COVID-19, as fake news e o sono da razão comunicativa gerando monstros: a narrativa dos riscos e os riscos das narrativas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vasconcellos-Silva,Paulo R.
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Castiel,Luis David
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Cadernos de Saúde Pública
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2020000703001
Resumo: Resumo: Desde o início do surto da COVID-19, percebe-se uma crescente tensão provocada pela dimensão pandêmica de uma doença que trouxe severos impactos epidemiológicos e desdobramentos socioculturais e políticos. Em condições ideais de comunicação pública as autoridades deveriam alinhar-se a um regime de total transparência com informações abundantes e de compreensão facilitada para gerar credibilidade, confiança e parceria com as mídias. Nos hiatos de versões aceitáveis e em meio a indeterminações, os indivíduos tornam-se experts de si mesmos, consumindo fake news e reproduzindo narrativas de risco falaciosas com consequências desastrosas. Discutem-se diversos aspectos ligados às fake news e ao uso da razão comunicativa por autoridades públicas, citando o caso do Irã e estabelecendo paralelos com o fenômeno da antivacinação e suas consequências. Descreve-se o desafio do direcionamento coordenado da sociedade por meio de informações, competindo com pastiches pseudo-científicos que proliferam em ritmo frenético na vacuidade de dados oficiais. Levanta-se, assim, a seguinte questão: quais modelos comunicativos deveriam pautar a narrativa oficial para gerar condições de colaboração e parceria com as mídias? Que impactos tais modelos teriam na proliferação das narrativas enganosas às quais recorrem os cidadãos em crise de orientações pertinentes? Conclui-se que é também papel do governo lançar mão de sua ampla visibilidade para gerar referências de segurança sob o primado da razão comunicativa sensível às genuínas interrogações da sociedade. Em síntese, produzir em escala monumental referenciais responsáveis, norteados por elementos de ética da responsabilidade alinhados ao bem comum.
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