Origem da Febre Amarela Urbana na América do Sul
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Ciência & Trópico (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/169 |
Resumo: | RESUMO O primeiro surto de febre amarela no Recife ocorreu por volta de 1685. Estas epidemias sempre aconteciam após a chegada das frotas ultramarinas, sendo suas vítimas, na quase totalidade, constituídas por homens brancos. Sabe-se hoje que a imunidade do aborígene e do negro, em contraste com a vulnerabilidade do branco, não é uma questão ética natural e sim adquirida. Após realizações de pesquisas imunológicas, chegou-se à conclusão de que a febre amarela era, pré-historicamente, endêmica tanto na África Ocidental como na América Central e Brasil, do que teria resultado a resistência dos negros e ameríndios. No entanto as tardias manifestações da febre amarela no Recife, Salvador, etc., aparecendo mais de um século após a chegada de europeu, explicam-se, em primeiro lugar, pelo fato de que o Aedes Aegypti é um mosquito nativo da África; e em segundo que “os males” configuraram surtos de febre amarela urbana, causada por esse mosquito, o transmissor exclusivo na América. Chegou-se à conclusão de que a epidemia de 1685 tinha ocorrido em conseqüência do desembarque dos pernilongos de embarcações vindas de São Tomé. ABSTRACT Origin of the Urban Yellow Fever in South America. v. 4, n. 2, p. 203-212, jul./dez. 1976. The first start of yellow fever in Recife occurred around 1685. These epidemies always happened after the arrival of ultramarine fleets, being their victims, almost totally, constituted by white men. It is known today that the immunity of the aborigine and the negro, in contrast with the vulnerability of the white man is not a natural ethnical question but, it is obtained. After realizations of immunological researches, it was concluded that the yellow fever was prehistorically, endemical, in Occidental Africa, Central America and Brazil, fact that would result in the American Indians and negro’s immunity. But the late manifestations of the yellow fever in Recife, Salvador, etc., appearing more than one century after, the European arrival are explained, first, because the Aedes aegypti is a native mosquito, the exclusive transmitter in America. It was concluded that the epidemy of 1685 had occurred in consequence of the mosquito landing of the ships came from São Tomé. RESUMÉ Origine de la fièvre Jaune urbaine en Amérique du Sud. v. 4, n. 2, p. 203-212, jul./dez. 1976. La première épidémie de fièvre jaune à Recife a eu lieu aux alentours de 1685. Ces épidémies avaient lieu toujours après l’arrivée de flottes ultramarines, ses victimes étant, dans la presque totalité, des hommes blancs. L’on sait aujourd’hui que l’imunité de l’aborigène et du noir, en contraste avec la vulnérabilité du blanc, n’est pas une question ethnique naturelle, mais aquise. Après avoir effectué des recherches imunológiques, on arriva à la conclusion de ce que la fièvre jaune était, pré-historiquement endémique aussi bien en Afrique Occidentale, qu’en Amérique Centrale et au Brésil, de ce quoi résulterait la résistence des négres et indigènes américains. Cependant, les manifestations tardives de la fièvre jaune à Recife, Salvador, etc., surgissant plus d’un siècle après l’arrivée de l’européen, s’expliquent, en premier lieu, par le fait que le Aedes aegypti est un moustique natif d’Afrique ; et en deuxième lieu parce que ont configuré de épidémies de fièvre jaune urbaine, causée par ce moustique, transmisseur exclusif en Amérique. L’on arriva à la conclusion de ce que l’épidemie de 1685 avait en lieu en conséquence du débarquement du moustique d’embarcations venues de São Tomé. |
