IMAGINÁRIO COLETIVO DOS ALUNOS DE PSICOLOGIA ACERCA DAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Psicologia e Saúde em Debate |
Texto Completo: | https://psicodebate.dpgpsifpm.com.br/index.php/periodico/article/view/215 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: As pessoas em situação de rua são uma parcela da população muitas vezes desconsiderada ou mal vista pelos olhares preconceituosos de muitos. Segundo Varanda e Adorno (2004) “ O sujeito em situação de rua ocupa uma posição de sem lar, sem laços e sem dignidade, sendo que o único lugar que lhe resta para tentar existir de algum modo é a rua. ”. Há uma negligência histórica para com a assistência a pessoas em situação de rua, todavia, apesar das dificuldades, também assistimos a crescente criação de dispositivos que tentam mediar o processo de vinculação e cuidado voltado a esta população. Em todos esses serviços há a presença do profissional de psicologia, que sem dúvidas apresenta grande potencialidade técnica e teórica para desenvolver intervenções produtivas. Porém a assistência a pessoas em situação de rua ainda se configura como uma área de atuação para os profissionais da psicologia bastante desafiadora devido à diversos fatores, entre eles podemos destacar as inúmeras vulnerabilidades sobrepostas que este público está exposto e a complexidade da situação de atendimento que na maior parte das vezes precisa, ao menos em um primeiro momento, acontecer na rua. Porém dentre todas as dificuldades ressaltamos que os estudantes e profissionais de psicologia também sofrem influências de uma lógica social segregacionista, preconceituosa, culturalmente construída em torno da população em situação de rua. Apoiados no conceito de imaginário coletivo e na influência que o mesmo pode desempenhar no posicionamento dos estudantes de psicologia, acreditamos que mudanças em práticas de cuidados e assistência a população em situação de rua não dependem apenas de capacitações em nível de informações, mas sim, de espaços de escuta que propicie encontros com estes imaginários e possibilite rupturas, transformações- sensibilizações e produções de novas formas de saber-fazer para a psicologia. OBJETIVO: Compreender o imaginário coletivo dos estudantes de psicologia da Faculdade Patos de Minas – FPM em relação a vivência de rua, as políticas assistenciais voltadas a população em situação de rua e a atuação do psicólogo junto a pessoas em situação de rua. MÉTODO: Foi realizado um encontro com os participantes e utilizado como recurso mediador, a aplicação do Desenho-Estória com tema. Todo o material produzido durante o grupo foi gravado em áudio e depois transcritos para fins de análise. Os desenhos e estórias construídas pelos participantes também foram recolhidos e realizadas anotações sobre a dinâmica grupal. Sendo assim, o corpus de análise foi composto dos três elementos supracitados. A metodologia escolhida para a realização da presente pesquisa foi a qualitativa. DISCUSSÃO E RESULTADOS: O estudo possibilitou uma maior compreensão acerca do imaginário coletivo dos estudantes de graduação em psicologia da Faculdade Patos de Minas – FPM sobre as pessoas em situação de rua Com o desenvolvimento do estudo evidenciou-se falta de envolvimento dos alunos com a temática, a análise realizada também possibilitou reflexões sobre as influências deste imaginário durante a graduação e como ele se desenvolve no âmbito acadêmico, outro ponto passível de destaque foi como se aplica na prática os cuidados e políticas públicas voltados a esta população. A partir da leitura interpretativa dos dados construídos durante a pesquisa, evidenciamos três eixos de análises nomeados da seguinte forma (1). Invisíveis sociais; (2) Ensino e prática e (3) (Des) assistência social. A partir de cada um desses eixos enunciados foi possível compreender melhor as questões levantadas durante o encontro relacionadas a visão ou falta de visão dos estudantes no que tange essa parcela da população, além da assistência que se mostra precária devido a deficiência de políticas públicas que envolvam e trabalhe em prol da ampliação de direitos e garantias de acessos as pessoas que se encontram em situação de rua. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A população em situação de rua vem crescendo com o passar dos anos e apesar dessa estatística, percebe-se uma mobilização muito aquém da necessária para que haja um assistência a essa população de forma adequada, alinhada aos princípios do SUS e dos Direitos Humanos, Tais considerações vão ao encontro da forma de tratamento oferecida a essas pessoas que ainda compõem o grupo dos ditos invisíveis sociais, sendo que quando são vistos, geralmente o são através de um prisma calcado no preconceito e na exclusão. Como descreve SNOW e ANDERSON, 1998, p.340: "Afinal de contas, se raramente você é o destinatário de qualquer atenção positiva ou é completamente ignorado, criar e se isolar numa realidade privada que lhe dá percepções privilegiadas e status especial pode ser mais adaptativo do que parece à primeira vista". Essa invisibilidade vai muito além das pessoas que transitam nas ruas e se depara com a população em situação de rua de forma corriqueira, ela alcança os profissionais da saúde e também as universidades que demonstram uma deficiência na grade curricular no que diz respeito a essa temática por abrangê-la de forma rápida o que não possibilita aos estudantes um maior envolvimento com o tema. Diante disso, o presente estudo ressalta a necessidade de ampliação, tanto de pesquisas, quanto de intervenções mais amplas e aprofundadas sobre a temática. |
