Pesquisa social: burocratização e autocrítica

• Autor(a) principal: Vila Nova, Sebastião
• Data de Publicação: 2011
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Ciência & Trópico (Online)
• Texto Completo: https://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/365

RESUMO Objetivando retomar alguns aspectos das críticas formuladas, a partir da década de cinqüenta, à prática da pesquisa social, principalmente as formuladas por Sorokin e Wright Mills, os efeitos da burocratização da pesquisa são analisados em conseqüência da sua crescente aceitação no mercado, no que se refere à tendência e predominância do estilo quantitativista de pesquisa nos moldes do chamado “empirismo abstrato” da crítica de Wright Mills. Relacionando supervalorização da Estatística na pesquisa social com uma tendência economicista na Sociologia, é constatada uma distorção nos objetivos originais dessa ciência, no sentido de que ela estaria, na prática, perdendo a perspectiva do todo que tradicionalmente a caracteriza. A dissociação da Filosofia, particularmente da Epistemologia, estaria na origem da ausência de espírito de autocrítica na prática da pesquisa social contemporânea, concluindo que ao pesquisador social cumpre ter consciência crítica dos pressupostos da teoria do conhecimento prevalecente na Ciência Social da atualidade, a fim de não cair no culto ingênuo da indução como critério absoluto de validação do conhecimento científico. ABSTRACT Social research:burocratization and autocriticism. v. 12, n. 2, p. 225-240, jul./dez. 1984. Objecting to get back some aspects of the criticisms formulated, starting in the fifty years to the practice of the social research, mainly those ones by Sorokin and Wright Mills, the effects of the burocratization of the research are analysed in consequence of its increasing acceptance in the market, in what is referred to the tendence and to the prevalence of the quantitative style of research in the form of the so called “abstract empirism” of Wright MilIs’ criticism. Relating supervalorization of the Statistics in the social research with an economicist tendence in the Sociology, it is confirmed a misleadingness in the original objectives of this science, in the sense that it would be, loozing in the practice the perspective of the whole which traditionally characterizes it. The dissociation of the Philosophy, particularly of the Epistemology, would be origined in the absence of autocriticism spirit in the practice of the contemporaneous social research, concluding that it is under the wing of the social researcher to have a critical consciousness of the suppositions of the knowledge theory which prevails in the up to date Social Science in order not to fall in the ingenuous cult of the induction as an absolute criterion of validity of the scientifical knowledge. RÉSUMÉ Recherche sociale: burocratisation et auto-critique. v. 12, n. 2, p. 225-240, jul./dez. 1984. Dans le but de reprendre quelques aspects des critiques formulées depuis les années 50, sur la façon de pratiquer la recherche sociale et surtout celles formulées par Sorokin et Wright Mills, les effets de la burocratisation sur la recherche sont analysés en conséquence de l’acceptation croissante sur le marché, en ce qui concerne la prédominance du style quantitatif de la recherche dans le modèle de ce qu’on appelle “empirisme abstrait” de la critique de Wrigth Mills. Mettant en relief la Statistique dans la recherche sociale et constatant une tendence économiciste dans la Sociologie, on arrive à une distorsion des objectifs originaux de cette science, dans le sens où elle est en train de perdre la perspective de l’ensemble qui traditionnellement la caractérise. La dissociation de la Philosophie, particulièrement de 1’Epistemologie, serait à l’origine l’absence de l’esprit d’autocritique dans la pratique da la recherche sociale contemporaine. Il faut que le chercheur aie une conscience critique des présuppositions de la théorie de la connaissance qui prévaut dans les sciences sociales de l’actualité, pour ne pas tomber dans le culte enfantin d’induction comme critère absolu de validation de la connaissance scientifique.