INOVAÇÃO E CONTRIBUIÇÕES À SUSTENTABILIDADE PELA REUTILIZAÇÃO DE SOBRAS DE PISO DA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO NA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE SÃO ROQUE

• Autor(a) principal: Roque, Luiz Carlos
• Data de Publicação: 2018
• Outros Autores: Toledo, Renata Ferraz de
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Atas de Saúde Ambiental
• Texto Completo: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/1972
• topic: resí­duos da construção civil; sobras de piso; sustentabilidade; inovação

Dentre os principais problemas socioambientais e à saúde da atualidade estão aqueles relacionados ao manejo e gestão dos resí­duos sólidos devido à crescente geração pela sociedade, desperdí­cio, serviços ineficientes e seu descarte irregular que, por sua vez, geram inúmeras consequências, como diferentes tipos de poluição, exposição à riscos, problemas de saúde pública, ampliação da vulnerabilidade socioambiental e de  injustiças ambientais. Com a promulgação da Polí­tica Nacional de Resí­duos Sólidos - PNRS, Lei Federal 12.305/2010, o Brasil tem apresentado avanços ao incorporar princí­pios da sustentabilidade nas diretrizes relacionadas ao gerenciamento dos diferentes tipos de resí­duos, inclusive dos resí­duos da construção civil - RCC, foco desta pesquisa, especialmente as sobras de piso. Objetivos. Identificar formas de descarte e locais de destino das sobras de piso da construção civil adotadas no municí­pio da Estância Turí­stica de São Roque e investigar possí­veis contribuições à sustentabilidade da reutilização deste tipo de RCC. Material e Métodos. Trata-se de um estudo de caso, com enfoque quali-quantitativo. Como instrumentos de coleta de dados estão sendo utilizadas a análise documental e a observação investigativa espontânea. Resultados. O municí­pio da Estância Turí­stica de São Roque não possui local especí­fico para o descarte de RCC e nem aterro sanitário para sua disposição final. Grandes e pequenos geradores devem contratar empresas de caçambas estacionárias para a coleta e o destino final ambientalmente adequado. Por sua vez, os RCC inertes coletados pela prefeitura, cerca de 180 a 200 toneladas por mês, segundo dados fornecidos pela Divisão de Meio Ambiente do municí­pio, são encaminhados para um Centro de Gerenciamento de Resí­duos, localizado no municí­pio limí­trofe de Itapevi. Apesar deste serviço de coleta e destinação, foram identificados diversos locais de descarte irregular, tais como em terrenos baldios, beira de estradas e calçadas, em áreas públicas e particulares. Dentre estes RCC estão, evidentemente, as sobras de piso (componentes cerâmicos), foco desta pesquisa. Entretanto, que umas das alternativas para a gestão adequada e integrada de sobras de piso está na sua reutilização, considerada pela PNRS a terceira ordem de prioridade. Essa prática vem sendo realizada na Estância Turí­stica de São Roque, de forma inovadora, utilizando-se as sobras de piso (cacos) em mosaico para gerar um novo piso, mas de menor custo e minimizando possí­veis impactos socioambientais e à saúde decorrentes do descarte irregular. Assim, podem ser identificadas contribuições à sustentabilidade, como pela diminuição do custo de produção; diminuição da quantidade de recursos naturais e energia a serem gastos; diminuição da contaminação do meio ambiente; diminuição dos gastos com a gestão dos RCC, entre outras. Conclusões. Diante da impossibilidade de não gerar ou de reduzir a geração de RCC, ao se priorizar ações de reutilização, conforme recomenda a PNRS, ampliam-se possibilidade de se caminhar em direção à sustentabilidade, seja na dimensão ambiental, ao reduzir impactos socioambientais e à saúde humana, seja na dimensão econômica, gerando-se novas oportunidades de negócios, reduzindo custos na produção de materiais e na gestão dos RCC, ou ainda na dimensão sociocultural, ao favorecer reflexões importantes no contexto educacional e estimular mudanças de valores.