INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA: UMA ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS VOLTADAS PARA O TRATAMENTO DOS DEJETOS SUÍNOS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Adriano Adelson
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Soto, Francisco Rafael Martins, Lima, Érico da Silva
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Atas de Saúde Ambiental
Texto Completo: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/1955
Resumo: A suinocultura é uma atividade econômica relevante para o agronegócio brasileiro. O Brasil é o quarto maior exportador mundial deste tipo de proteí­na animal. No ano de 2017, segundo a Associação Brasileira de Proteí­na Animal, foram produzidas 3,75 milhões de toneladas de carne suí­na. Além do fator econômico, a suinocultura contribui para a fixação do homem no campo, por meio da geração de empregos ao longo de toda a cadeia produtiva, que inclui desde produção de insumos, máquinas e remédios até a criação e abate dos animais. Entretanto, atrelado ao seu crescimento, houve aumento do potencial poluidor da atividade, devido a grande quantidade de dejetos (7,0 a 8,0 L/dia, em média) produzida diariamente em pequenas áreas, isto é, a geração de efluentes em forma concentrada. O descarte inadequado deste material gera impactos na saúde ambiental como: liberação de gases do efeito estufa e de odores desagradáveis, eutrofização, saturação dos solos e proliferação de vetores de doenças. Diante disto, ao longo do tempo foram desenvolvidas tecnologias capazes de realizar o tratamento dos dejetos suí­nos (DS), com o intuito de minimizar o potencial de degradação ambiental e contribuir para a sustentabilidade e eficiência da cadeia produtiva. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise das alternativas tecnológicas que são aplicadas no tratamento dos DS. Desenvolvimento: As alternativas tecnológicas para o tratamento dos DS devem ser eficientes na redução da concentração de matéria orgânica (MO), nutrientes e na eliminação de eventuais microrganismos patogênicos. As principais opções identificadas na literatura foram: compostagem, vermicompostagem, lagoas de estabilização, reator de fluxo ascendente com manta de lodo (UASB) e biodigestão anaeróbia. A compostagem e a vermicompostagem são alternativas ideais para o tratamento apenas da fração sólida dos DS. Enquanto na primeira o processo de estabilização da MO ocorre graças a elevação da temperatura (fase termofí­lica) e ação dos microrganismos, no segundo se dá, majoritariamente, pela ação de minhocas que realizam a mineralização do material. As lagoas de estabilização se caracterizam pelo baixo custo e necessidade de grandes áreas para implantação, longo tempo de retenção hidráulica. Elas podem ser anaeróbias ou facultativas, de maturação ou com associação com macrófitas.  No reator UASB o tratamento dos DS é anaeróbio, com baixo custo de implantação e manutenção, porém esta metodologia é indicada preferencialmente para efluentes com baixa concentração de fração sólida. Na biodigestão anaeróbia, também indicada para fração lí­quida do DS, a MO é decomposta e transformada em biogás e biofertilizante, que podem ser utilizados, respectivamente, na geração de energia e na adubação de lavouras. A construção e implantação de biodigestores implica investimento alto, porém com o uso dos subprodutos e dos ganhos ambientais, obtém-se o retorno do investimento em alguns anos. Considerações finais: Identificou-se que a aplicação destas alternativas tecnológicas isoladas não é capaz de reduzir eficientemente o potencial poluidor dos DS. Para isso, é ideal a associação delas em um sistema de tratamento que garanta a minimização dos problemas ambientais da suinocultura, a continuidade da atividade e a utilização dos subprodutos gerados.
