Abordagem one health para vigilância de arbovirus na Mata Atlântica do sul da Bahia, Brasil
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá) |
Texto Completo: | https://patua.iec.gov.br/handle/iec/3073 |
Resumo: | Ao menos cinco epidemias causadas por arbovírus (Vírus da Febre Amarela, Vírus Dengue, Vírus Febre do Nilo Ocidental, Vírus Chikungunya e Vírus Zika) têm surgido nos últimos séculos. Muitos outros arbovírus são zoonóticos, infectando artrópodes e animais selvagens em seus habitats silvestres, bem como humanos, acidentalmente. Com a intensificação da agricultura, pecuária, desmatamento, mobilidade de pessoas e densidade humana, o padrão de interação vírus-vetor-hospedeiro também tem sido alterado. Neste estudo, monitoramos artrópodes, animais e populações humanas para avaliar o risco de arboviroses em áreas rurais entremeadas por fragmentos da Mata Atlântica na Bahia, Brasil. Entre 2006 e 2014, coletamos 196 amostras de sangue de primatas de vida livre (Leontopithecus chrysomelas e Sapajus xanthosthernos) e 47 amostras de preguiças (Bradypus torquatus e Bradypus variegatus). Além disso, fezes de micos-leões foram coletadas para testes coproparasitológicos. Nos mesmos locais onde mamíferos foram amostrados, investigamos potenciais vetores de arboviroses com capturadores e armadilhas de CDC. Finalmente, em 2014, foram coletados sangue de 523 pessoas de 11 comunidades que viviam perto dos locais onde os animais silvestres eram monitorados. Embora saudáveis, micos estavam parasitados com nematódeos e/ou cestódeos. Além disso, durante necropsia de um Leontopithecus encontrado morto, identificamos o acantocéfalo Prosternochis elegans. A coleta de sangue em preguiça-de-coleira gerou os primeiros valores hematológicos para esta espécie, que poderá ser útil em avaliações de saúde. Anticorpos contra 26 arbovírus pertencentes a quatro gêneros (Flavivirus, Alphavirus, Orthobunyavirus e Phlebovirus) foram investigados. A prevalência de anticorpos contra arbovírus em mamíferos selvagens foi de 26,8%, sendo maior para B. torquatus (41%), seguido de L. chrysomelas (25,4%), S. xanthosthernos (14,3%) e B. variegatus (14,3%). Usando modelos lineares generalizados, descobrimos que a exposição não estava associada ao sexo ou idade, mas foi maior em preguiças do que micos-leões. Em humanos, a prevalência foi de 70,3%. Entre os gêneros, Flavivirus apresentou a maior prevalência tanto para animais (21,1%) como pessoas (69,8%). Os animais silvestres e pessoas foram expostos a 13 e cinco espécies de arbovírus, respectivamente, quatro dos quais foram comuns em ambos os hospedeiros (ILHV, DENV-3, EEEV, CARV). Através de regressões logísticas, constatamos que devido pessoas viverem perto de fragmentos de floresta e com macacos de vida livre em torno das áreas diminuiu o risco de infecção. Isso pode ser explicado pelo efeito de diluição, onde aumento da biodiversidade tende a diluir interações parasita-hospedeiro-ambiente-vetor e consequentemente, risco de doenças. Finalmente, nossa pesquisa identificou 49 artrópodes, sendo culicídeos com maior abundância e riqueza. Teste de RT-PCR com primers gênero-específicos foram utilizados para detecção viral em artrópodes. Seguido por sequenciamento, detectamos ROCV, MAYV, Kamiti river e Mosquitos flavivirus. A alta prevalência em mamíferos selvagens e humanos, juntamente com a presença de vetores infectados, sugerem circulação e risco de transmissão de arbovírus nas áreas amostradas. O risco de exposição pode aumentar com desmatamento e contato entre pessoas, animais selvagens e vetores. Os resultados foram compartilhados com universidades, serviços de saúde e meio ambiente, zoológicos e comunidade local. Este estudo apresenta uma iniciativa para integrar saúde das pessoas, animais e meio ambiente em uma abordagem One Health. |
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Com a intensificação da agricultura, pecuária, desmatamento, mobilidade de pessoas e densidade humana, o padrão de interação vírus-vetor-hospedeiro também tem sido alterado. Neste estudo, monitoramos artrópodes, animais e populações humanas para avaliar o risco de arboviroses em áreas rurais entremeadas por fragmentos da Mata Atlântica na Bahia, Brasil. Entre 2006 e 2014, coletamos 196 amostras de sangue de primatas de vida livre (Leontopithecus chrysomelas e Sapajus xanthosthernos) e 47 amostras de preguiças (Bradypus torquatus e Bradypus variegatus). Além disso, fezes de micos-leões foram coletadas para testes coproparasitológicos. Nos mesmos locais onde mamíferos foram amostrados, investigamos potenciais vetores de arboviroses com capturadores e armadilhas de CDC. Finalmente, em 2014, foram coletados sangue de 523 pessoas de 11 comunidades que viviam perto dos locais onde os animais silvestres eram monitorados. 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