O IMAGINÁRIO INTERNACIONAL A PARTIR DA PRIMEIRA PÁGINA: O CONTRIBUTO DA REVISTA SEARA NOVA NA TRANSIÇÃO DA DITADURA PARA A DEMOCRACIA EM PORTUGAL

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ribeiro, Orquídea Moreira
Data de Publicação: 2024
Outros Autores: Ribeiro, Fábio
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Prâksis
Texto Completo: http://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistapraksis/article/view/3579
Resumo: Fundada em 1921, a revista Seara Nova destaca-se no panorama mediático português não apenas pela sua longevidade. Durante anos, foi um dos símbolos da resistência ao regime ditatorial liderado por António Salazar (1926-1968) e Marcelo Caetano (1968-1974), sobrevivendo a inúmeras censuras e atentados à liberdade de expressão, com uma proposta editorial que noticiava os problemas do país e diversas situações que marcavam a atualidade internacional e com um olhar atento aos países africanos de língua oficial portuguesa. A partir de uma delimitação temporal (1959-1979) e abordando apenas duas temáticas – a cobertura de assuntos da África de língua portuguesa e os acontecimentos internacionais – este artigo observa a mediatização destes assuntos retratados na primeira página da revista Seara Nova. A análise efetuada às 225 edições, ao longo de duas décadas, permite concluir, por exemplo, que os assuntos internacionais ocupavam um espaço diminuto, mas relevante do ponto de vista editorial. O líder cubano Fidel Castro surge como figura mais vezes retratada, ao mesmo tempo que alguns conflitos militares e políticos menos mediáticos, como o Perú, Chile e a República Dominicana também surgem com frequência. A revista esteve, ainda, atenta aos feitos científicos da altura, como a chegada do Homem à Lua, e manifestou sempre um interesse claro pela literatura, com a recusa do Nobel por Sarte, a morte de Albert Camus ou a passagem de Jorge Amado por Portugal, assim como as mudanças de poder nas ex-colónias. Esta investigação sugere, por fim, que a revista sobreviveu ao regime ditatorial e que a transição para a democracia foi relativamente inócua para o tratamento de assuntos internacionais.
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