Atenção à saúde para travestis e transexuais no Sistema Único de Saúde
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Baiana de Saúde Pública (Online) |
DOI: | 10.22278/2318-2660.2023.v47.n3.a3946 |
Texto Completo: | https://rbsp.sesab.ba.gov.br/index.php/rbsp/article/view/3946 |
Resumo: | Na atenção à saúde brasileira, as questões relacionadas à identidade de gênero devem ser consideradas marcadores sociais e determinantes estruturais do processo saúde-doença. Todavia, pessoas em situação de vulnerabilidade, como travestis e transexuais, ainda enfrentam desafios para ter o direito à saúde de forma integral, visto que suas necessidades de saúde e identitárias não são reconhecidas por completo. Diante disso, esta tese de doutorado em saúde coletiva objetiva caracterizar a atenção à saúde para pessoas travestis e transexuais no Sistema Único de Saúde (SUS). Para tanto, optou-se pela realização de um estudo envolvendo três desenhos metodológicos: análise bibliométrica, protocolo de revisão sistemática e revisão sistemática. Os achados da análise bibliométrica de teses e dissertações brasileiras revelam que os estudos sobre a tríade travestilidade, transexualidade e saúde estão em ascensão nos últimos vinte anos, com diminuição no enfoque sobre o adoecimento de travestis e transexuais e aumento do foco nos aspectos sociais, organizacionais e políticos que interferem no acesso dessas pessoas aos serviços de saúde. Apesar da existência do programa Processo Transexualizador no SUS, os artigos incluídos na revisão sistemática evidenciam que a atenção à saúde para pessoas travestis e transexuais é composta por uma série de violações, incluindo o despreparo de profissionais da saúde para acolher e cuidar de pessoas travestis e transexuais. Dentro das suas limitações, a apresentação dos resultados da tese contribui para caracterizar a atenção à saúde para pessoas travestis e transexuais no âmbito do sistema de saúde brasileiro como excludente, fragmentada, centrada no cuidado especializado e pautada por ações curativas, assemelhando- se aos modelos de atenção que antecedem o SUS e que são fortemente criticados desde o surgimento do movimento da reforma sanitária brasileira. |
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Atenção à saúde para travestis e transexuais no Sistema Único de SaúdeAtención de la salud de travestis y transexuales en el Sistema Único de SaludHealth care for travestis and transsexuals in the Unified Health SystemAtenção à saúdeSaúde das minoriasTravestilidadeTransexualidadeSistema Único de SaúdeDelivery of health careMinority healthTransvestismTranssexualismUnified Health SystemAtención de la saludSalud de las minoríasTravestilidadTransexualidadSistema Único de SaludNa atenção à saúde brasileira, as questões relacionadas à identidade de gênero devem ser consideradas marcadores sociais e determinantes estruturais do processo saúde-doença. Todavia, pessoas em situação de vulnerabilidade, como travestis e transexuais, ainda enfrentam desafios para ter o direito à saúde de forma integral, visto que suas necessidades de saúde e identitárias não são reconhecidas por completo. Diante disso, esta tese de doutorado em saúde coletiva objetiva caracterizar a atenção à saúde para pessoas travestis e transexuais no Sistema Único de Saúde (SUS). Para tanto, optou-se pela realização de um estudo envolvendo três desenhos metodológicos: análise bibliométrica, protocolo de revisão sistemática e revisão sistemática. Os achados da análise bibliométrica de teses e dissertações brasileiras revelam que os estudos sobre a tríade travestilidade, transexualidade e saúde estão em ascensão nos últimos vinte anos, com diminuição no enfoque sobre o adoecimento de travestis e transexuais e aumento do foco nos aspectos sociais, organizacionais e políticos que interferem no acesso dessas pessoas aos serviços de saúde. Apesar da existência do programa Processo Transexualizador no SUS, os artigos incluídos na revisão sistemática evidenciam que a atenção à saúde para pessoas travestis e transexuais é composta por uma série de violações, incluindo o despreparo de profissionais da saúde para acolher e cuidar de pessoas travestis e transexuais. Dentro das suas limitações, a apresentação dos resultados da tese contribui para caracterizar a atenção à saúde para pessoas travestis e transexuais no âmbito do sistema de saúde brasileiro como excludente, fragmentada, centrada no cuidado especializado e pautada por ações curativas, assemelhando- se aos modelos de atenção que antecedem o SUS e que são fortemente criticados desde o surgimento do movimento da reforma sanitária brasileira.En la atención de la salud brasileña, las cuestiones