Aspectos agronômicos da cultura da mandioca (Manihot utilissima Pohl)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Normanha,Edgard S.
Data de Publicação: 1950
Outros Autores: Pereira,Araken Soares
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Bragantia
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0006-87051950000700001
Resumo: A partir de 1935, teve início, na Secção de Raízes e Tubérculos, do Instituto Agronômico, o trabalho experimental com mandioca, visando estudar e solucionar os problemas mais importantes da cultura, no Estado. Pela introdução de grande número de variedades, foi constituída uma coleção para servir de material básico para os estudos de produtividade e resistência a moléstias e pragas. O conhecimento da produção relativa de diferentes variedades de mandioca em confronto com o tipo mais difundido - a "Vassourinha", foi objeto de estudos pela instalação de experiências em várias localidades do Estado. Constatou-se que, de modo geral, são melhores do que a "Vassourinha", para fins industriais, as variedades nos. 59 "Branca de Sta. Catarina", 60 "Preta", 63 "Cafelha", 103 "Brava de Itu" e 192 "Itu". Para mesa e forragem, a variedade n.° 454 "Guaxupé" foi observada como a melhor. As experiências sôbre sistemas de plantio da mandioca revelaram que o uso de estacas longas, com cêrca de 50 centímetros de comprimento, plantadas verticalmente ou inclinadas, com apenas 10 centímetros da base da estaca fincados no chão, é o método que oferece maiores vantagens quanto à produção e percentagem de "stand". Os estudos feitos com adubação mineral permitiram concluir que, de modo geral, a adubação fosfatada aumenta a produção bruta de raízes, nenhum ou pouco valor cabendo aos fertilizantes azotados ou potássicos, isolados ou conjuntamente. O efeito benéfico dêsses adubos só apareceu quando aplicados juntamente com os fosfatados. Apurou-se que a melhor época de plantio é o período em que também se realiza a colheita, isto é, de maio a agôsto, conseguindo-se, assim, maior produção e melhor aproveitamento das ramas. Experimentando-se diferentes tamanhos de manivas, no plantio pelo sistema comum (ramas na posição horizontal, a 10 centímetros, cobertas de terra), deduziu-se que os comprimentos de 5 a 10 centímetros apresentaram maior número de falhas e menores produções. O aconselhável é o emprego de manivas com 20 a 25 centímetros, por oferecerem maiores garantias para a brotação e por produzirem mais. A distância entre linhas e plantas de mandioca que, em média, é de 1,20 x 0,60 m, nas culturas do Estado, foi constatada como um pouco grande, pois uma variação de 0,80 x 0,40 m a 1,00 x 0,60 m, de acôrdo com a fertilidade do solo, traz maiores vantagens. A profundidade dos sulcos para o plantio das ramas foi estudada com as variações de 5, 10 e 15 centímetros, tendo sido verificado que o plantio a 15 centímetros é desfavorável à produção e à colheita, e que o plantio superficial a 5 centímetros, apesar de bom para as épocas de chuvas, não é aconselhável, por facilitar o arrancamento das manivas pelas águas das chuvas. Recomenda-se, pois, o plantio a 10 centímetros. As pesquisas sôbre a resistência à Bacteriose mostraram que diversas variedades comuns, e outros clones derivados de sementes, possuem resistência bem maior do que a variedade mais difundida. Diversas dessas variedades já têm sido multiplicadas em fazendas particulares, interessadas na industrialização da mandioca. O "Superbrotamento", que impossibilita o cultivo da variedade "Vassourinha" e outras, nas zonas infetadas, foi estudado do ponto de vista da resistência de numerosas variedades, tendo-se encontrado, pelo menos, dois tipos resistentes e um altamente resistente.
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