A importância da phmetria esofágica prolongada na pesquisa do refluxo gastroesofágico patológico em crianças

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: FELIX,Valter Nilton
Data de Publicação: 1999
Outros Autores: VIEBIG,Ricardo Guilherme
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de gastroenterologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28031999000400007
Resumo: Estudos realizados nas duas últimas décadas demonstraram a possibilidade de ter-se com certa freqüência a doença do refluxo gastroesofágico como causa de afecções otorrinolaringológicas ou respiratórias na infância. Ao mesmo tempo, sintomas e sinais como regurgitação freqüente, dor abdominal, retardo de crescimento, entre outros, podem ser originados pela doença do refluxo gastroesofágico em crianças. Os métodos geralmente utilizados para confirmar a presença da doença do refluxo gastroesofágico são a endoscopia, a cintilografia, o estudo radiológico do esôfago e a monitorização prolongada do pH intra-esofágico. Os autores analisam 60 crianças que foram encaminhadas para realizar pHmetria prolongada de esôfago e que tiveram como indicação problemas primariamente digestivos ou respiratórios ou otorrinolaringológicos. Os pacientes foram divididos em dois grupos: o primeiro, constituído por 25 portadores de problemas digestivos e o segundo, de 35 com problemas respiratórios ou otorrinolaringológicos primários. As crianças que tinham problemas relacionados aos dois grupos foram incluídas no primeiro. A pHmetria foi considerada positiva para doença do refluxo gastroesofágico quando os índices de Boix-Ochoa (para 8 meses de idade ou menos) ou de DeMeester (acima de 9 meses) estivessem acima de 11,99 ou 14,72 respectivamente. Foram também comparados os resultados da pHmetria aos achados da endoscopia ou da pesquisa de refluxo por cintilografia em 22 pacientes. Nos pacientes cuja indicação para pHmetria foram manifestações digestivas, houve positividade de 62%. Já nos com manifestações respiratórias ou otorrinolaringológicas, a positividade foi de 29%. As crianças que apresentavam manifestações digestivas concomitantes a sintomas respiratórios ou otorrinolaringológicos apresentaram positividade de 66%. Os pacientes que já haviam realizado endoscopia digestiva ou teste cintilográfico apresentaram índices de positividade semelhantes (63%), independente de terem ou não alterações nestes exames. Pacientes com alterações na endoscopia digestiva ou na cintilografia apresentaram positividade na pHmetria de 37%. Os autores concluem que a pHmetria esofágica prolongada tem maior chance de estar alterada quando indicada por problemas digestivos em comparação à direcionada por problemas respiratórios/otorrinolaringológicos primários. Endoscopia digestiva alta e pesquisa cintilográfica do refluxo gastroesofágico alteradas não significam pHmetria esofágica prolongada alterada ao mesmo tempo que a pHmetria pode estar alterada mesmo em crianças com endoscopia digestiva alta e pesquisa cintilográfica de refluxo normais. A existência de manifestações digestivas em conjunto com fenômenos respiratórios/otorrinolaringológicos não aumenta a freqüência de pHmetria alterada quando comparada à de pacientes com manifestações digestivas exclusivamente.
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