Roça sem fogo: a visão de agricultores e técnicos sobre uma experiência de manejo na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, Amazonas, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biodiversidade Brasileira |
Texto Completo: | https://revistaeletronica.icmbio.gov.br/BioBR/article/view/526 |
Resumo: | Este ensaio apresenta uma análise crítica de um trabalho de extensão agroflorestal conduzido na Amazônia Central (Amazonas, Brasil) entre 2011 e 2013 pelo Programa de Manejo de Agroecossistemas do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. As iniciativas agroflorestais basearam-se em princípios agroecológicos para promover o uso sustentável das áreas florestais. O centro da proposta foi a implementação de áreas agrícolas sem o uso do fogo – essencial para a agricultura migratória da região. No contexto da implementação das políticas internacionais de mudanças climáticas nos países em desenvolvimento, e especificamente da multiplicação dos projetos de REDD+ (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação florestal), iniciativas para conter o uso do fogo e para reduzir o desmatamento estão em curso na Amazônia desde 2008. O nosso estudo de caso oferece uma visão “a partir do campo” sobre a relação entre os promotores dessas políticas e as populações locais. Nós analisamos como os agricultores ribeirinhos receberam e incorporaram as iniciativas agroflorestais e a proposta para plantar sem uso do fogo nas práticas locais, focando nos resultados preliminares de oito áreas experimentais implantadas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã entre 2011 e 2013. Com base em observações de campo, relatórios e entrevistas com os agricultores, nós descrevemos os métodos usados para implementar as áreas experimentais, as práticas alternativas de manejo apresentadas aos agricultores durante o trabalho de extensão, e como essas técnicas diferem das práticas locais. Nós refletimos sobre as lições que emergiram do encontro entre técnicos e agricultores durante as capacitações e discutimos as diversas formas com que os agricultores se envolveram nos experimentos. Nós concluímos que os futuros trabalhos de extensão agroflorestal deveriam levar em conta melhor esses parâmetros e procurar compreender as relações sociais e de parentesco através das quais os agricultores trocam conhecimento e sementes. Os atores da conservação poderão disseminar novas práticas de maneira mais efetiva com base nessas redes existentes. O sucesso das atividades em curso depende do desenvolvimento de propostas adaptadas às necessidades e aos interesses dos agricultores. Finalmente, as iniciativas deveriam ser apresentadas como um complemento e não como um substituto às práticas locais de agricultura migratória. |
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