A EXPERIÊNCIA DO DEPOIMENTO ESPECIAL A PARTIR DA PERSPECTIVA DE MENINAS ADOLESCENTES VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: da Silva Ramos, Michele
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: De Antoni, Clarissa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Psicologia e Saúde em Debate
Texto Completo: https://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/1032
Resumo: Políticas públicas têm sido desenvolvidas para assistir as crianças e os adolescentes testemunhas ou vítimas de diferentes tipos de abusos. Dentre elas, a Lei da Escuta Protegida implantou no Brasil o depoimento especial (DE), que é um modo acolhedor de ouvir as vítimas em audiência e que visa proteger contra revitimizações. Essa pesquisa qualitativa exploratória-descritiva objetivou conhecer como meninas adolescentes vítimas de abuso sexual, que passaram por acolhida em saúde mental compreenderam a sua experiência de serem ouvidas pelo DE. Participaram do estudo sete meninas adolescentes de 12 a 17 anos. Utilizou-se entrevistas e informações dos prontuários clínicos para coleta dos dados. Realizou-se análise temática dos achados e se obteve como resultados dois temas: experiência com o DE e #ficaadica. A apreciação dos dados identificou que as meninas tinham expectativas negativas quanto ao DE e sentiam ansiedade, medo e tristeza antes dele ocorrer. Após ao início da audiência, elas ficam mais tranquilas e ao final, sentiram-se aliviadas. Apesar do desconforto, consideram importante ter esse espaço de fala, inclusive incentivam que outras adolescentes participem do DE. Por fim, indicam que não é necessário mudar como é organizado o DE. Compreende-se, portanto, que o atendimento dos técnicos especializados e a organização da sala de audiência estão relacionadas com o processo de alívio da ansiedade das participantes ao longo do DE, visto que disponibilizam um espaço de escuta com respeito, conforto e gentileza.
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Participaram do estudo sete meninas adolescentes de 12 a 17 anos. Utilizou-se entrevistas e informações dos prontuários clínicos para coleta dos dados. Realizou-se análise temática dos achados e se obteve como resultados dois temas: experiência com o DE e #ficaadica. A apreciação dos dados identificou que as meninas tinham expectativas negativas quanto ao DE e sentiam ansiedade, medo e tristeza antes dele ocorrer. Após ao início da audiência, elas ficam mais tranquilas e ao final, sentiram-se aliviadas. Apesar do desconforto, consideram importante ter esse espaço de fala, inclusive incentivam que outras adolescentes participem do DE. Por fim, indicam que não é necessário mudar como é organizado o DE. Compreende-se, portanto, que o atendimento dos técnicos especializados e a organização da sala de audiência estão relacionadas com o processo de alívio da ansiedade das participantes ao longo do DE, visto que disponibilizam um espaço de escuta com respeito, conforto e gentileza.Public policies have been developed to assist children and adolescents who are witnesses or victims of different types of abuse. Among them, the Protected Listening Law implemented in Brazil the special testimony (ST), which is a welcoming way of listening to victims in hearing and which aims to protect against re-victimization. This exploratory-descriptive qualitative research aimed to understand how adolescent girls who were victims of sexual abuse, who went through mental health care understood their experience of being heard by the ST. Seven adolescent girls aged 12 to 17 years participated in the study. Interviews and information from medical records were used for data collection. A thematic analysis of the findings was carried out and two themes were obtained: experience with the ST and #takethetip. The appreciation of the data identified that the girls had negative expectations about the ST and felt anxiety, fear and sadness before it occurred. After the beginning of the hearing, they became calmer and at the end, they felt relieved. Despite the discomfort of speaking, they understand that it is important, including encouraging other adolescents to participate in the ST. Finally, they indicate that it is not necessary to change how the ST is organized. It is understood, therefore, that the assistance of specialized technicians and the organization of the courtroom are related to the process of relieving the anxiety of the participants throughout the ST, since it is not necessary to change the way the ST is organized.Se han desarrollado políticas públicas para ayudar a los niños y adolescentes que son testigos o víctimas de diferentes tipos de abusos. Entre ellas, la Ley de Escucha Protegida implantó en Brasil el testimonio especial (TE), que es una forma acogedora de escuchar a las víctimas en audiencia y tiene como objetivo protegerlas contra la revictimización. Esta investigación cualitativa exploratoria-descriptiva tuvo como objetivo comprender cómo las adolescentes víctimas de abuso sexual que habían sido acogidas en salud mental entendían su experiencia de ser escuchadas por el TE. Participaron del estudio siete adolescentes de 12 a 17 años. Para la recolección de datos se utilizaron entrevistas e informaciones de historias clínicas. Se realizó un análisis temático de los hallazgos y se obtuvieron dos temas: experiencia con el TE y #siguelapista. La evaluación de los datos identificó que las chicas tenían expectativas negativas sobre el TE y sentían ansiedad, miedo y tristeza antes de que se produjera. Una vez iniciada la audiencia, se tranquilizaron y, al final, se sintieron aliviadas. A pesar de la incomodidad de hablar, se dan cuenta de que es importante e incluso animan a otros adolescentes a participar en la TE. Por último, indican que no es necesario cambiar cómo está organizado el TE. Por lo tanto, se entiende que la atención prestada por los técnicos especializados y la organización de la sala están relacionadas con el proceso de alivio de la ansiedad durante el TE, ya que ofrecen un espacio para escuchar con respeto, comodidad y amabilidad.Faculdade Patos de Minas2023-10-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/103210.22289/2446-922X.V9N2A31Psicologia e Saúde em debate; Vol. 9 No. 2 (2023); 535-554Psicologia e Saúde em debate; Vol. 9 Núm. 2 (2023); 535-554Psicologia e Saúde em debate; v. 9 n. 2 (2023); 535-5542446-922X10.22289/2446-922X.V9N2reponame:Psicologia e Saúde em Debateinstname:Faculdade Patos de Minas (FPM)instacron:FPMporhttps://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/1032/622Copyright (c) 2023 Psicologia e Saúde em debatehttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessda Silva Ramos, MicheleDe Antoni, Clarissa2023-12-15T05:08:06Zoai:ojs2.psicodebate.dpgpsifpm.com.br:article/1032Revistahttp://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodicoPRIhttps://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/oaieditor@dpgpsifpm.com.br2446-922X2446-922Xopendoar:2023-12-15T05:08:06Psicologia e Saúde em Debate - Faculdade Patos de Minas (FPM)false
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