A Família Escrava entre a Esfera Historiográfica e Antropológica
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos de Estudos Sociais (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1382 |
Resumo: | Esse artigo pretende abordar a família enquanto organização social dos escravos na esfera antropológica e histórica. A produção historiográfica clássica, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, reproduziu, ao longo dos anos, a idéia de que a vida familiar dos cativos era regida pela promiscuidade. A partir da década de 1970, historiadores como Herbert Guttman, Eugene Genovese, Manolo Florentino, Jose Roberto Góes e Robert Slenes contestaram essa visão demonstrando evidências empíricas sobre ocorrências de laços matrimoniais entre os escravos e refletindo sobre qual seria o papel do parentesco para esses agentes históricos. Essa geração de historiadores acabou supervalorizando o papel do casamento e da família nuclear na vida do cativo. Um olhar sobre algumas pesquisas antropológicas em comunidades pobres com baixas taxas de casamentos, pode contribuir para a construção de um paradigma no estudo do parentesco dos cativos que classifique o não-casamento como uma alternativa dentro das suas possibilidades de vivencia. Palavras - chave: Escravidão, Família, Casamento. This article intends to approach the family among social organization of the slaves in the anthropologic and historical sphere. The classic historiographic production, as much in Brazil as in the United States reproduced, along the years, the idea of that the familiar life inside of captive was mainly promiscuous. From the decade of 1970, historians as Herbert Guttman, Eugene Genovese, Manolo Florentino, José Robert Góes and Robert Slenes had contested this view, showing empirical evidences on occurrences of marriages between slaves and reflecting on which would be the role of kinship for these historical agents. This generation of historians ended up overvaluing the role of marriage and the nuclear family in captive life. A look at some anthropologic researches about poor communities with low marriage rates, can contribute to build up a paradigm in the study about captive's kinship that classifies the no-marriage relationship as an alternative inside of its possible experiences. Key words: Slavery, Family, Marriage |
id |
FUNDAJ-0_9a90bb229547ea19641f9d7add6917f8 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.emnuvens.com.br:article/1382 |
network_acronym_str |
FUNDAJ-0 |
network_name_str |
Cadernos de Estudos Sociais (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
A Família Escrava entre a Esfera Historiográfica e AntropológicaEsse artigo pretende abordar a família enquanto organização social dos escravos na esfera antropológica e histórica. A produção historiográfica clássica, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, reproduziu, ao longo dos anos, a idéia de que a vida familiar dos cativos era regida pela promiscuidade. A partir da década de 1970, historiadores como Herbert Guttman, Eugene Genovese, Manolo Florentino, Jose Roberto Góes e Robert Slenes contestaram essa visão demonstrando evidências empíricas sobre ocorrências de laços matrimoniais entre os escravos e refletindo sobre qual seria o papel do parentesco para esses agentes históricos. Essa geração de historiadores acabou supervalorizando o papel do casamento e da família nuclear na vida do cativo. Um olhar sobre algumas pesquisas antropológicas em comunidades pobres com baixas taxas de casamentos, pode contribuir para a construção de um paradigma no estudo do parentesco dos cativos que classifique o não-casamento como uma alternativa dentro das suas possibilidades de vivencia. Palavras - chave: Escravidão, Família, Casamento. This article intends to approach the family among social organization of the slaves in the anthropologic and historical sphere. The classic historiographic production, as much in Brazil as in the United States reproduced, along the years, the idea of that the familiar life inside of captive was mainly promiscuous. From the decade of 1970, historians as Herbert Guttman, Eugene Genovese, Manolo Florentino, José Robert Góes and Robert Slenes had contested this view, showing empirical evidences on occurrences of marriages between slaves and reflecting on which would be the role of kinship for these historical agents. This generation of historians ended up overvaluing the role of marriage and the nuclear family in captive life. A look at some anthropologic researches about poor communities with low marriage rates, can contribute to build up a paradigm in the study about captive's kinship that classifies the no-marriage relationship as an alternative inside of its possible experiences. Key words: Slavery, Family, MarriageFundação Joaquim Nabuco/Diretoria de Pesquisas Sociais2011-06-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1382Cadernos de Estudos Sociais; v. 23 n. 1-2 (2007)2595-40910102-4248reponame:Cadernos de Estudos Sociais (Online)instname:Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ)instacron:FUNDAJporhttps://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1382/1102Copyright (c) 2014 Cadernos de Estudos Sociaisinfo:eu-repo/semantics/openAccessDe' Carli, Caetano2014-10-03T13:06:09Zoai:ojs.emnuvens.com.br:article/1382Revistahttps://periodicos.fundaj.gov.br/CADPUBhttps://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/oaibeatriz.mesquita@fundaj.gov.br||beatriz.mesquita@fundaj.gov.br2595-40910102-4248opendoar:2014-10-03T13:06:09Cadernos de Estudos Sociais (Online) - Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
