ARTE E POLÍTICA: UMA ANÁLISE ESTÉTICA DO RAP EM UM DEBATE TEÓRICO-METODOLÓGICO

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Passold, Gabriel
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Linguagens
Texto Completo: https://ojsrevista.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/view/5020
Resumo: O presente artigo parte de uma experiência de ver/ouvir música e de compartilhar alguns instantes de nossa experiência estética com um debate a respeito da relação entre a arte do Rap e a política. Para esse debate, nossa problematização está relacionada à maneira como o Rap tem sido abordado nas universidades. Levantamos algumas questões teórico- metodológicas em trabalhos acadêmicos onde são realizadas leituras do Rap como representação. Em um âmbito geral, esta arte é representada essencialmente como música engajada, embora as argumentações nesse sentido se constituam tão somente sobre as letras e/ou comentários dos artistas. Nossa proposta é analisar as músicas através de uma ideia de arte e não tão somente de um suposto discurso a partir das letras. Trata-se de explorar os múltiplos sentidos nas obras. Para isso, mostraremos algumas contradições entre imagens e sons, palavras e imagens e não necessariamente suas significações, uma vez que entendemos a arte como primazia do elemento estético sobre a necessidade de significar. O que está em jogo não é a validade de um conteúdo da arte, mas o próprio dispositivo representativo, que se mostra problemático, pois mesmo que possamos perceber o julgamento da música com base em conceitos, há pelo menos 200 anos vivemos sob o que Jacques Rancière aponta como o regime estético das artes, em que a arte pode ser entendida enquanto quebra da representação. A partir disso, focamos nossa análise nas cenas de dissenso que o Rap nos proporciona, e não em termos de uma ideia ou de um lugar social da arte, pois este pode ser um amplo campo de pesquisa que, antes de trazer respostas aos problemas suscitados na academia, é produtora de distensões da ordem hierárquica, e, portanto, é política.
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