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Origem da Febre Amarela Urbana na América do SulRESUMO O primeiro surto de febre amarela no Recife ocorreu por volta de 1685. Estas epidemias sempre aconteciam após a chegada das frotas ultramarinas, sendo suas vítimas, na quase totalidade, constituídas por homens brancos. Sabe-se hoje que a imunidade do aborígene e do negro, em contraste com a vulnerabilidade do branco, não é uma questão ética natural e sim adquirida. Após realizações de pesquisas imunológicas, chegou-se à conclusão de que a febre amarela era, pré-historicamente, endêmica tanto na África Ocidental como na América Central e Brasil, do que teria resultado a resistência dos negros e ameríndios. No entanto as tardias manifestações da febre amarela no Recife, Salvador, etc., aparecendo mais de um século após a chegada de europeu, explicam-se, em primeiro lugar, pelo fato de que o Aedes Aegypti é um mosquito nativo da África; e em segundo que “os males” configuraram surtos de febre amarela urbana, causada por esse mosquito, o transmissor exclusivo na América. Chegou-se à conclusão de que a epidemia de 1685 tinha ocorrido em conseqüência do desembarque dos pernilongos de embarcações vindas de São Tomé. ABSTRACT Origin of the Urban Yellow Fever in South America. v. 4, n. 2, p. 203-212, jul./dez. 1976. The first start of yellow fever in Recife occurred around 1685. These epidemies always happened after the arrival of ultramarine fleets, being their victims, almost totally, constituted by white men. It is known today that the immunity of the aborigine and the negro, in contrast with the vulnerability of the white man is not a natural ethnical question but, it is obtained. After realizations of immunological researches, it was concluded that the yellow fever was prehistorically, endemical, in Occidental Africa, Central America and Brazil, fact that would result in the American Indians and negro’s immunity. But the late manifestations of the yellow fever in Recife, Salvador, etc., appearing more than one century after, the European arrival are explained, first, because the Aedes aegypti is a native mosquito, the exclusive transmitter in America. It was concluded that the epidemy of 1685 had occurred in consequence of the mosquito landing of the ships came from São Tomé. RESUMÉ Origine de la fièvre Jaune urbaine en Amérique du Sud. v. 4, n. 2, p. 203-212, jul./dez. 1976. La première épidémie de fièvre jaune à Recife a eu lieu aux alentours de 1685. Ces épidémies avaient lieu toujours après l’arrivée de flottes ultramarines, ses victimes étant, dans la presque totalité, des hommes blancs. L’on sait aujourd’hui que l’imunité de l’aborigène et du noir, en contraste avec la vulnérabilité du blanc, n’est pas une question ethnique naturelle, mais aquise. Après avoir effectué des recherches imunológiques, on arriva à la conclusion de ce que la fièvre jaune était, pré-historiquement endémique aussi bien en Afrique Occidentale, qu’en Amérique Centrale et au Brésil, de ce quoi résulterait la résistence des négres et indigènes américains. Cependant, les manifestations tardives de la fièvre jaune à Recife, Salvador, etc., surgissant plus d’un siècle après l’arrivée de l’européen, s’expliquent, en premier lieu, par le fait que le Aedes aegypti est un moustique natif d’Afrique ; et en deuxième lieu parce que ont configuré de épidémies de fièvre jaune urbaine, causée par ce moustique, transmisseur exclusif en Amérique. L’on arriva à la conclusion de ce que l’épidemie de 1685 avait en lieu en conséquence du débarquement du moustique d’embarcations venues de São Tomé.Fundação Joaquim Nabuco2011-06-28info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/169Ciência & Trópico; Vol. 4 No. 2 (1976)Ciência & Trópico; Vol. 4 Núm. 2 (1976)Ciência & Trópico; v. 4 n. 2 (1976)2526-93720304-2685reponame:Ciência & Trópico (Online)instname:Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ)instacron:FUNDAJporhttps://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/169/86Copyright (c) 2014 Ciência & Trópicoinfo:eu-repo/semantics/openAccessAndrade, Gilberto Osório de2018-12-06T13:59:31Zoai:ojs.emnuvens.com.br:article/169Revistahttps://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/indexONGhttps://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/oailuis.silva-tc@fundaj.gov.br || alexandrina.sobreira@fundaj.gov.br2526-93720304-2685opendoar:2018-12-06T13:59:31Ciência & Trópico (Online) - Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ)false |
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