Variáveis clínicas e macroscópicas que influenciam o prognóstico do carcinoma colorretal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Farhoud,Samer
Data de Publicação: 2002
Outros Autores: Bromberg,Sansom Henrique, Barreto,Elci, Godoy,Antonio Cláudio
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos de gastroenterologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032002000300006
Resumo: RACIONAL: A evolução paradoxal de aproximadamente 1/3 dos doentes com neoplasias catalogadas nos estádios B e C de Dukes mostra ser desejável a adição de outros critérios prognósticos. O valor prognóstico de parâmetros clínicos e macroscópicos da neoplasia colorretal é pouco estudado e os relatos da literatura são controversos, razão pela qual procurou-se avaliar a importância prognóstica desses parâmetros. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram estudados 320 enfermos com câncer colorretal submetidos a extirpação curativa, com idade mediana de 58 anos, sendo 199 (62,2%) do sexo feminino e 121 (37,8%) do masculino. Os doentes foram distribuídos em três grupos etários: com menos de 40 anos, entre 40 e 60 anos e com mais de 60 anos. Os tumores foram distribuídos em três segmentos do intestino: cólon direito, cólon esquerdo e reto. As neoplasias foram classificadas em pequenas, iguais ou menores de 35 mm e grandes, com diâmetro maior de 35 mm. Foram classificadas em exofíticas, quando caracterizadas por crescimento luminal e endofíticas, quando de crescimento intramural. O envolvimento da circunferência intestinal no local da neoplasia foi considerado como parcial ou total. RESULTADOS: Dos 320 doentes, 22 (6,9%) tinham menos de 40 anos, 159 (49,7%) de 40 a 60 anos e 139 (43,4%) apresentavam idade maior de 60 anos. Setenta e três (22,8%) das neoplasias situavam-se no cólon direito, 130 (40,6%) no cólon esquerdo e 117 (36,6%) no reto. Quanto ao tamanho, 280 (87,5%) eram grandes e 40 (12,5%) pequenas; lesões exofíticas predominaram sobre as endofíticas - 173 (54,1%) x 147 (45,9%). Maior número de tumores apresentou envolvimento total da circunferência intestinal - 216 (67,5%), enquanto 104 (32,5%) apresentaram envolvimento parcial. A sobrevivência de 5 e 10 anos dos doentes não foi influenciada pela idade e sexo dos mesmos, nem pelo local e tamanho das neoplasias. Lesões exofíticas propiciaram maior sobrevivência a seus portadores - 65,9%, quando comparadas às endofíticas - 49,0%. A sobrevida dos doentes com lesões envolvendo parcialmente a circunferência intestinal foi maior que a daqueles com envolvimento total - 72,1% x 51,4%. CONCLUSÕES: Isoladamente, variáveis clínicas não influenciaram o prognóstico dos doentes. Das variáveis macroscópicas, a forma e o envolvimento neoplásico da circunferência do intestino influenciaram a sobrevida dos mesmos, mostrando-se capazes de contribuir na identificação de subpopulações de doentes com maior ou menor risco prognóstico.
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