Além do “ódio”: metonímias queer para crime, patologia e antiviolência
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Meritum (Belo Horizonte. Online) |
Texto Completo: | http://revista.fumec.br/index.php/meritum/article/view/3062 |
Resumo: | Neste artigo, questiona-se o papel até então não indagado do ódio como paradigma hegemônico para entender a violência e se organizar contra ela em nível global. Embora tenhamos à disposição uma gama de perspectivas analíticas – desde os estudos da afetividade até o feminismo e a homonormatividade – para compreender as figurações dominantes de amor queer, bem como os coletivos multiculturais neoliberais e os cenários carcerários que eles viabilizam, o ódio ainda não foi objeto de escrutínio semelhante. Usando uma lente transnacional para documentar a chegada do discurso do crime de ódio/violência na Alemanha, onde são recentes discursos como Hassgewalt,que atribuem a violência ao ódio, defendo que é arriscado organizar-se em torno de um diagnóstico de ódio, visto que o ódio já está associado a corpos racializados. Ao mapear as figurações de violência, homofobia e crime em uma série de textos midiáticos, ativistas e políticos, afirmo que o drama dos amantes queer e o Outro odioso aproximou-se de discursos mais amplos sobre o crime, os quais são extremamente racializados e globalizados. Os dois pânicos morais dividem o palco no centro gentrificado das cidades, um perfil psíquico, um arsenal de técnicas de punição e reforma, bem como um horizonte e uma orientação biológica e geopolítica voltados para corpos e espaços degenerados que são descartáveis e ao mesmo tempo lugares de onde se extraem valores. Isso tem implicações para além das linguagens que escolhemos usar. Neste artigo, preconizase um imaginário abolicionista que vai além da prisão e se estende a lugares institucionais e a outros mais frequentemente considerados solidários e benévolos, inclusive as comunidades que nós próprios queremos construir. |
id |
FUMEC-1_bf9d7917ade028be379b2a568b26b7d9 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.fumec.br:article/3062 |
network_acronym_str |
FUMEC-1 |
network_name_str |
Meritum (Belo Horizonte. Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Além do “ódio”: metonímias queer para crime, patologia e antiviolênciaJustiça sexual. Queer. Crimes de ódio. Transnacionalidade.Neste artigo, questiona-se o papel até então não indagado do ódio como paradigma hegemônico para entender a violência e se organizar contra ela em nível global. Embora tenhamos à disposição uma gama de perspectivas analíticas – desde os estudos da afetividade até o feminismo e a homonormatividade – para compreender as figurações dominantes de amor queer, bem como os coletivos multiculturais neoliberais e os cenários carcerários que eles viabilizam, o ódio ainda não foi objeto de escrutínio semelhante. Usando uma lente transnacional para documentar a chegada do discurso do crime de ódio/violência na Alemanha, onde são recentes discursos como Hassgewalt,que atribuem a violência ao ódio, defendo que é arriscado organizar-se em torno de um diagnóstico de ódio, visto que o ódio já está associado a corpos racializados. Ao mapear as figurações de violência, homofobia e crime em uma série de textos midiáticos, ativistas e políticos, afirmo que o drama dos amantes queer e o Outro odioso aproximou-se de discursos mais amplos sobre o crime, os quais são extremamente racializados e globalizados. Os dois pânicos morais dividem o palco no centro gentrificado das cidades, um perfil psíquico, um arsenal de técnicas de punição e reforma, bem como um horizonte e uma orientação biológica e geopolítica voltados para corpos e espaços degenerados que são descartáveis e ao mesmo tempo lugares de onde se extraem valores. Isso tem implicações para além das linguagens que escolhemos usar. Neste artigo, preconizase um imaginário abolicionista que vai além da prisão e se estende a lugares institucionais e a outros mais frequentemente considerados solidários e benévolos, inclusive as comunidades que nós próprios queremos construir.Universidade FUMEC2015-06-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://revista.fumec.br/index.php/meritum/article/view/306210.46560/meritum.v9i2.3062Meritum, Law Journal of FUMEC University; Vol. 9, Nº 02 - julho/dezembro 2014Meritum, Revista de Derecho de la Universidad FUMEC; Vol. 9, Nº 02 - julho/dezembro 2014Meritum, Journal de droit de l'Université FUMEC; Vol. 9, Nº 02 - julho/dezembro 2014Meritum, Revista de Direito da Universidade FUMEC; Vol. 9, Nº 02 - julho/dezembro 20142238-69391980-207210.46560/meritum.v9i2reponame:Meritum (Belo Horizonte. Online)instname:Universidade FUMECinstacron:FUMECporhttp://revista.fumec.br/index.php/meritum/article/view/3062/1667Haritaworn, Jininfo:eu-repo/semantics/openAccess2015-06-26T13:25:00Zoai:ojs.fumec.br:article/3062Revistahttp://revista.fumec.br/index.php/meritumPUBhttps://revista.fumec.br/index.php/meritum/oairevistameritum@fumec.br2238-69391980-2072opendoar:2015-06-26T13:25Meritum (Belo Horizonte. Online) - Universidade FUMECfalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Além do “ódio”: metonímias queer para crime, patologia e antiviolência |
