O Brasil dimensionado pelo Futebol

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kupper, Agnaldo
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Futsal e Futebol
Texto Completo: https://www.rbff.com.br/index.php/rbff/article/view/758
Resumo: O tema futebol não recebeu, por parte da grande maioria dos historiadores e acadêmicos, atenção. Pelo menos até os anos finais da década de 1970 e iní­cio dos anos 1980. Muitos o veem como algo menor. Talvez por preconceitos adquiridos através da visão de anarquistas, anarcossindicalistas, socialistas e comunistas, que viam no esporte um fator de alienação à causa operária. Talvez por ter sido usado como veí­culo para a popularização de governos, especialmente no período militar. Talvez, mais recentemente, pelas denúncias de corrupção por ocasião da organização da Copa de 2014 no Brasil. Não há como negar que, particularmente no Brasil, a prática futebolí­stica está inserida nas relações sociais e, como tal, sujeita a novas participações, a novos sentidos e a novos significados. Desta forma, é parte integrante das mudanças engendradas pelo processo histórico brasileiro. Desta forma, desprezar o tema é rejeitar o cotidiano, o lúdico, o sentimento que permeia gerações, por onde insatisfações, frustrações e explorações são extravasadas, mesmo sem clareza, de um povo que sempre lutou, que continua lutando, mesmo quase sempre seguindo a sina da perda, da derrota diária. Certo é que o futebol é um reflexo do que somos e de como temos olhos ao mundo.
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Não há como negar que, particularmente no Brasil, a prática futebolí­stica está inserida nas relações sociais e, como tal, sujeita a novas participações, a novos sentidos e a novos significados. Desta forma, é parte integrante das mudanças engendradas pelo processo histórico brasileiro. Desta forma, desprezar o tema é rejeitar o cotidiano, o lúdico, o sentimento que permeia gerações, por onde insatisfações, frustrações e explorações são extravasadas, mesmo sem clareza, de um povo que sempre lutou, que continua lutando, mesmo quase sempre seguindo a sina da perda, da derrota diária. Certo é que o futebol é um reflexo do que somos e de como temos olhos ao mundo.The theme of football is not, on the part of the great majority of historians and academics, attention. At least until the late 1970s and early 1980s. Many see it as something minor. Perhaps because of prejudices acquired through the vision of anarchists, anarcho-syndicalists, socialists and communists, who saw in sport a factor of alienation from the cause of the working class. Perhaps because it was used as a vehicle for a popularization of governments, especially in the military period. Perhaps more recently, allegations of corruption during the organization of the 2014 World Cup in Brazil. There is no denying that, particularly Brazil, a physical practice is embedded in social relations, as such, subject to new participations, new senses and new meanings. In this way, it is an integral part of the changes engendered by the Brazilian historical process. In this way, to despise the theme is to reject the daily, the playful, the feeling that permeates generations, where dissatisfactions, frustrations and exploitations are spilled, even without clarity, of a people who always fought, who continues fighting, even almost always following the sina of loss, of daily defeat. Football is a reflection of who we are and how we look at the world.El tema del fútbol no ha recibido, por parte de la gran mayoría de historiadores y académicos, atención. Al menos hasta finales de los 70 y principios de los 80. Muchos lo ven como algo menor. Quizás por prejuicios adquiridos a través de la visión de anarquistas, anarcosindicalistas, socialistas y comunistas, que veían en el deporte un factor de alienación de la causa obrera. Quizá porque se utilizó como vehículo de popularización de los gobiernos, especialmente en el período militar. Quizás, más recientemente, por las denuncias de corrupción durante la organización del Mundial de Brasil 2014. No se puede negar que, particularmente en Brasil, la práctica del fútbol está incrustada en las relaciones sociales y, como tal, sujeta a nuevas participaciones, nuevos significados y nuevos significados. De esta manera, es parte integral de los cambios