To Hunt or not to Hunt, Here is the Question
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biodiversidade Brasileira |
Texto Completo: | https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/745 |
Resumo: | Poucos temas despertam tanto conflito de opiniões na arena ambiental quanto a caça. Existem inúmeras formas de caça em um gradiente difuso de interesses, métodos, efeitos sociais e ambientais, graus de formalização e graus de aceitação social. O debate moderno sobre a caça, inclusive no Brasil, concentra-se em questões morais, porém questões ambientais e sociais também são relevantes. Uma reflexão sobre a caça passa pela superação das formas ambíguas como a biodiversidade e os animais são representados nas sociedades modernas. Tratando-se de um tema recentemente incorporado ao domínio ético é um campo ainda em construção sobre o qual não existe uma moral consolidada. Neste artigo argumento que (1) existe uma grande diversidade de matizes de relacionamento entre humanos e animais e de motivações para estes relacionamentos em sociedades modernas, de tal forma que o conceito de caça precisa sempre fazer referência a um contexto explícito; (2) os argumentos e juízos a favor ou contra determinados tipos de caça incluem contradições e conflitos com aqueles usados em outras questões ambientais; (3) o tratamento superficial do tema e a falta de consenso resultam frequentemente em posicionamentos e decisões inadequadamente embasados; (4) a construção social moderna dominante é condicionada pelo modo de vida urbano, que se caracteriza pelo afastamento ou até alienação dos contatos de primeira mão com ambientes e espécies silvestres e enfatiza a noção de crueldade; (5) que todas as formas de caça apresentam desafios e oportunidades de satisfação de interesses sociais e de contribuição ou ameaça para a conservação da biodiversidade, de tal forma não é possível julgar a priori qualquer tipo de caça como em si mesma conservacionista ou degradadora. |
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To Hunt or not to Hunt, Here is the QuestionCazar o no Cazar, He Aquí la CuestiónCaçar ou não Caçar, Eis a QuestãoHunting exploitation ethics cazaextracciónla éticaCaça extrativismo diversidade genéticasociologiamanejo;crueldadePoucos temas despertam tanto conflito de opiniões na arena ambiental quanto a caça. Existem inúmeras formas de caça em um gradiente difuso de interesses, métodos, efeitos sociais e ambientais, graus de formalização e graus de aceitação social. O debate moderno sobre a caça, inclusive no Brasil, concentra-se em questões morais, porém questões ambientais e sociais também são relevantes. Uma reflexão sobre a caça passa pela superação das formas ambíguas como a biodiversidade e os animais são representados nas sociedades modernas. Tratando-se de um tema recentemente incorporado ao domínio ético é um campo ainda em construção sobre o qual não existe uma moral consolidada. Neste artigo argumento que (1) existe uma grande diversidade de matizes de relacionamento entre humanos e animais e de motivações para estes relacionamentos em sociedades modernas, de tal forma que o conceito de caça precisa sempre fazer referência a um contexto explícito; (2) os argumentos e juízos a favor ou contra determinados tipos de caça incluem contradições e conflitos com aqueles usados em outras questões ambientais; (3) o tratamento superficial do tema e a falta de consenso resultam frequentemente em posicionamentos e decisões inadequadamente embasados; (4) a construção social moderna dominante é condicionada pelo modo de vida urbano, que se caracteriza pelo afastamento ou até alienação dos contatos de primeira mão com ambientes e espécies silvestres e enfatiza a noção de crueldade; (5) que todas as formas de caça apresentam desafios e oportunidades de satisfação de interesses sociais e de contribuição ou ameaça para a conservação da biodiversidade, de tal forma não é possível julgar a priori qualquer tipo de caça como em si mesma conservacionista ou degradadora.Few issues raise as much conflict of opinion in the environmental arena as hunting. There are numerous forms of hunting in a diffuse gradient of interests, methods, social and environmental effects, degrees of formalization and degrees of socialacceptance. The modern debate on hunting, including in Brazil, focuses on moral issues, but environmental and social issues are gaining relevance. A reflection on hunting goes through the overcoming of ambiguousforms such