Línguas crioula cabo-verdiana e portuguesa : a coexistência das línguas materna e oficial em turmas de 1os e 2os anos de uma escola de ensino básico em Cabo Verde
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FURG (RI FURG) |
Texto Completo: | http://repositorio.furg.br/handle/1/8354 |
Resumo: | Esta dissertação de mestrado foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Rio Grande-FURG, na Linha de Pesquisa "Espaços e Tempos Educativos", com apoio financeiro do CNPq. A questão que norteou a pesquisa foi: Que lugar as línguas crioulo cabo-verdiana e portuguesa ocupam em uma Escola de Ensino Básico em Cabo Verde, mais especificamente no 1º e no 2º ano? A perspectiva metodológica é de abordagem qualitativa, seguindo, principalmente, os pressupostos de Bogdan e Bicklen (1994); Silva (2009) e Godoy (1995). Dentre os dados interpretados por meio de análise documental, destaco leis, dissertações e também cadernos escolares e livros didáticos. Além destes, observações e filmagens realizadas em diferentes espaços da escola participante da pesquisa, bem como entrevistas com gestores, professores do 1º e 2º anos e estudantes da FURG, oriundos de Cabo Verde, além de registros no diário de campo. Como referencial teórico, destaco as contribuições de Brian Street (2003; 2006; 2010; 2013; 2014), no que diz respeito ao letramento como práticas sociais que envolvem o uso da leitura e da escrita e os conceitos de modelo autônomo e ideológico de letramento; Soares (2004; 2009; 2016; 2017) e Kleiman (2012), principalmente no que se refere ao conceito de alfabetização e letramento escolar. Autores como Bhabha (2014), Hall (2006) e Geertz (2008) subsidiaram as questões ligadas à identidade e à cultura. Amaral (1991), Lopes Filho (2008), Albuquerque e Santos (1991; 1995; 2002) e Barros (1939) foram referências para as discussões sobre a constituição de Cabo Verde, um país formado por dez ilhas, localizado a aproximadamente 450 km da costa ocidental da África, colonizado por europeus e africanos, em sua maioria, escravos. Da mistura de etnias e culturas, surge a representação humana de Cabo Verde, ou seja, o crioulo ou o cabo-verdiano, bem como a língua materna: crioulo cabo-verdiano. Contudo, após a independência do país, foi decretada como língua oficial o português. Os resultados desta investigação indicam que o lugar ocupado pelas línguas crioula cabo-verdiana e portuguesa, na escola investigada, é distinto e desigual, uma vez que as aulas são ministradas exclusivamente em língua portuguesa e a língua crioula cabo-verdiana é falada apenas em situações informações, tais como as que ocorrem no momento do recreio. A análise dos cadernos dos alunos, dos livros didáticos e dos vídeos produzidos no contexto escolar indicam que a aprendizagem da língua escrita também ocorre basicamente em língua portuguesa, mesmo que a legislação aponte para a necessidade de a língua crioulo cabo-verdiana se fazer presente nos espaços oficiais, de modo concomitante à língua portuguesa. As oportunidades desiguais de fala que ambas as línguas produzem, de certa forma, produzem uma hierarquização não só entre as línguas, mas, de modo mais amplo, entre culturas. |
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Arruda, Kelly de AguiarNogueira, Gabriela Medeiros2020-02-25T21:40:44Z2020-02-25T21:40:44Z2018ARRUDA, Kelly dee Aguiar. Línguas crioula cabo-verdiana e portuguesa : a coexistência das línguas materna e oficial em turmas de 1os e 2os anos de uma escola de ensino básico em Cabo Verde. 2018. 146 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Instituto de Educação, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2018.http://repositorio.furg.br/handle/1/8354Esta dissertação de mestrado foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal do Rio Grande-FURG, na Linha de Pesquisa "Espaços e Tempos Educativos", com apoio financeiro do CNPq. A questão que norteou a pesquisa foi: Que lugar as línguas crioulo cabo-verdiana e portuguesa ocupam em uma Escola de Ensino Básico em Cabo Verde, mais especificamente no 1º e no 2º ano? A perspectiva metodológica é de abordagem qualitativa, seguindo, principalmente, os pressupostos de Bogdan e Bicklen (1994); Silva (2009) e Godoy (1995). Dentre os dados interpretados por meio de análise documental, destaco leis, dissertações e também cadernos escolares e livros didáticos. Além destes, observações e filmagens realizadas em diferentes espaços da escola participante da pesquisa, bem como entrevistas com gestores, professores do 1º e 2º anos e estudantes da FURG, oriundos de Cabo Verde, além de registros no diário de campo. Como referencial teórico, destaco as contribuições de Brian Street (2003; 2006; 2010; 2013; 2014), no que diz respeito ao letramento como práticas sociais que envolvem o uso da leitura e da escrita e os conceitos de modelo autônomo e ideológico de letramento; Soares (2004; 2009; 2016; 2017) e Kleiman (2012), principalmente no que se refere ao conceito de alfabetização e letramento escolar. Autores como Bhabha (2014), Hall (2006) e Geertz (2008) subsidiaram as questões ligadas à identidade e à cultura. Amaral (1991), Lopes Filho (2008), Albuquerque e Santos (1991; 1995; 2002) e Barros (1939) foram referências para as discussões sobre a constituição de Cabo Verde, um país formado por dez ilhas, localizado