engendrados por el proceso histórico brasileño. De esta forma, despreciar el tema es rechazar lo cotidiano, lo lúdico, el sentimiento que traspasa generaciones, a través del cual se derraman, aún sin claridad, insatisfacciones, frustraciones y explotaciones de un pueblo que siempre ha luchado, que sigue luchando, incluso casi siempre siguiendo el destino de la pérdida, de la derrota diaria. Lo cierto es que el fútbol es un reflejo de quiénes somos y cómo tenemos los ojos puestos en el mundo.O tema futebol não recebeu, por parte da grande maioria dos historiadores e acadêmicos, atenção. Pelo menos até os anos finais da década de 1970 e iní­cio dos anos 1980. Muitos o veem como algo menor. Talvez por preconceitos adquiridos através da visão de anarquistas, anarcossindicalistas, socialistas e comunistas, que viam no esporte um fator de alienação à causa operária. Talvez por ter sido usado como veí­culo para a popularização de governos, especialmente no período militar. Talvez, mais recentemente, pelas denúncias de corrupção por ocasião da organização da Copa de 2014 no Brasil. Não há como negar que, particularmente no Brasil, a prática futebolí­stica está inserida nas relações sociais e, como tal, sujeita a novas participações, a novos sentidos e a novos significados. Desta forma, é parte integrante das mudanças engendradas pelo processo histórico brasileiro. Desta forma, desprezar o tema é rejeitar o cotidiano, o lúdico, o sentimento que permeia gerações, por onde insatisfações, frustrações e explorações são extravasadas, mesmo sem clareza, de um povo que sempre lutou, que continua lutando, mesmo quase sempre seguindo a sina da perda, da derrota diária. Certo é que o futebol é um reflexo do que somos e de como temos olhos ao mundo.Il tema del calcio non ha ricevuto attenzione, da parte della stragrande maggioranza di storici e accademici. Almeno fino alla fine degli anni '70 e all'inizio degli anni '80, molti lo vedono come qualcosa di secondario. Forse per pregiudizi acquisiti attraverso la visione di anarchici, anarcosindacalisti, socialisti e comunisti, che vedevano nello sport un fattore di alienazione dalla causa operaia. Forse perché è stato utilizzato come veicolo per la divulgazione dei governi, soprattutto nel periodo militare. Forse, più recentemente, a causa delle accuse di corruzione durante l'organizzazione dei Mondiali 2014 in Brasile. Non si può negare che, in particolare in Brasile, la pratica del calcio è radicata nelle relazioni sociali e, come tale, soggetta a nuova partecipazione, nuovi significati e nuovi significati. In questo modo, è parte integrante dei cambiamenti generati dal processo storico brasiliano. In questo modo, disprezzare il tema è rifiutare il quotidiano, il giocoso, il sentimento che permea le generazioni, attraverso il quale si riversano, anche senza lucidità, insoddisfazioni, frustrazioni e strumentalizzazioni di un popolo che ha sempre lottato, che continua a lottare, anche quasi sempre seguendo il destino della perdita, della sconfitta quotidiana. Quel che è certo è che il calcio è un riflesso di chi siamo e di come abbiamo gli occhi sul mondo.IBPEFEX2019-02-17info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.rbff.com.br/index.php/rbff/article/view/758RBFF - Revista Brasileira de Futsal e Futebol; v. 11 n. 43 (2019); 301-311RBFF - Brazilian Journal of Futsal and Football; Vol. 11 No. 43 (2019); 301-311RBFF - Revista Brasileña de Fútbol Sala y Fútbol; Vol. 11 Núm. 43 (2019); 301-311RBFF - Revista Brasileira de Futsal e Futebol; v. 11 n. 43 (2019); 301-311RBFF - Rivista Brasiliana di Futsal e Calcio; V. 11 N. 43 (2019); 301-3111984-4956reponame:Revista Brasileira de Futsal e Futebolinstname:Instituto Brasileiro de Ensino e Pesquisa em Fisiologia do Exercício (IBPEFEX)instacron:IBPEFEXporhttps://www.rbff.com.br/index.php/rbff/article/view/758/587Kupper, Agnaldoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-05-13T14:14:24Zoai:ojs.www.rbff.com.br:article/758Revistahttps://www.rbff.com.br/index.php/rbffONGhttp://www.rbff.com.br/index.php/rbff/oai||ac-navarro@uol.com.br|| francisconunesnavarro@gmail.com1984-49561984-4956opendoar:2024-05-13T14:14:24Revista Brasileira de Futsal e Futebol - Instituto Brasileiro de Ensino e Pesquisa em Fisiologia do Exercício (IBPEFEX)false
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