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Porém a assistência a pessoas em situação de rua ainda se configura como uma área de atuação para os profissionais da psicologia bastante desafiadora devido à diversos fatores, entre eles podemos destacar as inúmeras vulnerabilidades sobrepostas que este público está exposto e a complexidade da situação de atendimento que na maior parte das vezes precisa, ao menos em um primeiro momento, acontecer na rua. Porém dentre todas as dificuldades ressaltamos que os estudantes e profissionais de psicologia também sofrem influências de uma lógica social segregacionista, preconceituosa, culturalmente construída em torno da população em situação de rua. Apoiados no conceito de imaginário coletivo e na influência que o mesmo pode desempenhar no posicionamento dos estudantes de psicologia, acreditamos que mudanças em práticas de cuidados e assistência a população em situação de rua não dependem apenas de capacitações em nível de informações, mas sim, de espaços de escuta que propicie encontros com estes imaginários e possibilite rupturas, transformações- sensibilizações e produções de novas formas de saber-fazer para a psicologia. OBJETIVO: Compreender o imaginário coletivo dos estudantes de psicologia da Faculdade Patos de Minas – FPM em relação a vivência de rua, as políticas assistenciais voltadas a população em situação de rua e a atuação do psicólogo junto a pessoas em situação de rua. MÉTODO: Foi realizado um encontro com os participantes e utilizado como recurso mediador, a aplicação do Desenho-Estória com tema. Todo o material produzido durante o grupo foi gravado em áudio e depois transcritos para fins de análise. 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A partir da leitura interpretativa dos dados construídos durante a pesquisa, evidenciamos três eixos de análises nomeados da seguinte forma (1). Invisíveis sociais; (2) Ensino e prática e (3) (Des) assistência social. A partir de cada um desses eixos enunciados foi possível compreender melhor as questões levantadas durante o encontro relacionadas a visão ou falta de visão dos estudantes no que tange essa parcela da população, além da assistência que se mostra precária devido a deficiência de políticas públicas que envolvam e trabalhe em prol da ampliação de direitos e garantias de acessos as pessoas que se encontram em situação de rua. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A população em situação de rua vem crescendo com o passar dos anos e apesar dessa estatística, percebe-se uma mobilização muito aquém da necessária para que haja um assistência a essa população de forma adequada, alinhada aos princípios do SUS e dos Direitos Humanos, Tais considerações vão ao encontro da forma de tratamento oferecida a essas pessoas que ainda compõem o grupo dos ditos invisíveis sociais, sendo que quando são vistos, geralmente o são através de um prisma calcado no preconceito e na exclusão. Como descreve SNOW e ANDERSON, 1998, p.340: "Afinal de contas, se raramente você é o destinatário de qualquer atenção positiva ou é completamente ignorado, criar e se isolar numa realidade privada que lhe dá percepções privilegiadas e status especial pode ser mais adaptativo do que parece à primeira vista". 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Porém a assistência a pessoas em situação de rua ainda se configura como uma área de atuação para os profissionais da psicologia bastante desafiadora devido à diversos fatores, entre eles podemos destacar as inúmeras vulnerabilidades sobrepostas que este público está exposto e a complexidade da situação de atendimento que na maior parte das vezes precisa, ao menos em um primeiro momento, acontecer na rua. Porém dentre todas as dificuldades ressaltamos que os estudantes e profissionais de psicologia também sofrem influências de uma lógica social segregacionista, preconceituosa, culturalmente construída em torno da população em situação de rua. 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A partir da leitura interpretativa dos dados construídos durante a pesquisa, evidenciamos três eixos de análises nomeados da seguinte forma (1). Invisíveis sociais; (2) Ensino e prática e (3) (Des) assistência social. A partir de cada um desses eixos enunciados foi possível compreender melhor as questões levantadas durante o encontro relacionadas a visão ou falta de visão dos estudantes no que tange essa parcela da população, além da assistência que se mostra precária devido a deficiência de políticas públicas que envolvam e trabalhe em prol da ampliação de direitos e garantias de acessos as pessoas que se encontram em situação de rua. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A população em situação de rua vem crescendo com o passar dos anos e apesar dessa estatística, percebe-se uma mobilização muito aquém da necessária para que haja um assistência a essa população de forma adequada, alinhada aos princípios do SUS e dos Direitos Humanos, Tais considerações vão ao encontro da forma de tratamento oferecida a essas pessoas que ainda compõem o grupo dos ditos invisíveis sociais, sendo que quando são vistos, geralmente o são através de um prisma calcado no preconceito e na exclusão. Como descreve SNOW e ANDERSON, 1998, p.340: "Afinal de contas, se raramente você é o destinatário de qualquer atenção positiva ou é completamente ignorado, criar e se isolar numa realidade privada que lhe dá percepções privilegiadas e status especial pode ser mais adaptativo do que parece à primeira vista". 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