Uma leitura da Revista de Antropofagia: o espectro da Revolução Bolchevique?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, João Marques
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FURG (RI FURG)
Texto Completo: http://repositorio.furg.br/handle/1/7885
Resumo: Provavelmente, as leituras mais comuns da Revista de Antropofagia são aquelas que afirmam que a mesma empurrou a revolução modernista brasileira até aos limites da vanguarda estética ou foi uma utopia ideológica no cruzamento entre uma teoria do Brasil e da sua inserção no sistema-mundo. Além disso, a Revista de Antropofagia raramente tem sido seriamente percebida como um fenómeno político e classista. Assim sendo, não surpreende que a influência (in)consciente que o marco histórico da Revolução Bolchevique exerceu sobre o a Revista de Antropofagia e o grupo dos “antrópofagos” tenha sido pouco aprofundada pela scholarship. Este artigo pretende fazer uma close reading das duas dentições da Revista de Antropofagia à luz desta temática. Sustenta que esta revista e os “antropófagos” mantiveram uma relação (in)consciente de ignorância, medo e atração face à Revolução Bolchevique, mas que Oswald de Andrade, Pagú, Geraldo Ferraz e Oswaldo Costa, ao criarem o jornal O Homem do Povo ou ao se alistarem no PCB, vieram a adquirir a “consciência possível” diante de tão complicado fenómeno histórico. Talvez esta “consciência possível” e O Homem do Povo possam ser entendidas como uma espécie de “terceira dentição” da Revista de Antropofagia.
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