Impacto de um desastre natural sobre o habitat e a ocorrência de Lontra longicaudis (Mustelidae, Carnivora) na Serra da Prata, Paraná, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Iheringia. Série Zoologia |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-47212017000100239 |
Resumo: | RESUMO Estudos com impacto de desastres naturais sobre a fauna são raros na literatura científica. Considerando Lontra longicaudis (Olfers, 1818), informações publicadas não foram encontradas. O presente estudo buscou determinar se os deslizamentos de terra ocorridos em março de 2011 em parte das montanhas da Serra da Prata (Paraná, Brasil) afetaram de alguma forma a ocorrência da Lontra Neotropical no local impactado. Com esse propósito, a área estudada compreendeu um rio afetado (Rio Santa Cruz - RSC) da face leste dessa serra que foi comparado com outro não afetado (Rio das Pombas - RP), localizado na mesma face da serra e com características semelhantes às originais do RSC. A área de estudo está situada no Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange (PNSHL). Foram realizadas sete campanhas a partir do limite altitudinal do PNSHL (60 m s.n.m) para montante entre agosto de 2012 e julho de 2013. As campanhas consistiram de busca ativa por vestígios (fezes, pegadas, arranhados) e tocas de lontras ao longo de 3 km de margens e leito. Registros de outros mamíferos também foram observados. Cada evidência foi anotada em caderneta de campo, fotografada e georreferenciada. As tocas foram monitoradas ao longo das campanhas. Considerando as lontras, foram registrados 102 vestígios (11 arranhados, 11 pegadas e 80 fezes) e 17 tocas no rio não afetado (RP); e o rio afetado (RSC) apresentou apenas quatro vestígios (três pegadas, uma amostra fecal) e uma toca. Registros de outros mamíferos denotaram a presença de oito táxons no RP e 14 táxons no RSC. As diferenças conspícuas entre a quantidade de vestígios da presença das lontras indicam que o desastre natural afetou a população de lontras do RSC e mesmo dois anos após o evento as lontras retornaram apenas discretamente ao rio afetado. Por outro lado, outras espécies de mamíferos como Cuniculus paca (Linnaeus, 1758), reocuparam as margens abundantemente. |
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Impacto de um desastre natural sobre o habitat e a ocorrência de Lontra longicaudis (Mustelidae, Carnivora) na Serra da Prata, Paraná, BrasilDeslizamento de terraLutrinaemamíferoMata AtlânticaParque Nacional de Saint-Hilaire/LangeRESUMO Estudos com impacto de desastres naturais sobre a fauna são raros na literatura científica. Considerando Lontra longicaudis (Olfers, 1818), informações publicadas não foram encontradas. O presente estudo buscou determinar se os deslizamentos de terra ocorridos em março de 2011 em parte das montanhas da Serra da Prata (Paraná, Brasil) afetaram de alguma forma a ocorrência da Lontra Neotropical no local impactado. Com esse propósito, a área estudada compreendeu um rio afetado (Rio Santa Cruz - RSC) da face leste dessa serra que foi comparado com outro não afetado (Rio das Pombas - RP), localizado na mesma face da serra e com características semelhantes às originais do RSC. A área de estudo está situada no Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange (PNSHL). Foram realizadas sete campanhas a partir do limite altitudinal do PNSHL (60 m s.n.m) para montante entre agosto de 2012 e julho de 2013. As campanhas consistiram de busca ativa por vestígios (fezes, pegadas, arranhados) e tocas de lontras ao longo de 3 km de margens e leito. Registros de outros mamíferos também foram observados. Cada evidência foi anotada em caderneta de campo, fotografada e georreferenciada. As tocas foram monitoradas ao longo das campanhas. Considerando as lontras, foram registrados 102 vestígios (11 arranhados, 11 pegadas e 80 fezes) e 17 tocas no rio não afetado (RP); e o rio afetado (RSC) apresentou apenas quatro vestígios (três pegadas, uma amostra fecal) e uma toca. Registros de outros mamíferos denotaram a presença de oito táxons no RP e 14 táxons no RSC. As diferenças conspícuas entre a quantidade de vestígios da presença das lontras indicam que o desastre natural afetou a população de lontras do RSC e mesmo dois anos após o evento as lontras retornaram apenas discretamente ao rio afetado. Por outro lado, outras espécies de mamíferos como Cuniculus paca (Linnaeus, 1758), reocuparam as margens abundantemente.Museu de Ciências Naturais2017-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0073-47212017000100239Iheringia. Série Zoologia v.107 2017reponame:Iheringia. Série Zoologiainstname:Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB/RS)instacron:FZB/RS10.1590/1678-4766e2017039info:eu-repo/semantics/openAccessNavarro,Marcos A.Quadros,Julianapor2017-10-24T00:00:00Zoai:scielo:S0073-47212017000100239Revistahttp://www.scielo.br/iszPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||iheringia-zoo@fzb.rs.gov.br1678-47660073-4721opendoar:2017-10-24T00:00Iheringia. Série Zoologia - Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB/RS)false |
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RESUMO Estudos com impacto de desastres naturais sobre a fauna são raros na literatura científica. Considerando Lontra longicaudis (Olfers, 1818), informações publicadas não foram encontradas. O presente estudo buscou determinar se os deslizamentos de terra ocorridos em março de 2011 em parte das montanhas da Serra da Prata (Paraná, Brasil) afetaram de alguma forma a ocorrência da Lontra Neotropical no local impactado. Com esse propósito, a área estudada compreendeu um rio afetado (Rio Santa Cruz - RSC) da face leste dessa serra que foi comparado com outro não afetado (Rio das Pombas - RP), localizado na mesma face da serra e com características semelhantes às originais do RSC. A área de estudo está situada no Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange (PNSHL). Foram realizadas sete campanhas a partir do limite altitudinal do PNSHL (60 m s.n.m) para montante entre agosto de 2012 e julho de 2013. As campanhas consistiram de busca ativa por vestígios (fezes, pegadas, arranhados) e tocas de lontras ao longo de 3 km de margens e leito. Registros de outros mamíferos também foram observados. Cada evidência foi anotada em caderneta de campo, fotografada e georreferenciada. As tocas foram monitoradas ao longo das campanhas. Considerando as lontras, foram registrados 102 vestígios (11 arranhados, 11 pegadas e 80 fezes) e 17 tocas no rio não afetado (RP); e o rio afetado (RSC) apresentou apenas quatro vestígios (três pegadas, uma amostra fecal) e uma toca. Registros de outros mamíferos denotaram a presença de oito táxons no RP e 14 táxons no RSC. As diferenças conspícuas entre a quantidade de vestígios da presença das lontras indicam que o desastre natural afetou a população de lontras do RSC e mesmo dois anos após o evento as lontras retornaram apenas discretamente ao rio afetado. Por outro lado, outras espécies de mamíferos como Cuniculus paca (Linnaeus, 1758), reocuparam as margens abundantemente. |
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