a aproximadamente 450 km da costa ocidental da África, colonizado por europeus e africanos, em sua maioria, escravos. Da mistura de etnias e culturas, surge a representação humana de Cabo Verde, ou seja, o crioulo ou o cabo-verdiano, bem como a língua materna: crioulo cabo-verdiano. Contudo, após a independência do país, foi decretada como língua oficial o português. Os resultados desta investigação indicam que o lugar ocupado pelas línguas crioula cabo-verdiana e portuguesa, na escola investigada, é distinto e desigual, uma vez que as aulas são ministradas exclusivamente em língua portuguesa e a língua crioula cabo-verdiana é falada apenas em situações informações, tais como as que ocorrem no momento do recreio. A análise dos cadernos dos alunos, dos livros didáticos e dos vídeos produzidos no contexto escolar indicam que a aprendizagem da língua escrita também ocorre basicamente em língua portuguesa, mesmo que a legislação aponte para a necessidade de a língua crioulo cabo-verdiana se fazer presente nos espaços oficiais, de modo concomitante à língua portuguesa. As oportunidades desiguais de fala que ambas as línguas produzem, de certa forma, produzem uma hierarquização não só entre as línguas, mas, de modo mais amplo, entre culturas.This Masters thesis was developed at the Graduate Program in Education of the Federal University of Rio Grande (FURG), in the Research Line "Educational Spaces and Times", and had the financial support of CNPq. The study was guided by the following question: Which place do the Cape Verdean and Portuguese Creole languages occupy in a Basic School in Cape Verde, specifically in the first and second school years? The methodological perspective is of qualitative approach was grounded mainly on the assumptions of Bogdan and Bicklen (1994), Silva (2009), and Godoy (1995). Data were produced from documentary analysis, among which laws, masters theses, as well as schoolbooks and textbooks should be highlighted. In addition, observations and filming were carried out at different spaces of the participating school, as well as interviews with managers, first and second year teachers, and FURGs students who are natives from Cape Verde, besides data records in a field journal. As theoretical reference, there are contributions of Brian Street (2003, 2006, 2010, 2013, 2014), regarding literacy as social practices involving the use of reading and writing and the concepts of autonomous and ideological model of literacy, and Soares (2004, 2009, 2016, 2017) and Kleiman (2012), especially with regard to the concept of literacy and school literacy. Authors such as Bhabha (2014), Hall (2006), and Geertz (2008) are brought up to the discussion of issues related to identity and culture; and Amaral (1991), Lopes Filho (2008), Albuquerque and Santos (1991, 1995, 2002), and Barros (1939) to the discussions on the constitution of Cape Verde, a country formed by 10 islands, located approximately 450 km on the west coast of Africa, colonized by Europeans and Africans, mostly slaves. From the mix of ethnicities and cultures comes the human representation of Cape Verde, that is, the Creole or Cape Verdean, as well as the mother tongue: Creole Cape Verdean. However, after the country independence, Portuguese was decreed as the official language. The results indicate that the place the Cape Verdean and Portuguese Creole languages occupy in the investigated school are distinct and unequal, since the classes are taught exclusively in Portuguese Language and the Cape Verdean Creole Language is spoken only in information situations, such as those occurring at the time of recreation. The analysis of student books, textbooks and videos produced in the school context indicates that the learning of written language also occurs basically in Portuguese language, even though the legislation points to the necessity of the Cape Verde Creole language to be present in official spaces, concurrently with the Portuguese language. The different speaking opportunities of both languages produce, in a way, a hierarchy not only between languages, but also between cultures.porEducaçãoEnsinoLíngua portuguesaLíngua crioula cabo-verdianaAlfabetizaçãoLetramentoCabo VerdeLíngua maternaLíngua oficialEducationTeachingPortuguese languageCape verdean creole languageLiteracyCape VerdeMother tongueOfficial languageLínguas crioula cabo-verdiana e portuguesa : a coexistência das línguas materna e oficial em turmas de 1os e 2os anos de uma escola de ensino básico em Cabo Verdeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FURG (RI FURG)instname:Universidade Federal do Rio Grande (FURG)instacron:FURGORIGINAL0000012265.pdf0000012265.pdfapplication/pdf5889420https://repositorio.furg.br/bitstream/1/8354/1/0000012265.pdfae57c38f799395cad9f63fa65e29a547MD51open accessLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://repositorio.furg.br/bitstream/1/8354/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52open access1/83542020-02-25 18:40:45.01open accessoai:repositorio.furg.br:1/8354Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.furg.br/oai/request || http://200.19.254.174/oai/requestopendoar:2020-02-25T21:40:45Repositório Institucional da FURG (RI FURG) - Universidade Federal do Rio Grande (FURG)false |
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