Sofrimento moral no trabalho da enfermagem

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bulhosa, Michele Salum
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FURG (RI FURG)
Texto Completo: http://repositorio.furg.br/handle/1/2915
Resumo: Dissertação(mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Escola de Enfermagem, 2006.
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spelling Sofrimento moral no trabalho da enfermagemMoral distress in nursing workSufrimiento moral en el trabajo de la enfermeríaMoralÉticaÉtica de enfermagemEthicsEthics nursingÉtica de enfermeríaMoraleDissertação(mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Escola de Enfermagem, 2006.Questões envolvendo problemas morais,dilemas morais e sofrimento moral estão presentes no cotidiano do trabalho da enfermagem, pois ao cuidar do paciente, diferentes decisões precisam ser tomadas. Quando as trabalhadoras de enfermagem se sentem impossibilitadas, por constrangimentos institucionais ou por outros, de agir conforme sua tomada de decisão, podem apresentar sofrimento moral. Para compreender como as trabalhadoras de enfermagem vivenciam problemas, dilemas e sofrimento moral no cotidiano de seu trabalho, realizamos uma etnoenfermagem, proposta por Leininger, mediante observações e entrevistas com uma equipe de enfermagem, de uma Unidade da Clinica Médica, pertencente a um Hospital Universitário localizado no extremo sul do Rio Grande do Sul. A partir da análise dos dados, foi possível construir duas grandes categorias: a) o cuidado fragilizado da equipe de enfermagem como fonte de sofrimento moral: uma questão de organização do trabalho, em que enfocamos a insuficiência de recursos materiais e humanos; o pouco controle das medicações, gerando, falta e sobra dos mesmos; o não reconhecimento do respaldo institucional para o exercício da autonomia da enfermeira; b) o cuidado fragilizado do paciente como fonte de sofrimento moral: uma questão de humanização do trabalho, focalizando a falta de humanização do cuidado, bem como, conflitos entre a equipe de enfermagem e os médicos residentes. Foram referidos, pelas trabalhadoras, sentimentos como raiva, indignação, culpa, tristeza, falta de esperança, frustração, impotência frente a problemas relacionados à (des)organização do trabalho na UCM. Tais sentimentos denotam o sofrimento moral, que, provavelmente, compromete o exercício autônomo e ético de cada membro desta equipe, podendo comprometer o cuidado dos pacientes. O sofrimento moral oriundo do enfrentamento, ou não, de situações dilemáticas ou de conflitos morais, ainda é pouco discutido e reconhecido no trabalho da enfermagem. O foco dos estudos está, geralmente, no sofrimento relacionado à (des)organização do trabalho, possivelmente, sem valorizar suficientemente a dimensão moral do trabalho da enfermagem e do modo como este trabalho está organizado, bem como suas implicações morais neste contexto. Os resultados desta pesquisa apontam para a necessidade do desenvolvimento de estratégias institucionais de apoio e respaldo à equipe da enfermagem, quanto ao reconhecimento e enfrentamento dos problemas, dilemas e sofrimento moral, associados às questões organizacionais, considerando-se o cuidado destas trabalhadoras e o cuidado dos pacientes que buscam e confiam nas instituições hospitalares.Issues concerning moral problems, dilemmas, and moral distress are part of the routine in nursing work since several decisions must be taken when caring for a patient. When workers in nursing feel that they cannot act according to their beliefs due to institutional or other kinds of constraints, they may go through moral distress. In order to understand how workers in nursing face moral problems, dilemmas, and moral distress in their everyday work, we have carried out an experiment in ethnonursing - proposed by Leininger - by doing observations and interviewing a nursing team at the Unit of Medical Clinic (UMC)in a university hospital in the very south of Rio Grande do Sul, Brazil. After the data analysis, two large categories were constructed: a) fragile care given by the nursing team leading to moral distress: a matter of work organization, in which we emphasize the lack of material and human resources; the lack of medication control, leading to both medication shortage and surplus; the lack of institutional support so that nurses can exert