Entre sentidos e prazeres: as artes da escola
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FURG (RI FURG) |
Texto Completo: | http://repositorio.furg.br/handle/1/10121 |
Resumo: | Em busca de um discurso uno, universal e constituído de reiterações performáticas do mesmo, a razão ocidental distanciou o outro e suas diferenças e multiplicidades, tal como vem sendo feito com as escolas instituindo e naturalizando a eterna crise. Na contra-direção desse movimento, a perspectiva filosófica de Michel Foucault interrogou os espaços da outroriedade suprimida pela busca contínua do poder racional ocidental que buscou reiterar uma determinada universalidade. Nessa direção, o filósofo francês nos convida a pensar que heterotopia seriam referentes a espaços deslocados da universalidade. Assim, ao caminhar pelas escolas, com os sentidos deslocados da universalidade é possível viver, nos seus espaçostempos, as produções heterotópicas. Ainda que reconhecidas de desvios ou indisciplinas, elas estão fora do que os discursos da sociedade aceitam e impõem as condutas educativas. Por meio de encontros e reflexões com os grupos de pesquisa "Nós do Sul: Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Identidades, Currículos e Culturas - (CNPq/FURG)" e "Políticas do Corpo e Diferenças-POC'S (CNPq/UFPe)l", esta tese se interessa em debater os usos dos/as praticantespensantes da escola pública em articulação com os acontecimentos que potencializam insurgências e criações cotidianas nas interações proporcionadas pelas práticas docentes. Elaborada na linha de pesquisa "Discursos, culturas e subjetividades na educação em ciências" do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências- Química da Vida e Saúde - PPGEC da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, essa pesquisa teve como objetivo central, interrogar as heterotopias vivenciadas com a Escola, questionando os acontecimentos inesperados vividos/as pelos/as praticantespensantes que (re) significaram as nossas práticas docentes. A escrita da pesquisa buscou em Michel de Certeau, Nilda Alves, Regina Leite Garcia e Inês Barbosa Oliveira as ferramentas para problematizar as experiências heterotópicas vividas nos/dos/com os cotidianos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jeremias Fróes. Naquele lugar em que os acontecimentos e as ocasiões podem ser lidos de tantas e outras formas, com lentes diversas buscou-se narrar, a partir das contribuições de Michel Foucault, os espaçostempos nos quais as heterotopias que reconstruíram e reinventaram a Escola. Desnaturalizar conceitos, abrir possibilidades para o inusitado, tornar perspicaz situações que rompem o normalizado a criar proposições e petições aos saberes, são emergências desses espaçostempos cotidianos da Escola. As narrativas das práticas heterotópicas apresentadas nos capítulos são acontecimentos que dão pistas do que há de mais significativo e belo no chão da escola para os que narram. Sem a pretensão de ser melhor ou importante, as heterotopias que emergem nos rizomas da Escola parecem oxigenar o vivido e dão fôlego a situações sufocadas pela insistente normatização que insiste em viver a crise, sempre carente de intervenção, da educação. |
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Ainda que reconhecidas de desvios ou indisciplinas, elas estão fora do que os discursos da sociedade aceitam e impõem as condutas educativas. Por meio de encontros e reflexões com os grupos de pesquisa "Nós do Sul: Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Identidades, Currículos e Culturas - (CNPq/FURG)" e "Políticas do Corpo e Diferenças-POC'S (CNPq/UFPe)l", esta tese se interessa em debater os usos dos/as praticantespensantes da escola pública em articulação com os acontecimentos que potencializam insurgências e criações cotidianas nas interações proporcionadas pelas práticas docentes. Elaborada na linha de pesquisa "Discursos, culturas e subjetividades na educação em ciências" do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências- Química da Vida e Saúde - PPGEC da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, essa pesquisa teve como objetivo central, interrogar as heterotopias vivenciadas com a Escola, questionando os acontecimentos inesperados vividos/as pelos/as praticantespensantes que (re) significaram as nossas práticas docentes. A escrita da pesquisa buscou em Michel de Certeau, Nilda Alves, Regina Leite Garcia e Inês Barbosa Oliveira as ferramentas para problematizar as experiências heterotópicas vividas nos/dos/com os cotidianos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jeremias Fróes. Naquele lugar em que os acontecimentos e as ocasiões podem ser lidos de tantas e outras formas, com lentes diversas buscou-se narrar, a partir das contribuições de Michel Foucault, os espaçostempos nos quais as heterotopias que reconstruíram e reinventaram a Escola. Desnaturalizar conceitos, abrir possibilidades para o inusitado, tornar perspicaz situações que rompem o normalizado a criar proposições e petições aos saberes, são emergências desses espaçostempos cotidianos da Escola. As narrativas das práticas heterotópicas apresentadas nos capítulos são acontecimentos que dão pistas do que há de mais significativo e belo no chão da escola para os que narram. Sem a pretensão de ser melhor ou importante, as heterotopias que emergem nos rizomas da Escola parecem oxigenar o vivido e dão fôlego a situações sufocadas pela insistente normatização que insiste em viver a crise, sempre carente de intervenção, da educação.In order to find a one-way, universal discourse consisting of performative reiterations of itself, western reason distanced the other and its differences and multiplicities, as has been done with schools instituting and naturalizing the eternal crisis. In the counter-direction of this movement, Michel Foucault's philosophical perspective questioned the spaces of the otherness suppressed by the continuous search for western rational power that sought to reiterate a certain universality. In this direction, the French philosopher invites us to think that heterotopia would refer to spaces displaced from universality. Thus, as we walk through schools, with the displaced