title |
Além do “ódio”: metonímias queer para crime, patologia e antiviolência |
spellingShingle |
Além do “ódio”: metonímias queer para crime, patologia e antiviolência Haritaworn, Jin Justiça sexual. Queer. Crimes de ódio. Transnacionalidade. |
title_short |
Além do “ódio”: metonímias queer para crime, patologia e antiviolência |
title_full |
Além do “ódio”: metonímias queer para crime, patologia e antiviolência |
title_fullStr |
Além do “ódio”: metonímias queer para crime, patologia e antiviolência |
title_full_unstemmed |
Além do “ódio”: metonímias queer para crime, patologia e antiviolência |
title_sort |
Além do “ódio”: metonímias queer para crime, patologia e antiviolência |
author |
Haritaworn, Jin |
author_facet |
Haritaworn, Jin |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Haritaworn, Jin |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Justiça sexual. Queer. Crimes de ódio. Transnacionalidade. |
topic |
Justiça sexual. Queer. Crimes de ódio. Transnacionalidade. |
description |
Neste artigo, questiona-se o papel até então não indagado do ódio como paradigma hegemônico para entender a violência e se organizar contra ela em nível global. Embora tenhamos à disposição uma gama de perspectivas analíticas – desde os estudos da afetividade até o feminismo e a homonormatividade – para compreender as figurações dominantes de amor queer, bem como os coletivos multiculturais neoliberais e os cenários carcerários que eles viabilizam, o ódio ainda não foi objeto de escrutínio semelhante. Usando uma lente transnacional para documentar a chegada do discurso do crime de ódio/violência na Alemanha, onde são recentes discursos como Hassgewalt,que atribuem a violência ao ódio, defendo que é arriscado organizar-se em torno de um diagnóstico de ódio, visto que o ódio já está associado a corpos racializados. Ao mapear as figurações de violência, homofobia e crime em uma série de textos midiáticos, ativistas e políticos, afirmo que o drama dos amantes queer e o Outro odioso aproximou-se de discursos mais amplos sobre o crime, os quais são extremamente racializados e globalizados. Os dois pânicos morais dividem o palco no centro gentrificado das cidades, um perfil psíquico, um arsenal de técnicas de punição e reforma, bem como um horizonte e uma orientação biológica e geopolítica voltados para corpos e espaços degenerados que são descartáveis e ao mesmo tempo lugares de onde se extraem valores. Isso tem implicações para além das linguagens que escolhemos usar. Neste artigo, preconizase um imaginário abolicionista que vai além da prisão e se estende a lugares institucionais e a outros mais frequentemente considerados solidários e benévolos, inclusive as comunidades que nós próprios queremos construir. |
publishDate |
2015 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2015-06-16 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://revista.fumec.br/index.php/meritum/article/view/3062 10.46560/meritum.v9i2.3062 |
url |
http://revista.fumec.br/index.php/meritum/article/view/3062 |
identifier_str_mv |
10.46560/meritum.v9i2.3062 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://revista.fumec.br/index.php/meritum/article/view/3062/1667 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade FUMEC |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade FUMEC |
dc.source.none.fl_str_mv |
Meritum, Law Journal of FUMEC University; Vol. 9, Nº 02 - julho/dezembro 2014 Meritum, Revista de Derecho de la Universidad FUMEC; Vol. 9, Nº 02 - julho/dezembro 2014 Meritum, Journal de droit de l'Université FUMEC; Vol. 9, Nº 02 - julho/dezembro 2014 Meritum, Revista de Direito da Universidade FUMEC; Vol. 9, Nº 02 - julho/dezembro 2014 2238-6939 1980-2072 10.46560/meritum.v9i2 reponame:Meritum (Belo Horizonte. Online) instname:Universidade FUMEC instacron:FUMEC |
instname_str |
Universidade FUMEC |
instacron_str |
FUMEC |
institution |
FUMEC |
reponame_str |
Meritum (Belo Horizonte. Online) |
collection |
Meritum (Belo Horizonte. Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Meritum (Belo Horizonte. Online) - Universidade FUMEC |
repository.mail.fl_str_mv |
revistameritum@fumec.br |
_version_ |
1798945262014562304 |