relacionadas con la identidad de género deben ser consideradas como marcadores sociales y determinantes estructurales del proceso salud-enfermedad. Sin embargo, las personas en situación de vulnerabilidad, como travestis y transexuales, aún enfrentan a desafíos para tener pleno derecho a la salud, ya que sus necesidades de salud e identidad no son plenamente reconocidas. Por lo tanto, esta tesis doctoral en salud colectiva tiene como objetivo caracterizar la atención de la salud de las personas travestis y transgénero en el Sistema Único de Salud (SUS). Para ello, se optó por realizar un estudio con tres diseños metodológicos: análisis bibliométrico, protocolo de revisión sistemática y revisión sistemática. Los hallazgos del análisis bibliométrico de tesis y disertaciones brasileñas revelan que los estudios sobre la tríada travestilidad, transexualidad y salud están en aumento en los últimos veinte años, con una disminución en el foco sobre la enfermedad de travestis y transexuales y un aumento en el foco en los aspectos sociales, organizacionales y políticos que interfieren en el acceso de estas personas a los servicios de salud. A pesar de la existencia del programa Proceso de Transexualización en el SUS, los artículos incluidos en la revisión sistemática muestran que la atención de la salud de las personas travestis y transexuales se compone de una serie de violaciones, que incluye la falta de preparación de los profesionales de la salud para acoger y atender a las personas travestis y transexuales. Dentro de sus limitaciones, la presentación de los resultados de la tesis contribuye a caracterizar la atención de la salud de personas travestis y transexuales en el sistema de salud brasileño como excluyente, fragmentaria, que se centra en la atención especializada y se orienta por acciones curativas, similar a los modelos de atención que precedieron al SUS y que han sido fuertemente criticados desde el surgimiento del movimiento brasileño de reforma sanitaria.In Brazilian health care, issues related to gender identity should be considered social markers and structural determinants of the health-disease process; however, people in vulnerable situations, such as travestis and transsexuals, still face challenges in exercising their right to health and having their health and identity needs fully recognized. Thus, this Doctoral Thesis in Collective Health characterizes health care for travestis and transgender people in the Unified Health System (SUS). We opted for using three methodological designs: bibliometric analysis, systematic review protocol and systematic review. The bibliometric analysis of Brazilian theses and dissertations reveal that studies on the triad transvestility, transsexuality and health have been on the rise in the last twenty years, shifting the focus from illness to social, organizational and political aspects that interfere with their access to health services. Despite the Processo Transexualizador program offered by the Unified Health System, the papers included in the systematic review show that health care for travestis and transgender people incurs in a series of violations, including the unpreparedness of health professionals to embrace and care for this population. Within its limitations, the results of this Thesis contributes to characterizing health care for travestis and transgender people in the Brazilian health system as exclusionary, fragmented, centered on specialized care and guided by curative actions, resembling the care models that preceded the SUS and which have been strongly criticized since the emergence of the Brazilian Health Reform Movement.SESAB2023-11-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://rbsp.sesab.ba.gov.br/index.php/rbsp/article/view/394610.22278/2318-2660.2023.v47.n3.a3946Revista Baiana de Saúde Pública; v. 47 n. 3 (2023); 286-2882318-26600100-023310.22278/2318-2660.2023.v47.N3reponame:Revista Baiana de Saúde Pública (Online)instname:Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab)instacron:IBICTporhttps://rbsp.sesab.ba.gov.br/index.php/rbsp/article/view/3946/3265Copyright (c) 2023 Revista Baiana de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessLima, Rafael Rodolfo Tomaz deNoro, Luiz Roberto Augusto2023-11-22T15:17:42Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/3946Revistahttps://rbsp.sesab.ba.gov.br/index.php/rbspPUBhttps://rbsp.sesab.ba.gov.br/index.php/rbsp/oai||saude.revista@saude.ba.gov.br|| rbsp.saude@saude.ba.gov.br2318-26600100-0233opendoar:2024-03-06T12:58:32.837602Revista Baiana de Saúde Pública (Online) - Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab)false |
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