres conseguiram realizar a esterilização, atribuindo o êxito à “sorte” ou à “graça de Deus”, não ao acesso a um direito. Os resultados do presente estudo sugerem que o aumento da prole não é resultante do ingresso no programa, e sim à falta de acesso a direitos reprodutivos. |
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