POR UMA VONTADE DE DESDIGITALIZAR

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vieira da Silva, Francisco
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Sousa, Claudemir
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Linguagens
Texto Completo: https://ojsrevista.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/view/4760
Resumo: Este artigo pretende analisar como o discurso de desintoxicação digital, presente em uma reportagem intitulada Tchimbum (ed. 2413), da Revista Veja, de 18 de fevereiro de 2015, insere-se no interior das preocupações biopolíticas e constrói uma subjetividade de doente e dependente para o sujeito hiperconectado. De um modo mais específico, pretendemos investigar a objetivação desse sujeito a partir de diferentes saberes que a citada reportagem deixa entrever e os modos de subjetivação propostos para resistir à dependência da tecnologia. Ancoramo-nos teoricamente na Análise do Discurso, mobilizando como categorias analíticas as noções-conceitos foucaultianas de enunciado, sujeito, biopoder, biopolítica e cuidado de si. Metodologicamente, nossa análise apresenta uma abordagem qualitativa, de cunho descritivo-interpretativo, partindo da arquegenealogia foucaultiana, que possibilita analisar o feixe de relações de saber e poder que permeiam os discursos. A partir das análises, foi possível concluir que as discursividades sobre o digital na mídia sustentam-se em saberes, principalmente clínicos, e fazem funcionar mecanismos de feições biopolíticas, na medida em que aferem a necessidade de conservar uma vida saudável e feliz, cujo objetivo fora prejudicado frente aos ardis das tecnologias digitais. 
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