id FMU-1_b5f232ada7085055272bbec34d34bc34
oai_identifier_str oai:ojs.fmu.br:article/1955
network_acronym_str FMU-1
network_name_str Atas de Saúde Ambiental
repository_id_str
spelling INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA: UMA ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS VOLTADAS PARA O TRATAMENTO DOS DEJETOS SUÍNOSagronegócioatividade suiní­colasaúde ambientaltecnologias limpasA suinocultura é uma atividade econômica relevante para o agronegócio brasileiro. O Brasil é o quarto maior exportador mundial deste tipo de proteí­na animal. No ano de 2017, segundo a Associação Brasileira de Proteí­na Animal, foram produzidas 3,75 milhões de toneladas de carne suí­na. Além do fator econômico, a suinocultura contribui para a fixação do homem no campo, por meio da geração de empregos ao longo de toda a cadeia produtiva, que inclui desde produção de insumos, máquinas e remédios até a criação e abate dos animais. Entretanto, atrelado ao seu crescimento, houve aumento do potencial poluidor da atividade, devido a grande quantidade de dejetos (7,0 a 8,0 L/dia, em média) produzida diariamente em pequenas áreas, isto é, a geração de efluentes em forma concentrada. O descarte inadequado deste material gera impactos na saúde ambiental como: liberação de gases do efeito estufa e de odores desagradáveis, eutrofização, saturação dos solos e proliferação de vetores de doenças. Diante disto, ao longo do tempo foram desenvolvidas tecnologias capazes de realizar o tratamento dos dejetos suí­nos (DS), com o intuito de minimizar o potencial de degradação ambiental e contribuir para a sustentabilidade e eficiência da cadeia produtiva. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise das alternativas tecnológicas que são aplicadas no tratamento dos DS. Desenvolvimento: As alternativas tecnológicas para o tratamento dos DS devem ser eficientes na redução da concentração de matéria orgânica (MO), nutrientes e na eliminação de eventuais microrganismos patogênicos. As principais opções identificadas na literatura foram: compostagem, vermicompostagem, lagoas de estabilização, reator de fluxo ascendente com manta de lodo (UASB) e biodigestão anaeróbia. A compostagem e a vermicompostagem são alternativas ideais para o tratamento apenas da fração sólida dos DS. Enquanto na primeira o processo de estabilização da MO ocorre graças a elevação da temperatura (fase termofí­lica) e ação dos microrganismos, no segundo se dá, majoritariamente, pela ação de minhocas que realizam a mineralização do material. As lagoas de estabilização se caracterizam pelo baixo custo e necessidade de grandes áreas para implantação, longo tempo de retenção hidráulica. Elas podem ser anaeróbias ou facultativas, de maturação ou com associação com macrófitas.  No reator UASB o tratamento dos DS é anaeróbio, com baixo custo de implantação e manutenção, porém esta metodologia é indicada preferencialmente para efluentes com baixa concentração de fração sólida. Na biodigestão anaeróbia, também indicada para fração lí­quida do DS, a MO é decomposta e transformada em biogás e biofertilizante, que podem ser utilizados, respectivamente, na geração de energia e na adubação de lavouras. A construção e implantação de biodigestores implica investimento alto, porém com o uso dos subprodutos e dos ganhos ambientais, obtém-se o retorno do investimento em alguns anos. Considerações finais: Identificou-se que a aplicação destas alternativas tecnológicas isoladas não é capaz de reduzir eficientemente o potencial poluidor dos DS. Para isso, é ideal a associação delas em um sistema de tratamento que garanta a minimização dos problemas ambientais da suinocultura, a continuidade da atividade e a utilização dos subprodutos gerados.Atas de Saúde Ambiental - ASA (ISSN 2357-7614)2018-12-20info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/1955Atas de Saúde Ambiental - ASA (ISSN 2357-7614); v. 6 (2018): SUPLEMENTO - ANAIS DO VII SIMPÓSIO DE SAÚDE AMBIENTAL; 102357-7614reponame:Atas de Saúde Ambientalinstname:Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)instacron:FMUporhttps://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/1955/1392Copyright (c) 2019 Adriano Adelson Costa, Francisco Rafael Martins Soto, Érico da Silva Limainfo:eu-repo/semantics/openAccessCosta, Adriano AdelsonSoto, Francisco Rafael MartinsLima, Érico da Silva2019-01-18T19:31:12Zoai:ojs.fmu.br:article/1955Revistahttps://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/indexPRIhttps://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/oai||asa.revista@gmail.com2357-76142357-7614opendoar:2019-01-18T19:31:12Atas de Saúde Ambiental - Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)false
dc.title.none.fl_str_mv INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA: UMA ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS VOLTADAS PARA O TRATAMENTO DOS DEJETOS SUÍNOS
title INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA: UMA ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS VOLTADAS PARA O TRATAMENTO DOS DEJETOS SUÍNOS
spellingShingle INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA: UMA ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS VOLTADAS PARA O TRATAMENTO DOS DEJETOS SUÍNOS
Costa, Adriano Adelson
agronegócio
atividade suiní­cola
saúde ambiental
tecnologias limpas
title_short INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA: UMA ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS VOLTADAS PARA O TRATAMENTO DOS DEJETOS SUÍNOS
title_full INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA: UMA ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS VOLTADAS PARA O TRATAMENTO DOS DEJETOS SUÍNOS
