Avaliação clínica e videofluoroscópica de pacientes com distúrbios da deglutição - estudo comparativo em dois grupos etários: adultos e idosos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Suzuki,Heloisa Sawada
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Nasi,Ary, Ajzen,Sérgio, Bilton,Tereza, Sanches,Elaine Palinkas
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de gastroenterologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032006000300009
Resumo: RACIONAL: As anomalias do processo da deglutição têm etiologia multifatorial e complexa. A videofluoroscopia da deglutição tem sido apontada como o exame de maior utilidade na investigação diagnóstica desses casos. Tal método, quando precedido de anamnese clínica adequada, consegue caracterizar convenientemente o grau de disfunção e, freqüentemente, identificar a causa da anomalia com grande precisão. OBJETIVOS: Estudar as queixas clínicas e os achados da videofluoroscopia em pacientes com distúrbios da deglutição, sem evidências clínicas de afecções neurológicas associadas, distribuídos em duas faixas etárias - adultos e idosos - e analisar as manifestações sintomáticas, o tipo de disfunção (orofaríngea ou esofágica) e a capacidade de elucidação da queixa clínica pelo método de imagem. MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisados 70 pacientes com queixa de alteração na capacidade de deglutição, sem evidências clínicas de afecções neurológicas associadas, distribuídos em dois grupos: adultos (GI) - idade inferior ou igual a 65 anos (n = 36) e idosos (GII) - idade superior a 65 anos (n = 34). Todos foram submetidos a anamnese para obtenção de informações sobre queixas em relação à deglutição; as queixas foram caracterizadas como altas ou baixas, de acordo com o local predominante de manifestação. Todos os pacientes foram submetidos a videofluoroscopia da deglutição; as alterações observadas com esse exame foram caracterizadas como orofaríngeas ou esofágicas. Avaliou-se a capacidade de elucidação da queixa clínica pela videofluoroscopia nos dois grupos. RESULTADOS: Dentre as queixas analisadas, a única cuja análise estatística demonstrou diferença significante entre os grupos, foi a de pirose, que ocorreu com maior freqüência no grupo de adultos (oito pacientes (22,2%) do GI e um (2,9%) do GII referiam tal queixa). Ao estudo videofluoroscópico, observou-se maior ocorrência de disfunção orofaríngea no grupo de pacientes idosos (41,2% GII x 13,9% GI) e ocorrência semelhante, nos dois grupos, de disfunção esofágica (35,3% GII x 33,3% GI). Dezenove (52,8%) pacientes do GI e 23 (67,6%) do GII tiveram suas queixas clínicas elucidadas pela videofluoroscopia. CONCLUSÕES: 1. As queixas clínicas associadas ao quadro de dificuldade de deglutição ocorrem com freqüência semelhante em adultos e idosos, com exceção da queixa de pirose que predomina no grupo com idade menos avançada; 2. pacientes idosos apresentam maior ocorrência de alterações altas de deglutição (orofaríngeas); 3. a videofluoroscopia da deglutição representa método de grande importância diagnóstica, pois permite a identificação de alterações morfofuncionais relevantes que não são passíveis de identificação adequada à anamnese, e 4. a capacidade de elucidação diagnóstica da videofluoroscopia da deglutição é maior no grupo com idade mais avançada.
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