Trabalho socialmente qualificado, produção de valor, indústria cultural e paradigma da linguagem - reflexões iniciais sobre as relações entre economia, cultura e individualidade

• Autor(a) principal: Policarpo Júnior, José
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Cadernos de Estudos Sociais (Online)
• Texto Completo: https://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1285

Este trabalho revisita a teoria marxiana do valor com vistas ao entendimento da produção de valor no capitalismo contemporâneo, ressaltando, para isso, a importância do trabalho socialmente qualificado e da propaganda. Relaciona essas novas formas de produção de valor com a indústria cultural, investigando as razões que determinam a hegemonia das produções e significados culturais estadunidenses e europeus em relação àqueles dos espaços sociais periféricos. Diante desse padrão cultural hegemônico, analisam-se os motivos que impelem a legitimação de determinados perfis subjetivos demandados dos indivíduos de acordo com a situação objetiva que ocupam na estrutura social. Em seguida, discute-se rapidamente o papel desempenhado pela linguagem nas questões apresentadas, enfrentando-se a questão do suposto esgotamento do paradigma do trabalho em favor do paradigma da linguagem. Conclui-se que a hegemonia cultural dos países centrais e os modelos de subjetividade legitimados universalmente estão relacionados à nova forma de agregação de valor pelo trabalho socialmente mais qualificado, o que implica a rejeição da tese da superação do paradigma do trabalho pelo paradigma da linguagem. This work revisits the Marxian theory of value in order to understand the production of value in the contemporary capitalism by highlighting the importance of socially qualified labor and the marketing. It also links the new forms of production of the value with the cultural industry, investigating the reasons that determine the hegemony of the north american and european cultural production and meanings, in relation to those of peripheric social spaces. In view of such a hegemonic cultural pattern, we analyze the reasons that prompt the legitimation of certain subjective profiles required from the individuals, in agreement with their objective situation in the social structure. We then briefly discuss the role played by language in facing the issue of the presumed exhaustion of the paradigm labor in favor of the linguistic paradigm. We conclude that the cultural hegemony of central countries and universally legitimated models of subjectivity are related to the new form of value aggregation by the more qualified labor which implies the rejection of the thesis of substitution of the paradigm of labor by the paradigm of language.