Acesso aberto e os critérios para avaliação dos programas de pós-graduação no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Borges, Leandro da Conceição
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do IBICT - RIDI
Texto Completo: http://ridi.ibict.br/handle/123456789/1003
Resumo: A chamada “crise dos periódicos”, que surge em meio às crescentes cobranças monetárias das grandes editoras comerciais ao acesso as assinaturas dos periódicos por elas comercializados, está na origem de um movimento, onde diversos atores da comunidade científica se reuniram em prol da democratização ao acesso à informação científica. O Movimento de Acesso Aberto surge, assim, no final dos anos de 1990, e se estrutura, na década seguinte, a partir duas estratégias principais: os periódicos de filosofia aberta, a “via dourada” e o autoarquivamento centralizado nos repositórios digitais, a “via verde”. Passadas quase três décadas, muito embora a filosofia de Acesso Aberto esteja amplamente difundida e o número de periódicos de filosofia aberta tenha crescido, parte significativa da ciência ainda está publicada em periódicos de acesso restrito. No Brasil, até bem pouco tempo, a responsabilidade pela ciência estava a cargo dos institutos de pesquisa. Nas últimas décadas, as universidades passaram a assumir o papel central na condução da atividade científica, fenômeno que está intimamente ligado à expansão do sistema de Pós-Graduação no país. Desde os anos de 1990, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) realiza avaliações periódicas dos programas de Pós-Graduação, que inclui, dentre outros critérios, o desempenho acadêmico de seus docentes e discentes, estimando o periódico onde eles publicam seus trabalhos de pesquisa, sendo os critérios dessa avaliação um elemento norteador para a escolha dos periódicos para a publicação. Esta dissertação tem o objetivo de verificar a ocorrência do termo “Acesso Aberto” e seus termos similares nos documentos de avaliação de periódicos da Capes. Para tal, foram analisados os documentos de avaliação, disponíveis no site da Capes, das 49 áreas do conhecimento, nas avaliações trienal (2010-2012) e quadrienal (2013-2016), totalizando 98 documentos. Para a categorização dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo, segundo Bardin, resultando em dois blocos de resultados. Quanto à inclusão do Acesso Aberto nos estratos Qualis, percebeu-se baixíssima frequência nos mais altos estratos, ou seja, A1, A2, B1 e B2; tendo ocorrências frequentes nas grandes áreas das Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Multidisciplinar e Artes e Letras. Verificaram-se ainda algumas menções ao Acesso Aberto no estrato C, cujos periódicos, segundo a avaliação da Capes, não pontuam. Como conclusão, observou-se que o Acesso Aberto é abordado de forma incipiente nos altos estratos dos documentos de avaliação de periódicos das áreas. Espera-se que o resultado desta dissertação mostre aos comitês de área da Capes que é necessário incluir, nos seus documentos de avaliação, o incentivo para a publicação em Acesso Aberto, uma vez que esses periódicos representam à sociedade maior democratização do acesso à informação
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spelling 2019-03-15T18:59:16Z2019-03-152019-03-15T18:59:16Z2018-10-08http://ridi.ibict.br/handle/123456789/1003A chamada “crise dos periódicos”, que surge em meio às crescentes cobranças monetárias das grandes editoras comerciais ao acesso as assinaturas dos periódicos por elas comercializados, está na origem de um movimento, onde diversos atores da comunidade científica se reuniram em prol da democratização ao acesso à informação científica. O Movimento de Acesso Aberto surge, assim, no final dos anos de 1990, e se estrutura, na década seguinte, a partir duas estratégias principais: os periódicos de filosofia aberta, a “via dourada” e o autoarquivamento centralizado nos repositórios digitais, a “via verde”. Passadas quase três décadas, muito embora a filosofia de Acesso Aberto esteja amplamente difundida e o número de periódicos de filosofia aberta tenha crescido, parte significativa da ciência ainda está publicada em periódicos de acesso restrito. No Brasil, até bem pouco tempo, a responsabilidade pela ciência estava a cargo dos institutos de pesquisa. Nas últimas décadas, as universidades passaram a assumir o papel central na condução da atividade científica, fenômeno que está intimamente ligado à expansão do sistema de Pós-Graduação no país. Desde os anos de 1990, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) realiza avaliações periódicas dos programas de Pós-Graduação, que inclui, dentre outros critérios, o desempenho acadêmico de