as biodiversity and animals are represented in modern societies. Being a newly incorporated theme in the ethical domain, this is a field still under construction on which there is no unified morality. In this article I argue that (1) there is a great deal of diversity of relationships between humans and animals andof motivations for these relationships in modern societies, in such a way that the concept of hunting must always be referred to an explicit context; (2) arguments and judgments in favor or against particular types of hunting include contradictions and conflicts with those used in other environmental issues; (3) superficial treatment of the topic and lack of consensus often result in improperly grounded positions and decisions; (4) the dominant modern social construction is conditioned by the urban way of life, which is characterized by a departure or even alienation of first-hand contacts with wild environments and species, emphasizing the notion of cruelty; (5) that all forms of hunting present challenges and opportunities for the satisfaction of social interests and contribution or threat to the conservation of biodiversity, so it is not possible to judge apriori any type of hunting as in itself conservationist or degrading.Pocos temas despiertan tanto conflicto de opinionesen la arena ambiental como la cacería. Existen diversas formas de cacería en un gradiente difuso de intereses, métodos, efectos sociales y ambientales, grados de formalización y grados de aceptación social. El debate moderno sobre la cacería, incluso en Brasil, se centra en cuestiones morales, pero cuestiones ambientales y sociales también son relevantes. Una reflexión sobre la caza pasa por la superación de las formas ambiguas como la biodiversidad y los animales son representados en las sociedades modernas. Tratándose de un tema recientemente incorporado al dominio ético, es un campo aún en construcción sobre el cual no existe una moral establecida. En este artículo argumento que (1) existe una amplia gama de matices de relacionamiento entre los seres humanos y los animales y de motivaciones para estas relaciones en las sociedades modernas, por lo que el concepto de cacería siempre debe referirse a un contexto específico; (2) los argumentos y juicios a favor o contra determinados tipos de cacería incluyen contradicciones y conflictos con aquellosutilizados en otras cuestiones medioambientales; (3) el tratamiento superficial del tema y la falta de consenso resultan a menudo en posiciones y decisiones inadecuadamente basadas; (4) la construcción social moderna dominante está condicionada por el modo de vida urbano, que se caracteriza por el alejamiento o hasta la alienación de los contactos de primera mano con ambientes y especies silvestres y enfatiza la noción de crueldad; (5) que todas las formas de cacería presentan desafíos y oportunidades de satisfacción de interesessociales y de contribución o amenaza para la conservación de la biodiversidad, de tal forma no es posible juzgar a priori cualquier forma de cacería como en sí misma conservacionista o degradadora.Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)2023-05-09info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/74510.37002/biodiversidadebrasileira.v8i2.745Biodiversidade Brasileira ; v. 8 n. 2 (2018): Caça: Subsídios para a Gestão de Unidades de Conservação e o Manejo de Espécies (n. 2); 6-25Biodiversidade Brasileira ; Vol. 8 No. 2 (2018): Caça: Subsídios para a Gestão de Unidades de Conservação e Manejo de Espécies ; 6-25Biodiversidade Brasileira ; Vol. 8 Núm. 2 (2018): Caça: Subsídios para a Gestão de Unidades de Conservação e o Manejo de Espécies (n. 2); 6-252236-288610.37002/biodiversidadebrasileira.v8i2reponame:Biodiversidade Brasileirainstname:Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO)instacron:ICMBIOporhttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/745/622Copyright (c) 2020 Biodiversidade Brasileira - BioBrasilhttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessGuadagnin, Demetrio Luis2023-06-07T17:39:47Zoai:revistaeletronica.icmbio.gov.br:article/745Revistahttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBRPUBhttps://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/oaifernanda.oliveto@icmbio.gov.br || katia.ribeiro@icmbio.gov.br2236-28862236-2886opendoar:2023-06-07T17:39:47Biodiversidade Brasileira - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO)false |
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