Avaliação tardia de doentes gastrectomizados por úlcera péptica: aspectos clínicos, endoscópicos e histopatológicos
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2005 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Arquivos de gastroenterologia (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032005000300004 |
Resumo: | RACIONAL: Atualmente são raras as vezes em que é necessária a realização de uma gastrectomia, já que os inibidores da bomba de prótons associados aos esquemas antibióticos usados para erradicar o Helicobacter pylori, mudaram o enfoque do tratamento da úlcera péptica. OBJETIVOS: Avaliar tardiamente os doentes submetidos a gastrectomia parcial no tratamento da úlcera péptica, em época em que o Helicobacter pylori ainda não era erradicado de forma intencional, incluindo os sintomas pós-operatórios em comparação com os pré-operatórios e a incidência de síndromes pós-gastrectomias; avaliação endoscópica, incluindo o tipo de cirurgia realizada e os achados macroscópicos da mucosa do coto gástrico, duodeno ou jejuno, dependendo do tipo de reconstrução; avaliação histopatológica, incluindo a pesquisa da bactéria por dois métodos: histológico e teste de urease; e sua possível associação presente no estômago remanescente com as avaliações clínica, endoscópica e histopatológica pós-operatórias. CASUÍSTICAS E MÉTODOS: Cinqüenta e nove doentes gastrectomizados por úlcera péptica entre os anos de 1985 e 1993 foram avaliados, sendo que 44 (74,6%) eram do sexo masculino e tinham idade média de 55 anos, com variação de 31 a 77 anos, passaram por entrevista clínica e por exame endoscópico. O Helicobacter pylori foi pesquisado nas peças cirúrgicas ressecadas, para constatação da sua presença ou não no pré-operatório. RESULTADOS: A avaliação clínica no pós-operatório tardio mostrou que 96% dos doentes apresentaram excelentes e bons resultados (Visick I e II). Os sintomas pós-operatórios mais comuns foram dispepsia leve e outras queixas, como diarréia, anemia e dumping, que ocorreram, respectivamente, em 11 (18,6%), 2 (3,4%) e 2 (3,4%) casos. A reconstrução tipo Billroth I trouxe melhores resultados clínicos tardios, quando comparada com as reconstruções tipo Billroth II e Y-de-Roux. Na avaliação endoscópica, a maioria dos doentes (52,5%) apresentou exame normal, enquanto que os demais apresentaram gastrites enantematosa (37,3%) e erosiva (8,5%). Recidiva ulcerosa ocorreu em dois doentes (3,4%). Na análise histopatológica, foi observada incidência elevada de gastrite crônica (98,3%). A presença de Helicobacter pylori ocorreu em 86% dos doentes antes da cirurgia e em 89,8% no pós-operatório tardio. CONCLUSÕES: Os doentes gastrectomizados apresentaram boa evolução clínica pós-operatória tardia. A gastrectomia parcial com reconstrução tipo Billroth I foi a que trouxe melhores resultados clínicos a longo prazo. O Helicobacter pylori, apesar de estar presente no coto gástrico em 89,8% dos casos, não influenciou de forma negativa nos resultados clínicos, endoscópicos ou histopatológicos no pós-operatório tardio. |
id |
IBEPEGE-1_d8250e0fa7deb7d7f1a1cdadc816a12a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S0004-28032005000300004 |
network_acronym_str |
IBEPEGE-1 |
network_name_str |
Arquivos de gastroenterologia (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Avaliação tardia de doentes gastrectomizados por úlcera péptica: aspectos clínicos, endoscópicos e histopatológicosÚlcera pépticaGastrectomiaHelicobacter pyloriSíndromes pós-gastrectomiaRACIONAL: Atualmente são raras as vezes em que é necessária a realização de uma gastrectomia, já que os inibidores da bomba de prótons associados aos esquemas antibióticos usados para erradicar o Helicobacter pylori, mudaram o enfoque do tratamento da úlcera péptica. OBJETIVOS: Avaliar tardiamente os doentes submetidos a gastrectomia parcial no tratamento da úlcera péptica, em época em que o Helicobacter pylori ainda não era erradicado de forma intencional, incluindo os sintomas pós-operatórios em comparação com os pré-operatórios e a incidência de síndromes pós-gastrectomias; avaliação endoscópica, incluindo o tipo de cirurgia realizada e os achados macroscópicos da mucosa do coto gástrico, duodeno ou jejuno, dependendo do tipo de reconstrução; avaliação