seus docentes e discentes, estimando o periódico onde eles publicam seus trabalhos de pesquisa, sendo os critérios dessa avaliação um elemento norteador para a escolha dos periódicos para a publicação. Esta dissertação tem o objetivo de verificar a ocorrência do termo “Acesso Aberto” e seus termos similares nos documentos de avaliação de periódicos da Capes. Para tal, foram analisados os documentos de avaliação, disponíveis no site da Capes, das 49 áreas do conhecimento, nas avaliações trienal (2010-2012) e quadrienal (2013-2016), totalizando 98 documentos. Para a categorização dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo, segundo Bardin, resultando em dois blocos de resultados. Quanto à inclusão do Acesso Aberto nos estratos Qualis, percebeu-se baixíssima frequência nos mais altos estratos, ou seja, A1, A2, B1 e B2; tendo ocorrências frequentes nas grandes áreas das Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Multidisciplinar e Artes e Letras. Verificaram-se ainda algumas menções ao Acesso Aberto no estrato C, cujos periódicos, segundo a avaliação da Capes, não pontuam. Como conclusão, observou-se que o Acesso Aberto é abordado de forma incipiente nos altos estratos dos documentos de avaliação de periódicos das áreas. Espera-se que o resultado desta dissertação mostre aos comitês de área da Capes que é necessário incluir, nos seus documentos de avaliação, o incentivo para a publicação em Acesso Aberto, uma vez que esses periódicos representam à sociedade maior democratização do acesso à informaçãoThe so-called "crisis of periodicals", which arises amid the increasing monetary charges of the large commercial publishers to access the signatures of the journals marketed by them, is at the origin of a movement where several actors from the scientific community have gathered for the democratization of scientific information access. The Open Access Movement appears in the late nineties and it is structured in the following decade by applying two main strategies: The journals of open philosophy, the "gold route", and the self-archiving centralized in the digital repositories, the "green route". After almost three decades, although the open access philosophy is widespread and the number of open philosophy journals has grown, a significant part of science is still published in restricted access journals. In Brazil, until very shortly, the responsibility for science was in charge of the research institutes. In recent decades, universities have begun to assume the central role in conducting scientific activities, a phenomenon that is intimately linked to the expansion of the postgraduate system in the country. Since 1990, the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (Capes) conducts periodic evaluations of the postgraduate programs, which includes, among other criteria, the academic performance of its professors and students, estimating, the periodical where they publish their research studies, and the criteria of this evaluation are guiding elements for the decision-making process for publication of journals. This dissertation aims to verify the occurrence of the term "open access" and similar terms in the journal evaluation documents of Capes. To this end, we analyzed the evaluation documents available on the Capes website, from the 49 areas of knowledge, in the triennial (2010-2012) and four-yearly (2013-2016) assessments, totalling 98 documents. The content analysis was used to categorize the data, according to Bardin, resulting in two blocks of results. Regarding the inclusion of open access in Qualis strata, it was a very low frequency in the highest strata, i.e. A1, A2, B1 and B2; showing frequent occurrences in the large areas of the Humanities, Applied Social Science, Multidisciplinary and Arts and Letters. There were also some mentions of open access in the stratum C, whose journals, according to the Capes evaluation, did not score as conclusions, it was observed that open access is approached in an incipient way in the high strata of the evaluation documents of journals in the areas. It is hoped that the result of this dissertation shows the committees of Capes area that it is necessary to include in their evaluation documents the incentive for publication in open access, since these journals represent to society greater democratization of access to information.Submitted by Priscilla Araujo (priscilla@ibict.br) on 2019-03-15T18:59:16Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) DISSERTACAO_TEXTO_FINAL_POS_REVISAO.pdf: 1963414 bytes, checksum: a7f1ba6f11fe1d040a84420d7eda029c (MD5)Made available in DSpace on 2019-03-15T18:59:16Z (GMT). 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