Da intenção ao gesto: sustentabilidade e narcisismo na cidade contemporânea
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos de Estudos Sociais (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.fundaj.gov.br/CAD/article/view/1309 |
Resumo: | O texto a seguir, de natureza eminentemente teórica, aponta dificuldades e contradições intrínsecas ao conceito de sustentabilidade, especialmente no que se refere ao urbano, como indicam não apenas a pobreza da literatura existente sobre sustentabilidade urbana (Mitlin e Satterthwaite, 1996), mas também a enorme quantidade de definições dadas à noção de sustentabilidade - mais de cem, segundo Guimarães (1996). Argumenta-se que a noção de sustentabilidade, do modo como esta posta, reflete muito mais uma intenção - e como tal não há o que se lhe opor - do que uma possibilidade concreta, especialmente quando se atenta para a natureza holística de uma idéia a ser posta em prática por uma sociedade marcadamente individualista. Isso posto, chama-se a atenção para o que, na idéia de sustentabilidade, pode ser apropriado pelo fazer urbano. Apoiada nos conceitos de individualismo (Dumont, 1985) e de narcisismo (Freud, 1914), discute-se a função do espaço público na cidade contemporânea. Trabalha-se com a hipótese de que é esse novo espaço público, entendido como um dispositivo de dramatização de intersubjetividade (Joseph, 1998), o elemento fundamental para que se passe da intenção ao gesto quando se trata da sustentabilidade urbana. Palavras chave: Sustentabilidade Urbana; Desenvolvimento Sustentável; Sociedade Moderna; Direito Natural; Espaço Público. The following text which is of a highly theoretical nature, highlights intrinsic difficulties and contradictions concerning the concept of sustainability, especially when referring to urban sustainability, as indicates not only the lack of existing literature dealing with urban sustainability (Mitlin and Satterthwaite, 1996) but also the enormous amount of definitions given to the idea of sustainability - more than one hundred according to Guimarães (1996). There is an argument which says that the idea of sustainability as it is presented shows much more of an intention - and as such it cannot be opposed - than a concrete possibility, especially when considering the holistic nature of an idea to be put into practice in a markedly individualistic society. Thus said, we would like to call attention to that, which in the idea of sustainability, is appropriate to urban development. Supported by the concepts of individualism (Dumont 1985) and narcissism (Freud 1914) the use of public space in the contemporary city can be discussed. We work on the assumption that it is this new public space, understood as a way of dramatizing in an intersubjective manner, that is the fundamental element when passing from intention to action when dealing with urban sustainability. |
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