histopatológica, incluindo a pesquisa da bactéria por dois métodos: histológico e teste de urease; e sua possível associação presente no estômago remanescente com as avaliações clínica, endoscópica e histopatológica pós-operatórias. CASUÍSTICAS E MÉTODOS: Cinqüenta e nove doentes gastrectomizados por úlcera péptica entre os anos de 1985 e 1993 foram avaliados, sendo que 44 (74,6%) eram do sexo masculino e tinham idade média de 55 anos, com variação de 31 a 77 anos, passaram por entrevista clínica e por exame endoscópico. O Helicobacter pylori foi pesquisado nas peças cirúrgicas ressecadas, para constatação da sua presença ou não no pré-operatório. RESULTADOS: A avaliação clínica no pós-operatório tardio mostrou que 96% dos doentes apresentaram excelentes e bons resultados (Visick I e II). Os sintomas pós-operatórios mais comuns foram dispepsia leve e outras queixas, como diarréia, anemia e dumping, que ocorreram, respectivamente, em 11 (18,6%), 2 (3,4%) e 2 (3,4%) casos. A reconstrução tipo Billroth I trouxe melhores resultados clínicos tardios, quando comparada com as reconstruções tipo Billroth II e Y-de-Roux. Na avaliação endoscópica, a maioria dos doentes (52,5%) apresentou exame normal, enquanto que os demais apresentaram gastrites enantematosa (37,3%) e erosiva (8,5%). Recidiva ulcerosa ocorreu em dois doentes (3,4%). Na análise histopatológica, foi observada incidência elevada de gastrite crônica (98,3%). A presença de Helicobacter pylori ocorreu em 86% dos doentes antes da cirurgia e em 89,8% no pós-operatório tardio. CONCLUSÕES: Os doentes gastrectomizados apresentaram boa evolução clínica pós-operatória tardia. A gastrectomia parcial com reconstrução tipo Billroth I foi a que trouxe melhores resultados clínicos a longo prazo. O Helicobacter pylori, apesar de estar presente no coto gástrico em 89,8% dos casos, não influenciou de forma negativa nos resultados clínicos, endoscópicos ou histopatológicos no pós-operatório tardio.Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE. 2005-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032005000300004Arquivos de Gastroenterologia v.42 n.3 2005reponame:Arquivos de gastroenterologia (Online)instname:Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologiainstacron:IBEPEGE10.1590/S0004-28032005000300004info:eu-repo/semantics/openAccessCoelho-Neto,João de SouzaAndreollo,Nelson AdamiLopes,Luiz RobertoNishimura,Nancy F.Brandalise,Nelson AryLeonardi,Luiz Sergiopor2005-09-22T00:00:00Zoai:scielo:S0004-28032005000300004Revistahttp://www.scielo.br/aghttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||secretariaarqgastr@hospitaligesp.com.br1678-42190004-2803opendoar:2005-09-22T00:00Arquivos de gastroenterologia (Online) - Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologiafalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Avaliação tardia de doentes gastrectomizados por úlcera péptica: aspectos clínicos, endoscópicos e histopatológicos |
title |
Avaliação tardia de doentes gastrectomizados por úlcera péptica: aspectos clínicos, endoscópicos e histopatológicos |
spellingShingle |
Avaliação tardia de doentes gastrectomizados por úlcera péptica: aspectos clínicos, endoscópicos e histopatológicos Coelho-Neto,João de Souza Úlcera péptica Gastrectomia Helicobacter pylori Síndromes pós-gastrectomia |
title_short |
Avaliação tardia de doentes gastrectomizados por úlcera péptica: aspectos clínicos, endoscópicos e histopatológicos |
title_full |
Avaliação tardia de doentes gastrectomizados por úlcera péptica: aspectos clínicos, endoscópicos e histopatológicos |
title_fullStr |
Avaliação tardia de doentes gastrectomizados por úlcera péptica: aspectos clínicos, endoscópicos e histopatológicos |
title_full_unstemmed |
Avaliação tardia de doentes gastrectomizados por úlcera péptica: aspectos clínicos, endoscópicos e histopatológicos |
title_sort |
Avaliação tardia de doentes gastrectomizados por úlcera péptica: aspectos clínicos, endoscópicos e histopatológicos |
author |
Coelho-Neto,João de Souza |
author_facet |
Coelho-Neto,João de Souza Andreollo,Nelson Adami Lopes,Luiz Roberto Nishimura,Nancy F. Brandalise,Nelson Ary Leonardi,Luiz Sergio |
author_role |
author |
author2 |
Andreollo,Nelson Adami Lopes,Luiz Roberto Nishimura,Nancy F. Brandalise,Nelson Ary Leonardi,Luiz Sergio |
