Estigma e resistência entre travestis e mulheres transexuais em Salvador, Bahia, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Laio Magno
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Inês Dourado, Luis Augusto Vasconcelos da Silva
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Cadernos de Saúde Pública
Texto Completo: https://cadernos.ensp.fiocruz.br/ojs/index.php/csp/article/view/6860
Resumo: This was a qualitative study based on an analysis of narratives produced by travestis and transsexual women in Salvador, Bahia State, Brazil, with the aim of analyzing their experiences with stigmatization by describing events, actors, and contexts that have marked their life stories, as well as elucidating the relationship between stigma and their female performances. The narratives came from 19 in-depth interviews during an epidemiological survey, based on a prior script that explored the production of narratives on lifestyles and experiences of travestis and transsexual women in the city of Salvador. The life stories that emerged in the field were transcribed and analyzed from a theoretical and narrative perspective. The narratives of many travestis and transsexual women described an “effeminate” gender performance that had been identified since their childhood by family and community members. This performance was presented as insubordination to the power established by heteronormative society’s legal system. The process of stigmatization begins to operate when social expectations concerning the coherence between “biological sex” and “gender performance” are frustrated in social interactions, submitting the individuals to discrimination and violence. Thus, stigmatization is operated through the power exercised over bodies by the laws of compulsory heterosexuality. However, during the life stories of travestis and transsexual women, strategies of resistance to stigma are produced, with the potential to transform this situation.
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The narratives of many travestis and transsexual women described an “effeminate” gender performance that had been identified since their childhood by family and community members. This performance was presented as insubordination to the power established by heteronormative society’s legal system. The process of stigmatization begins to operate when social expectations concerning the coherence between “biological sex” and “gender performance” are frustrated in social interactions, submitting the individuals to discrimination and violence. Thus, stigmatization is operated through the power exercised over bodies by the laws of compulsory heterosexuality. However, during the life stories of travestis and transsexual women, strategies of resistance to stigma are produced, with the potential to transform this situation.Se trata de un estudio cualitativo, en base al análisis de relatos elaborados por travestis y mujeres transexuales en Salvador, Bahia, Brasil, con el objetivo de analizar sus experiencias de estigmatización, describiendo acontecimientos, actores y contextos que marcan sus trayectorias de vida, y también comprender la relación entre el estigma y sus performances femeninas. Los relatos provienen de diecinueve entrevistas en profundidad, realizadas a lo largo de una investigación epidemiológica. Al grupo objetivo se le orientó mediante un guion previo, que exploró la producción de relatos sobre experiencias y modos de vida de las travestis y mujeres transexuales en la ciudad de Salvador. Las historias de vida que emergieron del trabajo de campo fueron transcritas y analizadas bajo una perspectiva teórico-narrativa. Se observó que muchas travestis y mujeres transexuales presentaron en sus relatos la descripción de una performance de género “afeminada”, que es identificada desde la infancia por miembros de la familia y de la comunidad. Esta performance se presenta como una insubordinación al poder establecido por el sistema jurídico de una sociedad heteronormativa. El proceso de estigmatización comienza a funcionar cuando las expectativas sociales sobre la coherencia entre “sexo biológico” y “performance de género” se frustran en las interacciones sociales, sometiendo a las personas a discriminación y violencia. De este modo, el proceso de estigmatización es sufrido a través del poder ejercido por las leyes de la heterosexualidad obligatoria sobre el concepto de cuerpo. No obstante, en el trascurso de las trayectorias de vida de las travestis y mujeres transexuales, se produjeron estrategias de resistencia contra el estigma con una potencial de transformación de los marcos establecidos.Trata-se de um estudo qualitativo, com base na análise de narrativas produzidas por travestis e mulheres transexuais em Salvador, Bahia, Brasil, com o objetivo de analisar suas experiências de estigmatização, descrevendo acontecimentos, atores e contextos que marcam as suas trajetórias de vida, e também compreender a relação entre o estigma e suas performances femininas. As narrativas são provenientes de 19 entrevistas em profundidade realizadas ao longo de um inquérito epidemiológico. Foram orientadas por um roteiro prévio que explorou a produção de narrativas sobre as experiências e modos de vida das travestis e mulheres transexuais na cidade de Salvador. As histórias de vida que emergiram do campo foram transcritas e analisadas sob uma perspectiva teórico-narrativa. Observou-se que muitas travestis e mulheres transexuais apresentaram em suas narrativas a descrição de uma performance de gênero “afeminada”, que é identificada desde à infância por membros da família e da comunidade. Essa performance é apresentada como uma insubordinação ao poder estabelecido pelo sistema jurídico da sociedade heteronormativa. O processo de estigmatização começa a operar quando as expectativas sociais sobre a coerência entre “sexo biológico” e “performance de gênero” são frustradas nas interações sociais, submetendo as pessoas à discriminação e violência. Desse modo, o processo de estigmatização é operado por meio do poder exercido pelas leis da heterossexualidade compulsória sobre os corpos. Entretanto, durante as trajetórias de vida das travestis e mulheres transexuais, estratégias de resistência contra o estigma são produzidas com o potencial de transformação dos quadros estabelecidos.Reports in Public HealthCadernos de Saúde Pública2018-05-28info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlapplication/pdfhttps://cadernos.ensp.fiocruz.br/ojs/index.php/csp/article/view/6860Reports in Public Health; Vol. 34 No. 5 (2018): MayCadernos de Saúde Pública; v. 34 n. 5 (2018): Maio1678-44640102-311Xreponame:Cadernos de Saúde Públicainstname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZporhttps://cadernos.ensp.fiocruz.br/ojs/index.php/csp/article/view/6860/14862https://cadernos.ensp.fiocruz.br/ojs/index.php/csp/article/view/6860/14863Laio MagnoInês DouradoLuis Augusto Vasconcelos da Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-03-06T15:29:34Zoai:ojs.teste-cadernos.ensp.fiocruz.br:article/6860Revistahttps://cadernos.ensp.fiocruz.br/ojs/index.php/csphttps://cadernos.ensp.fiocruz.br/ojs/index.php/csp/oaicadernos@ensp.fiocruz.br||cadernos@ensp.fiocruz.br1678-44640102-311Xopendoar:2024-03-06T13:07:51.415669Cadernos de Saúde Pública - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)true
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