Violência contra pessoas idosas em uma área metropolitana de Brasília, Paranoá - Distrito Federal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Comum do Brasil - Deposita |
Texto Completo: | https://deposita.ibict.br/handle/deposita/404 |
Resumo: | Fenômenos inerentes ao processo de envelhecimento, como a senescência e senilidade, podem influenciar a ocorrência de atos de violência contra idosos, associados às condições sociodemográficas, como sexo, escolaridade, renda, condições de moradia, rede de apoio e proteção, além da capacidade funcional e cognitiva. O objetivo geral foi caracterizar os idosos quanto aos aspectos sociodemográficos, condições de saúde, informações pessoais e a sua relação com as naturezas de violência psicológica, física, financeira, abandono, negligência, autonegligência e sexual e os objetivos específicos foram analisar a prevalência de casos de violência, segundo as situações de violência, identificar a relação entre a capacidade funcional e cognitiva do idoso e a presença de violência e caracterizar o tipo de agressor e a frequência dos atos de violência sofrida pelos idosos. Trata-se de estudo de base populacional, de caráter descritivo onde foram aplicados instrumentos para avaliar as situações de violência e a relação entre dados sociodemográficos, capacidade funcional e cognitiva. A coleta de dados foi realizada em unidade de saúde no Paranoá, Distrito Federal, onde foram realizadas entrevistas face-a-face, tendo o idoso como o interlocutor das situações de violência. Foram utilizados instrumentos de avaliação da violência, capacidade funcional de Katz e Lawton, e o mini-exame do estado mental. A amostra foi composta por 237 idosos, com idade entre 60 a 93 anos (média 70,25; DP 6,94), maioria do sexo feminino (69,9%), brancos (48,1%), casados (38%), analfabetos (44,3%), católicos (62%), de baixa renda (46%) e que residiam com pelo menos um familiar (89%). Quanto a prevalência 64,97% dos idosos relatou ter sofrido pelo menos um tipo de violência após ter completado 60 anos. Na relação entre as variáveis, foi observado que os tipos de violência psicológica, agressão física, abandono, autonegligência e abuso financeiro foram as que obtiveram níveis de significância estatística de p < 0,05, sendo significativa a associação entre a ocorrência de maus-tratos e a variável sociodemográfica como o sexo, possuir filhos, usar álcool. Ser dependente em atividades básicas de autocuidado e sofrer violência física foram estatisticamente significativos (p=0,02). Já na relação entre avaliação cognitiva e violência, não houve relação estatística significante, contudo, as maiores frequências de casos de violência foram identificadas nos grupos de idosos com menor escolaridade e pior desempenho no teste mental. Quanto ao tipo de agressor, os filhos, seguidos dos cônjuges foram os mais citados como agentes de violência. O abandono foi o tipo de violência em que o idoso relatou maior frequência de vezes sofrida. Os resultados mostraram que variáveis sociodemográficas e de avaliação da capacidade funcional e cognitiva estão relacionadas com as situações de violência e que o agressor é um membro da família. Pesquisas epidemiológicas, como o presente estudo, podem ajudar a aumentar a conscientização tanto de profissionais quanto da sociedade, sobre as características de casos de maus-tratos entre idosos, que não são relatados, além de fornecer e demostrar a causalidade dos fatores de risco, o que pode favorecer a elaboração de metas mais precisas e viáveis, para a intervenção e prevenção da violência entre pessoas idosas. |
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O objetivo geral foi caracterizar os idosos quanto aos aspectos sociodemográficos, condições de saúde, informações pessoais e a sua relação com as naturezas de violência psicológica, física, financeira, abandono, negligência, autonegligência e sexual e os objetivos específicos foram analisar a prevalência de casos de violência, segundo as situações de violência, identificar a relação entre a capacidade funcional e cognitiva do idoso e a presença de violência e caracterizar o tipo de agressor e a frequência dos atos de violência sofrida pelos idosos. Trata-se de estudo de base populacional, de caráter descritivo onde foram aplicados instrumentos para avaliar as situações de violência e a relação entre dados sociodemográficos, capacidade funcional e cognitiva. A coleta de dados foi realizada em unidade de saúde no Paranoá, Distrito Federal, onde foram realizadas entrevistas face-a-face, tendo o idoso como o interlocutor das situações de violência. Foram utilizados instrumentos de avaliação da violência, capacidade funcional de Katz e Lawton, e o mini-exame do estado mental. A amostra foi composta por 237 idosos, com idade entre 60 a 93 anos (média 70,25; DP 6,94), maioria do sexo feminino (69,9%), brancos (48,1%), casados (38%), analfabetos (44,3%), católicos (62%), de baixa renda (46%) e que residiam com pelo menos um familiar (89%). Quanto a prevalência 64,97% dos idosos relatou ter sofrido pelo menos um tipo de violência após ter completado 60 anos. Na relação entre as variáveis, foi observado que os tipos de violência psicológica, agressão física, abandono, autonegligência e abuso financeiro foram as que obtiveram níveis de significância estatística de p < 0,05, sendo significativa