Estudo da infecção experimental induzida pelo vírus Piry em camundongos tratados com o fator estimulador de colônia de macrófagos e granulócitos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Diego Siqueira
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Digital do Instituto Evandro Chagas (Patuá)
Texto Completo: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/3079
Resumo: A importância de infecções nos trópicos causadas por arbovírus tem sido ilustrada pelo acréscimo na frequência e magnitude de arboviroses que aflige mais de 50 milhões de pessoas no mundo todos os anos. Dentre estes arbovírus está o Piry, membro da família Rhabdoviridae e gênero Vesiculovirus, foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960 na floresta do Utiga na cidade de Belém-PA das vísceras de um marsupial (Philander opossum). Em humanos a infecção pelo vírus Piry desenvolve quadro clínico de início súbito, com febre moderada, cefaleia, lombalgia e mialgias, podendo perdurar por 1 ou 2 dias. Existem vários estudos dedicados ao entendimento das encefalites virais induzidas experimentalmente. Todavia, poucos estudos investigaram experimentalmente a neuropatologia causada por rabdovírus amazônicos e menos ainda seus possíveis tratamentos. Uma possível janela terapêutica seria o fator estimulador de colônia de macrófagos e granulócitos (GM-CSF), uma glicoproteína monomérica, secretada por células endoteliais vasculares ativadas, fibroblastos, células T, monócitos e macrófagos, podendo atuar como fator hematopoiético e citocina inflamatória. O objetivo desse estudo foi analisar quantitativamente a produção de citocinas e óxido nítrico na encefalite experimental induzida pelo vírus Piry em camundongos tratados com GM-CSF. Para tal, foram utilizados camundongos albinos BALB/c machos adultos, os quais foram infectados pelo vírus Piry pela via intranasal, conduzidos à observação dos sinais clínicos, tratados com GM-CSF pela via intracerebroventricular por mini-bombas osmóticas, com posterior dosagem de citocinas e óxido nítrico. Os dados obtidos demostraram que a infecção de vírus Piry induz quadro clínico de encefalite aguda com presença de sinais clínicos como eriçamento de pelos, encurvamento de coluna, paralisia dos membros inferiores e perda progressiva de peso. O tratamento com GM-CSF produziu um padrão de resposta pró- inflamatória com estimulo de produção das citocinas IFN-γ, IL-12p40, MCP-1 e TNF-α, também estimulou a produção das citocinas IL-12p70, IL-6 e IL-10, assim como de Óxido Nítrico, porém não gerou dados com significância estatística. O tratamento com GM-CSF demonstrou capacidade de diminuir a intensidade dos sinais clínicos pós-cirúrgicos de implantação das mini-bombas osmóticas e pós-infecção pelo vírus Piry. Esses achados indicam que o GM-CSF pode ser uma boa arma terapêutica contra encefalites virais por intensificar a resposta inflamatória que em geral possui características benéficas ao organismo, resultando na eliminação de agentes agressores.
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Em humanos a infecção pelo vírus Piry desenvolve quadro clínico de início súbito, com febre moderada, cefaleia, lombalgia e mialgias, podendo perdurar por 1 ou 2 dias. Existem vários estudos dedicados ao entendimento das encefalites virais induzidas experimentalmente. Todavia, poucos estudos investigaram experimentalmente a neuropatologia causada por rabdovírus amazônicos e menos ainda seus possíveis tratamentos. Uma possível janela terapêutica seria o fator estimulador de colônia de macrófagos e granulócitos (GM-CSF), uma glicoproteína monomérica, secretada por células endoteliais vasculares ativadas, fibroblastos, células T, monócitos e macrófagos, podendo atuar como fator hematopoiético e citocina inflamatória. O objetivo desse estudo foi analisar quantitativamente a produção de citocinas e óxido nítrico na encefalite experimental induzida pelo vírus Piry em camundongos tratados com GM-CSF. Para tal, foram utilizados camundongos albinos BALB/c machos adultos, os quais foram infectados pelo vírus Piry pela via intranasal, conduzidos à observação dos sinais clínicos, tratados com GM-CSF pela via intracerebroventricular por mini-bombas osmóticas, com posterior dosagem de citocinas e óxido nítrico. Os dados obtidos demostraram que a infecção de vírus Piry induz quadro clínico de encefalite aguda com presença de sinais clínicos como eriçamento de pelos, encurvamento de coluna, paralisia dos membros inferiores e perda progressiva de peso. O tratamento com GM-CSF produziu um padrão de resposta pró- inflamatória com estimulo de produção das citocinas IFN-γ, IL-12p40, MCP-1 e TNF-α, também estimulou a produção das citocinas IL-12p70, IL-6 e IL-10, assim como de Óxido Nítrico, porém não gerou dados com significância estatística. O tratamento com GM-CSF demonstrou capacidade de diminuir a intensidade dos sinais clínicos pós-cirúrgicos de implantação das mini-bombas osmóticas e pós-infecção pelo vírus Piry. Esses achados indicam que o GM-CSF pode ser uma boa arma terapêutica contra encefalites virais por intensificar a resposta inflamatória que em geral possui características benéficas ao organismo, resultando na eliminação de agentes agressores.Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Instituto Evandro Chagas. 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