senses of universality, it is possible to live, in their space times, heterotopic productions. Although recognized from deviations or indiscipline, they are outside from what the discourses of society accept and impose educational conducts. Through meetings and reflections with the research groups "Nós do Sul: Studies and Research laboratory about Identities, Curricula and Cultures - (CNPq/FURG)" and "Policies of the Body and Differences-POC'S (CNPq/UFPe)l", this thesis is interested in discussing the uses of practitioners of public schools in conjunction with events that potentiate insurgencies and daily creations in the interactions provided by teaching practices. Elaborated in the research line "Discourses, cultures and subjectivities in science education" of the Graduate Program in Education in Life and Health Sciences - PPGEC of the Federal University of Rio Grande - FURG, this research had as its central objective, to question the heterotopias experienced with the School, questioning the unexpected events experienced by the practitioners who (re) signified our teaching practices. The writing of the research sought in Michel de Certeau, Nilda Alves, Regina Leite Garcia and Inês Barbosa Oliveira the tools to problematize the heterotopic experiences lived in the daily lives of the Jeremias Fróes Municipal Elementary School. In that place where events and occasions can be read in so many ways and other ways, with different lenses, we sought to narrate, from the contributions of Michel Foucault, the spacious times in which the heterotopias that rebuilt and reinvented the School. Denaturalizing concepts, opening possibilities for the unusual, making situations that break normalized to create propositions and petitions to knowledge, are emergencies of these daily spaces of the School. The narratives of the heterotopic practices presented in the chapters are events that give clues of what is most significant and beautiful on the school floor for those who narrate. Without the claim to be better or important, the heterotopias that emerge in the school's rhizomes seem to oxygenate the lived and give breath to suffocated situations by the insistent standardization that insists on living the crisis, always lacking in intervention, education.Caetano, MarcioMelgar Junior, Eduardo Garralaga2021-12-23T16:50:50Z2021-12-23T16:50:50Z2021info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfMELGAR JUNIOR, Eduardo Garralaga. Entre sentidos e prazeres: as artes da escola. 2021. 167 f. Tese (Doutorado em Educação em Ciências) – Instituto de Educação. Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande.http://repositorio.furg.br/handle/1/10121porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FURG (RI FURG)instname:Universidade Federal do Rio Grande (FURG)instacron:FURG2021-12-23T16:50:51Zoai:repositorio.furg.br:1/10121Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.furg.br/oai/request || http://200.19.254.174/oai/requestopendoar:2021-12-23T16:50:51Repositório Institucional da FURG (RI FURG) - Universidade Federal do Rio Grande (FURG)false |
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Em busca de um discurso uno, universal e constituído de reiterações performáticas do mesmo, a razão ocidental distanciou o outro e suas diferenças e multiplicidades, tal como vem sendo feito com as escolas instituindo e naturalizando a eterna crise. Na contra-direção desse movimento, a perspectiva filosófica de Michel Foucault interrogou os espaços da outroriedade suprimida pela busca contínua do poder racional ocidental que buscou reiterar uma determinada universalidade. Nessa direção, o filósofo francês nos convida a pensar que heterotopia seriam referentes a espaços deslocados da universalidade. Assim, ao caminhar pelas escolas, com os sentidos deslocados da universalidade é possível viver, nos seus espaçostempos, as produções heterotópicas. Ainda que reconhecidas de desvios ou indisciplinas, elas estão fora do que os discursos da sociedade aceitam e impõem as condutas educativas. Por meio de encontros e reflexões com os grupos de pesquisa "Nós do Sul: Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Identidades, Currículos e Culturas - (CNPq/FURG)" e "Políticas do Corpo e Diferenças-POC'S (CNPq/UFPe)l", esta tese se interessa em debater os usos dos/as praticantespensantes da escola pública em articulação com os acontecimentos que potencializam insurgências e criações cotidianas nas interações proporcionadas pelas práticas docentes. Elaborada na linha de pesquisa "Discursos, culturas e subjetividades na educação em ciências" do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências- Química da Vida e Saúde - PPGEC da Universidade Federal do Rio Grande - FURG, essa pesquisa teve como objetivo central, interrogar as heterotopias vivenciadas com a Escola, questionando os acontecimentos inesperados vividos/as pelos/as praticantespensantes que (re) significaram as nossas práticas docentes. A escrita da pesquisa buscou em Michel de Certeau, Nilda Alves, Regina Leite Garcia e Inês Barbosa Oliveira as ferramentas para problematizar as experiências heterotópicas vividas nos/dos/com os cotidianos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Jeremias Fróes. Naquele lugar em que os acontecimentos e as ocasiões podem ser lidos de tantas e outras formas, com lentes diversas buscou-se narrar, a partir das contribuições de Michel Foucault, os espaçostempos nos quais as heterotopias que reconstruíram e reinventaram a Escola. Desnaturalizar conceitos, abrir possibilidades para o inusitado, tornar perspicaz situações que rompem o normalizado a criar proposições e petições aos saberes, são emergências desses espaçostempos cotidianos da Escola. As narrativas das práticas heterotópicas apresentadas nos capítulos são acontecimentos que dão pistas do que há de mais significativo e belo no chão da escola para os que narram. Sem a pretensão de ser melhor ou importante, as heterotopias que emergem nos rizomas da Escola parecem oxigenar o vivido e dão fôlego a situações sufocadas pela insistente normatização que insiste em viver a crise, sempre carente de intervenção, da educação. |
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