author2_role |
author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Coelho-Neto,João de Souza Andreollo,Nelson Adami Lopes,Luiz Roberto Nishimura,Nancy F. Brandalise,Nelson Ary Leonardi,Luiz Sergio |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Úlcera péptica Gastrectomia Helicobacter pylori Síndromes pós-gastrectomia |
topic |
Úlcera péptica Gastrectomia Helicobacter pylori Síndromes pós-gastrectomia |
description |
RACIONAL: Atualmente são raras as vezes em que é necessária a realização de uma gastrectomia, já que os inibidores da bomba de prótons associados aos esquemas antibióticos usados para erradicar o Helicobacter pylori, mudaram o enfoque do tratamento da úlcera péptica. OBJETIVOS: Avaliar tardiamente os doentes submetidos a gastrectomia parcial no tratamento da úlcera péptica, em época em que o Helicobacter pylori ainda não era erradicado de forma intencional, incluindo os sintomas pós-operatórios em comparação com os pré-operatórios e a incidência de síndromes pós-gastrectomias; avaliação endoscópica, incluindo o tipo de cirurgia realizada e os achados macroscópicos da mucosa do coto gástrico, duodeno ou jejuno, dependendo do tipo de reconstrução; avaliação histopatológica, incluindo a pesquisa da bactéria por dois métodos: histológico e teste de urease; e sua possível associação presente no estômago remanescente com as avaliações clínica, endoscópica e histopatológica pós-operatórias. CASUÍSTICAS E MÉTODOS: Cinqüenta e nove doentes gastrectomizados por úlcera péptica entre os anos de 1985 e 1993 foram avaliados, sendo que 44 (74,6%) eram do sexo masculino e tinham idade média de 55 anos, com variação de 31 a 77 anos, passaram por entrevista clínica e por exame endoscópico. O Helicobacter pylori foi pesquisado nas peças cirúrgicas ressecadas, para constatação da sua presença ou não no pré-operatório. RESULTADOS: A avaliação clínica no pós-operatório tardio mostrou que 96% dos doentes apresentaram excelentes e bons resultados (Visick I e II). Os sintomas pós-operatórios mais comuns foram dispepsia leve e outras queixas, como diarréia, anemia e dumping, que ocorreram, respectivamente, em 11 (18,6%), 2 (3,4%) e 2 (3,4%) casos. A reconstrução tipo Billroth I trouxe melhores resultados clínicos tardios, quando comparada com as reconstruções tipo Billroth II e Y-de-Roux. Na avaliação endoscópica, a maioria dos doentes (52,5%) apresentou exame normal, enquanto que os demais apresentaram gastrites enantematosa (37,3%) e erosiva (8,5%). Recidiva ulcerosa ocorreu em dois doentes (3,4%). Na análise histopatológica, foi observada incidência elevada de gastrite crônica (98,3%). A presença de Helicobacter pylori ocorreu em 86% dos doentes antes da cirurgia e em 89,8% no pós-operatório tardio. CONCLUSÕES: Os doentes gastrectomizados apresentaram boa evolução clínica pós-operatória tardia. A gastrectomia parcial com reconstrução tipo Billroth I foi a que trouxe melhores resultados clínicos a longo prazo. O Helicobacter pylori, apesar de estar presente no coto gástrico em 89,8% dos casos, não influenciou de forma negativa nos resultados clínicos, endoscópicos ou histopatológicos no pós-operatório tardio. |
publishDate |
2005 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2005-09-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032005000300004 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032005000300004 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
10.1590/S0004-28032005000300004 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE. |
publisher.none.fl_str_mv |
Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE. |
dc.source.none.fl_str_mv |
Arquivos de Gastroenterologia v.42 n.3 2005 reponame:Arquivos de gastroenterologia (Online) instname:Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia instacron:IBEPEGE |
instname_str |
Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia |
instacron_str |
IBEPEGE |
institution |
IBEPEGE |
reponame_str |
Arquivos de gastroenterologia (Online) |
collection |
Arquivos de gastroenterologia (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Arquivos de gastroenterologia (Online) - Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia |
repository.mail.fl_str_mv |
||secretariaarqgastr@hospitaligesp.com.br |
_version_ |
1754193343543246848 |