a associação entre a ocorrência de maus-tratos e a variável sociodemográfica como o sexo, possuir filhos, usar álcool. Ser dependente em atividades básicas de autocuidado e sofrer violência física foram estatisticamente significativos (p=0,02). Já na relação entre avaliação cognitiva e violência, não houve relação estatística significante, contudo, as maiores frequências de casos de violência foram identificadas nos grupos de idosos com menor escolaridade e pior desempenho no teste mental. Quanto ao tipo de agressor, os filhos, seguidos dos cônjuges foram os mais citados como agentes de violência. O abandono foi o tipo de violência em que o idoso relatou maior frequência de vezes sofrida. Os resultados mostraram que variáveis sociodemográficas e de avaliação da capacidade funcional e cognitiva estão relacionadas com as situações de violência e que o agressor é um membro da família. Pesquisas epidemiológicas, como o presente estudo, podem ajudar a aumentar a conscientização tanto de profissionais quanto da sociedade, sobre as características de casos de maus-tratos entre idosos, que não são relatados, além de fornecer e demostrar a causalidade dos fatores de risco, o que pode favorecer a elaboração de metas mais precisas e viáveis, para a intervenção e prevenção da violência entre pessoas idosas.Phenomena associated with aging, such as senescence and senility, may influence the occurrence of acts of violence against the elderly, associated with sociodemographic conditions, such as gender, education, income, housing conditions, support network and protection, and functional capacity and cognitive. The overall objective was to characterize the elderly as the sociodemographic, health, and personal information and its relationship with the nature of psychological, physical, financial, abandonment, neglect, self-neglect and sexual violence and specific objectives were to analyze the prevalence of cases of violence, according to the situations of violence, identifying the relationship between the functional and cognitive capacity of the elderly and the presence of violence and characterize the type of offender and the frequency of acts of violence suffered by the elderly. It is a descriptive population-based study, where instruments were applied to assess the situations of violence and the relationship between sociodemographic data, functional and cognitive ability. Data collection was performed in a health unit in Paranoá, Federal District, where were carried out face-to-face interviews, and the elderly as the interlocutor of situations of violence. Were used violence assessment instruments, functional capacity of Katz and Lawton, and the mini-mental state examination. The sample consisted of 237 elderly people, aged 60-93 years (mean 70.25, SD 6.94), mostly female (69.9%), white (48.1%), married (38% ), illiterate (44.3%), Catholics (62%), low income (46%), who were living with at least one family member (89%). As the prevalence, 64.97% of seniors reported having experienced at least one type of violence after completing 60 years. In the relationship between the variables, it was observed that the types of psychological, physical, neglect, self-neglect and financial abuse obtained levels of statistical significance of p <0.05, with a significant association between the occurrence of abuse and sociodemographic variable like sex, have children and use alcohol. Be dependent in basic activities of self-care and suffer physical violence were statistically significant (p = 0.02). In the relation between cognitive assessment and violence, there was no significant statistical relationship, however, the most frequent cases of violence were identified in groups of elderly people with lower education levels and poorer performance on mental test. Regarding the type of offender, the children, followed by spouses were the most mentioned as perpetrators of violence. Abandonment was the type of violence which the elderly reported to suffer more frequently. The results showed that sociodemographic and evaluation of functional capacity and cognitive variables are related to the violence and the abuser is a family member. Epidemiological studies such as this, may help to raise awareness of both professionals and the society, on the characteristics of cases of abuse among the elderly, which are not reported, and provide and demonstrate the causality of risk factors, which can promote the development of more accurate and viable targets for intervention and violence prevention among older people.Universidade de BrasíliaFaculdade de Ciências da SaúdeBrasilPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúdehttp://lattes.cnpq.br/6583997878577232Gandolfi, LenoraMoura, LeidesFaustino, Andréa Mathes2023-08-10T16:22:46Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://deposita.ibict.br/handle/deposita/404porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Comum do Brasil - Depositainstname:Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)instacron:IBICT2023-08-10T16:22:47Zoai:https://deposita.ibict.br:deposita/404Repositório ComumPUBhttp://deposita.ibict.br/oai/requestdeposita@ibict.bropendoar:46582023-08-10T16:22:47Repositório Comum do Brasil - Deposita - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict)false |
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