A Família Escrava entre a Esfera Historiográfica e Antropológica |
title |
A Família Escrava entre a Esfera Historiográfica e Antropológica |
spellingShingle |
A Família Escrava entre a Esfera Historiográfica e Antropológica De' Carli, Caetano |
title_short |
A Família Escrava entre a Esfera Historiográfica e Antropológica |
title_full |
A Família Escrava entre a Esfera Historiográfica e Antropológica |
title_fullStr |
A Família Escrava entre a Esfera Historiográfica e Antropológica |
title_full_unstemmed |
A Família Escrava entre a Esfera Historiográfica e Antropológica |
title_sort |
A Família Escrava entre a Esfera Historiográfica e Antropológica |
author |
De' Carli, Caetano |
author_facet |
De' Carli, Caetano |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
De' Carli, Caetano |
description |
Esse artigo pretende abordar a família enquanto organização social dos escravos na esfera antropológica e histórica. A produção historiográfica clássica, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, reproduziu, ao longo dos anos, a idéia de que a vida familiar dos cativos era regida pela promiscuidade. A partir da década de 1970, historiadores como Herbert Guttman, Eugene Genovese, Manolo Florentino, Jose Roberto Góes e Robert Slenes contestaram essa visão demonstrando evidências empíricas sobre ocorrências de laços matrimoniais entre os escravos e refletindo sobre qual seria o papel do parentesco para esses agentes históricos. Essa geração de historiadores acabou supervalorizando o papel do casamento e da família nuclear na vida do cativo. Um olhar sobre algumas pesquisas antropológicas em comunidades pobres com baixas taxas de casamentos, pode contribuir para a construção de um paradigma no estudo do parentesco dos cativos que classifique o não-casamento como uma alternativa dentro das suas possibilidades de vivencia. Palavras - chave: Escravidão, Família, Casamento. This article intends to approach the family among social organization of the slaves in the anthropologic and historical sphere. The classic historiographic production, as much in Brazil as in the United States reproduced, along the years, the idea of that the familiar life inside of captive was mainly promiscuous. From the decade of 1970, historians as Herbert Guttman, Eugene Genovese, Manolo Florentino, José Robert Góes and Robert Slenes had contested this view, showing empirical evidences on occurrences of marriages between slaves and reflecting on which would be the role of kinship for these historical agents. This generation of historians ended up overvaluing the role of marriage and the nuclear family in captive life. A look at some anthropologic researches about poor communities with low marriage rates, can contribute to build up a paradigm in the study about captive's kinship that classifies the no-marriage relationship as an alternative inside of its possible experiences. Key words: Slavery, Family, Marriage |
publishDate |
2011 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2011-06-14 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1382 |
url |
https://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1382 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1382/1102 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2014 Cadernos de Estudos Sociais info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2014 Cadernos de Estudos Sociais |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Fundação Joaquim Nabuco/Diretoria de Pesquisas Sociais |
publisher.none.fl_str_mv |
Fundação Joaquim Nabuco/Diretoria de Pesquisas Sociais |
dc.source.none.fl_str_mv |
Cadernos de Estudos Sociais; v. 23 n. 1-2 (2007) 2595-4091 0102-4248 reponame:Cadernos de Estudos Sociais (Online) instname:Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) instacron:FUNDAJ |
instname_str |
Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) |
instacron_str |
FUNDAJ |
institution |
FUNDAJ |
reponame_str |
Cadernos de Estudos Sociais (Online) |
collection |
Cadernos de Estudos Sociais (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Cadernos de Estudos Sociais (Online) - Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ) |
repository.mail.fl_str_mv |
beatriz.mesquita@fundaj.gov.br||beatriz.mesquita@fundaj.gov.br |
_version_ |
1798042201078366208 |