Avaliação do perfil clínico-epidemiológico dos usuários atendidos no centro de referência para imunobiológicos especiais, do Hospital Ophir Loyola, no município de Belém-Pará

• Autor(a) principal: Espindola, Paula Rachel Neves
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá)
• Texto Completo: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4421
• topic: Vacinação / enfermagem; Programas de Imunização; Perfil de Saúde; Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais; Hospital Ophir Loyola (PA)

Introdução: Os Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) objetivam vacinar os indivíduos com quadros clínicos especiais, isto é, indivíduos com suscetibilidade aumentada às condições ou risco de complicações determinados por doenças preveníveis por vacinas. Objetivo: Analisar o perfil clínico-epidemiológico dos usuários atendidos no CRIE do Hospital Ophir Loyola, no período de 2006 a 2016. Métodos: Estudo descritivo com abordagem quantitativa. Para a análise dos dados foram utilizadas as variáveis contidas nos sistemas de informação adotados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI): SI-CRIE e do sistema atual o SI-PNI do Ministério da Saúde. As variáveis investigadas comuns a ambos os sistemas foram: tipo de imunobiológico administrado e motivo da indicação. Resultados: No SI-CRIE o total de doses de imunobiológicos administrados no período do estudo foi de 77077, destes 25,2% correspondeu à vacina influenza inativada; o motivo de indicação mais observado foi a insuficiência renal crônica (19%). A limitação apresentada no SI-CRIE foi a impossibilidade de extrair dados relacionados ao sexo, procedência dos usuários e do encaminhador. No SI-PNI o total de imunobiológicos administrados foi 18267 doses, destes 37,8% da vacina influenza inativada; o diagnóstico de HIV correspondeu a 18,2% das indicações. Não foram informados 42,5% dos motivos das indicações. Em relação ao encaminhador, o médico infectologista teve maior percentual 18,3%; não houve registro do encaminhador em 39,1% dos atendimentos. Discussão: O atendimento no CRIE, apontou fragilidades, como o reduzido percentual de encaminhamentos ao serviço, e esses achados chamam principalmente atenção em populações como transplantados renais e os oncológicos, pois o HOL é referência na assistência de ambas condições. Outra fragilidade observada foi a dificuldade na utilização dos sistemas de informação. Os dados analisados são relevantes para contribuir com estratégias que enfoquem a necessidade de educação permanente dos profissionais de saúde, e principalmente divulgação do CRIE, através de estratégias que visem estimular principalmente o médico a realizar o encaminhamento de grupos específicos, com indicação de vacinação no CRIE, para contribuir com aumento da cobertura vacinal destes e, reduzir a incidência das doenças imunopreveníveis nessas populações, corroborando com o objetivo do PNI. Conclusão: O atendimento no CRIE- PA mostrou maior frequência dos usuários que convivem com HIV/aids, os portadores de insuficiência renal crônica e os que estão em situação de risco. Observou-se que não houve registro do encaminhador em 39% dos atendimentos no serviço, além da subutilização dos imunobiológicos ao público-alvo do CRIE. Os dados analisados são relevantes para o desenvolvimento de estratégias de capacitação dos profissionais e divulgação do CRIE.