title_fullStr INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA: UMA ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS VOLTADAS PARA O TRATAMENTO DOS DEJETOS SUÍNOS
title_full_unstemmed INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA: UMA ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS VOLTADAS PARA O TRATAMENTO DOS DEJETOS SUÍNOS
title_sort INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA SUINOCULTURA: UMA ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS VOLTADAS PARA O TRATAMENTO DOS DEJETOS SUÍNOS
author Costa, Adriano Adelson
author_facet Costa, Adriano Adelson
Soto, Francisco Rafael Martins
Lima, Érico da Silva
author_role author
author2 Soto, Francisco Rafael Martins
Lima, Érico da Silva
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Costa, Adriano Adelson
Soto, Francisco Rafael Martins
Lima, Érico da Silva
dc.subject.por.fl_str_mv agronegócio
atividade suiní­cola
saúde ambiental
tecnologias limpas
topic agronegócio
atividade suiní­cola
saúde ambiental
tecnologias limpas
description A suinocultura é uma atividade econômica relevante para o agronegócio brasileiro. O Brasil é o quarto maior exportador mundial deste tipo de proteí­na animal. No ano de 2017, segundo a Associação Brasileira de Proteí­na Animal, foram produzidas 3,75 milhões de toneladas de carne suí­na. Além do fator econômico, a suinocultura contribui para a fixação do homem no campo, por meio da geração de empregos ao longo de toda a cadeia produtiva, que inclui desde produção de insumos, máquinas e remédios até a criação e abate dos animais. Entretanto, atrelado ao seu crescimento, houve aumento do potencial poluidor da atividade, devido a grande quantidade de dejetos (7,0 a 8,0 L/dia, em média) produzida diariamente em pequenas áreas, isto é, a geração de efluentes em forma concentrada. O descarte inadequado deste material gera impactos na saúde ambiental como: liberação de gases do efeito estufa e de odores desagradáveis, eutrofização, saturação dos solos e proliferação de vetores de doenças. Diante disto, ao longo do tempo foram desenvolvidas tecnologias capazes de realizar o tratamento dos dejetos suí­nos (DS), com o intuito de minimizar o potencial de degradação ambiental e contribuir para a sustentabilidade e eficiência da cadeia produtiva. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise das alternativas tecnológicas que são aplicadas no tratamento dos DS. Desenvolvimento: As alternativas tecnológicas para o tratamento dos DS devem ser eficientes na redução da concentração de matéria orgânica (MO), nutrientes e na eliminação de eventuais microrganismos patogênicos. As principais opções identificadas na literatura foram: compostagem, vermicompostagem, lagoas de estabilização, reator de fluxo ascendente com manta de lodo (UASB) e biodigestão anaeróbia. A compostagem e a vermicompostagem são alternativas ideais para o tratamento apenas da fração sólida dos DS. Enquanto na primeira o processo de estabilização da MO ocorre graças a elevação da temperatura (fase termofí­lica) e ação dos microrganismos, no segundo se dá, majoritariamente, pela ação de minhocas que realizam a mineralização do material. As lagoas de estabilização se caracterizam pelo baixo custo e necessidade de grandes áreas para implantação, longo tempo de retenção hidráulica. Elas podem ser anaeróbias ou facultativas, de maturação ou com associação com macrófitas.  No reator UASB o tratamento dos DS é anaeróbio, com baixo custo de implantação e manutenção, porém esta metodologia é indicada preferencialmente para efluentes com baixa concentração de fração sólida. Na biodigestão anaeróbia, também indicada para fração lí­quida do DS, a MO é decomposta e transformada em biogás e biofertilizante, que podem ser utilizados, respectivamente, na geração de energia e na adubação de lavouras. A construção e implantação de biodigestores implica investimento alto, porém com o uso dos subprodutos e dos ganhos ambientais, obtém-se o retorno do investimento em alguns anos. Considerações finais: Identificou-se que a aplicação destas alternativas tecnológicas isoladas não é capaz de reduzir eficientemente o potencial poluidor dos DS. Para isso, é ideal a associação delas em um sistema de tratamento que garanta a minimização dos problemas ambientais da suinocultura, a continuidade da atividade e a utilização dos subprodutos gerados.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-12-20
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/1955
url https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/1955
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/1955/1392
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2019 Adriano Adelson Costa, Francisco Rafael Martins Soto, Érico da Silva Lima
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2019 Adriano Adelson Costa, Francisco Rafael Martins Soto, Érico da Silva Lima
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Atas de Saúde Ambiental - ASA (ISSN 2357-7614)
publisher.none.fl_str_mv Atas de Saúde Ambiental - ASA (ISSN 2357-7614)
dc.source.none.fl_str_mv Atas de Saúde Ambiental - ASA (ISSN 2357-7614); v. 6 (2018): SUPLEMENTO - ANAIS DO VII SIMPÓSIO DE SAÚDE AMBIENTAL; 10
2357-7614
reponame:Atas de Saúde Ambiental
instname:Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)
instacron:FMU
instname_str Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)
instacron_str FMU
institution FMU
reponame_str Atas de Saúde Ambiental
collection Atas de Saúde Ambiental
repository.name.fl_str_mv Atas de Saúde Ambiental - Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU)
repository.mail.fl_str_mv ||asa.revista@gmail.com
_version_ 1798945156819320832