autonomy; b) fragile care given to the patient as a source of moral distress: a matter of work humanization, which focuses on the lack of humanization regarding care, conflicts among members of the nursing team and between this team and the residents. The workers reported feelings such as anger, indignation, guilt, sadness, lack of hope, frustration, and impotence towards problems concerning the work (dis)organization at the UMC. Such feelings denote the moral distress that is likely to interfere in the autonomous and ethical work carried out by each member of the team and may harm the care given to the patients. Moral distress that arises from facing, or not, dilemmas or moral conflicts is still little discussed and recognized in nursing work. Studies usually focus on the moral distress regarding the work (dis)organization, possibly without giving enough value to the moral dimension of nursing work and to how this work is organized, besides its moral implications for nursing care. The findings of this research point out the need to develop institutional strategies to support and assist the nursing team so that moral problems, dilemmas, and moral distress regarding organizational matters can be recognized and faced. Thus, workers and patients who look for and trust in these institutions may be taken care of.Cuestiones acerca de problemas morales, dilemas morales y sufrimiento moral están presentes en el cotidiano del trabajo de la enfermería, pues al cuidar de un paciente, diferentes decisiones necesitan ser tomadas. Cuando las trabajadoras de la enfermería se sienten imposibilitadas, por constreñimientos institucionales o por otros, a actuar de acuerdo con su tomada de decisión, pueden presentar sufrimiento moral. Para comprender como estas trabajadoras viven los problemas, los dilemas o los sufrimientos morales en el cotidiano de su trabajo, realizamos una etnoenfermería, propuesta por Leininger, mediante observaciones y entrevistas con un grupo de enfermería, de una Unidad de la Clínica Médica, pertenecente a un Hospital Universitário, localizado en el extremo sur del Rio Grande del Sur. A partir del análisis de los datos, fue posible construir dos grandes categorías: a) el cuidado debilitado del grupo de enfermería como fuente de sufrimiento moral: una cuestión de organización de trabajo, en que planteamos la escasez de recursos materiales y humanos; el mínimo control de las medicaciones, generando falta y sobra de las mismas; la inexistencia de apoyo institucional para el ejercicio de la autonomía de la enfermera; b) el cuidado debilitado del paciente como fuente de sufrimiento moral: una cuestión de humanización del trabajo, enfatizando la falta de humanización del cuidado, así como conflictos entre el grupo de enfermería y con los médicos residentes. Fueron referidos, por las trabajadoras, sentimientos de rabia, indignación, culpa, tristeza, falta de esperanza, frustración, impotencia frente los problemas relacionados a la (des)organización del trabajo en la UCM. Tales sentimientos denotan el sufrimiento moral, que, probablemente, compromete el ejercicio autónomo y ético de cada componente de este equipo podendo comprometer el cuidado de los pacientes. El sufrimiento moral, proveniente del enfrentemiento, o no,de situaciones dilemáticas o de conflictos morales, todavía es poco discutido y reconocido en el trabajo de la enfermería. El eje de los estudios está, generalmente, en el sufrimiento relacionado a la (des)organización del trabajo, posiblemente, sin valorar suficientemente la dimensión moral del trabajo de la enfermería y el modo como este está organizado, como también sus implicaciones morales en este contexto. Los resultados de esta pesquisa señalan la necesidad del desarrollo de estrategias institucionales de apoyo y respaldo al grupo de la enfermería, cuanto al reconocimiento y enfrentamiento de los problemas, dilemas y sufrimiento morales, asociados a las cuestiones organizacionales, sobretodo llevando en cuenta el cuidado de estas trabajadoras y el cuidado de los pacientes que buscan y confian en las instituciones hospitalares.Lunardi, Valéria LerchBulhosa, Michele Salum2012-12-01T15:53:04Z2012-12-01T15:53:04Z2006info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfBULHOSA, Michele Salum. Sofrimento moral no trabalho da enfermagem. 2006. 94f. 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