A (re)produção socioespacial diferenciada e contraditória da cidade: as "duas faces" do Bairro do Recife, Recife/PE
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do IFPE |
Texto Completo: | https://repositorio.ifpe.edu.br/xmlui/handle/123456789/158 |
Resumo: | Formado por um istmo, o Bairro do Recife constitui um fragmento de importância histórica, cultural e econômica da cidade do Recife e tem sofrido intervenções urbanas que resultam num processo de (re)produção diferenciada do espaço, com benfeitorias no setor sul, onde o bairro está sendo requalificado para abrigar equipamentos de comércio e serviços voltados para o lazer e a economia criativa, enquanto o setor norte, na parte correspondente à Comunidade do Pilar, mantém a situação de precariedade urbana. Com o predomínio de atividades terciárias, as intervenções possibilitaram a implantação de equipamentos como bares, centro de artesanato, galerias de arte, centros culturais, museus etc., vislumbrando-se, em especial, o consumo da classe média local e de turistas. Enquanto isso, inserida na parte norte, está a Comunidade do Pilar, praticamente o único núcleo residencial do bairro e, mesmo depois da implantação de uma primeira etapa do Residencial Pilar, para a maior parte do projeto sequer há previsão de quando ou se será efetivamente implantada. Em face disso, a pesquisa teve por objetivo geral analisar a (re)produção socioespacial diferenciada e contraditória do Bairro do Recife, considerando as transformações no setor sul e na Comunidade do Pilar. A metodologia pautou-se na abordagem qualitativa e lançou mão dos seguintes procedimentos: observação direta em campo; registro fotográfico; uso de recursos audiovisuais; fontes informativas de sítios da internet; e entrevistas semiestruturadas com agentes responsáveis pela reprodução desse espaço. Constatou-se que as transformações em curso no bairro desde os fins da década de 1990 e, com ainda mais força, com as intervenções na zona do Cais do Porto, por meio do Projeto Porto Novo Recife, há um acirramento do processo de fragmentação socioespacial marcado por um “lado rico” e um “lado pobre”. Enquanto no setor sul as intervenções geram uma dinâmica ligada ao consumo, na Comunidade do Pilar a vida urbana é marcada pela segregação induzida. Tal processo é tanto produto da frágil presença do poder público, quanto da iniciativa privada, pois, apesar de a questão da inclusão social ser um dos vetores da atuação das empresas do segmento de Economia Criativa no bairro, na prática, prevalece a invisibilidade dessa comunidade. |
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2020-06-19T20:09:53Z2020-06-19T20:09:53Z2019-06-27MARANGONI, Felipe Ribeiro Gonzaga. A (re)produção socioespacial diferenciada e contraditória da cidade: as “duas faces” do Bairro do Recife, Recife/PE. 2019. 122 f. TCC (Licenciatura em Geografia) - Departamento Acadêmico de Ambiente, Saúde e Segurança, Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Recife, 2019.https://repositorio.ifpe.edu.br/xmlui/handle/123456789/158Formado por um istmo, o Bairro do Recife constitui um fragmento de importância histórica, cultural e econômica da cidade do Recife e tem sofrido intervenções urbanas que resultam num processo de (re)produção diferenciada do espaço, com benfeitorias no setor sul, onde o bairro está sendo requalificado para abrigar equipamentos de comércio e serviços voltados para o lazer e a economia criativa, enquanto o setor norte, na parte correspondente à Comunidade do Pilar, mantém a situação de precariedade urbana. Com o predomínio de atividades terciárias, as intervenções possibilitaram a implantação de equipamentos como bares, centro de artesanato, galerias de arte, centros culturais, museus etc., vislumbrando-se, em especial, o consumo da classe média local e de turistas. Enquanto isso, inserida na parte norte, está a Comunidade do Pilar, praticamente o único núcleo residencial do bairro e, mesmo depois da implantação de uma primeira etapa do Residencial Pilar, para a maior parte do projeto sequer há previsão de quando ou se será efetivamente implantada. Em face disso, a pesquisa teve por objetivo geral analisar a (re)produção socioespacial diferenciada e contraditória do Bairro do Recife, considerando as transformações no setor sul e na Comunidade do Pilar. A metodologia pautou-se na abordagem qualitativa e lançou mão dos seguintes procedimentos: observação direta em campo; registro fotográfico; uso de recursos audiovisuais; fontes informativas de sítios da internet; e entrevistas semiestruturadas com agentes responsáveis pela reprodução desse espaço. Constatou-se que as transformações em curso no bairro desde os fins da década de 1990 e, com ainda mais força, com as intervenções na zona do Cais do Porto, por meio do Projeto Porto Novo Recife, há um acirramento do processo de fragmentação socioespacial marcado por um “lado rico” e um “lado pobre”. Enquanto no setor sul as intervenções geram uma dinâmica ligada ao consumo, na Comunidade do Pilar a vida urbana é marcada pela segregação induzida. Tal processo é tanto produto da frágil presença do poder público, quanto da iniciativa privada, pois, apesar de a questão da inclusão social ser um dos vetores da atuação das empresas do segmento de Economia Criativa no bairro, na prática, prevalece a invisibilidade dessa comunidade.Formed by an isthmus, the Recife Neighborhood constitutes a fragment of historical, cultural and economic importance of the city of Recife and has suffered urban interventions that results in a process of (re)production differentiated of space, with improvements in the south sector, where the neighborhood is being requalified to shelter equipment of trade and services turned for the leisure and the creative economy, while the north sector, in the part corresponding by the Pilar Community, keep the situation of urban precarity. With the predominance of tertiary activities, the interventions enable the implementations of equipment like bars, craft centers, art galleries, cultural centers, museums etc., glimpsing, specially, the local middle class and tourist consumptions. Meanwhile, inserted in the north part, there is the Pilar Community, practically the only residential core of the neighborhood and, even after the implantation of the first stage of Residential Pilar, to a bigger part of the project there is not even a forecast to when or if it’s going to be effectively implanted. The research has as general objective to analyze the social spatial (re)production differentiated and contradictory of Recife Neighborhood, considering the transformation in the south sector and in the Pilar Community. The methodology was based on the approach qualitative and betake of the following procedures: direct observation in field; photograph register; use of audio-visual resources, informative internet sites sources; semi structured interviews with social agents and politics responsible for the reproduction of this space. It was found that the transformations in course in this neighborhood since the ends of the 1990 decade and, with more power, with the interventions in the Docks zone, though the Novo Recife project, have a worsening in the process of social spatial fragmentation marked by a “rich side” and a “poor side”. Meanwhile in the north sector, the interventions generate a dynamic connected to the consumption, in the Pilar Community the urban life is marked by the induced segregation. That process is as a fragile product of the public power presence, well as the private initiative, because, even though the social inclusion topic be one of the vectors of the actuation of companies from the creative economy segmentation in the neighborhood, in practice, prevails the invisibility of this community.122 p.ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. 5º ed. Cortez: São Paulo, 2011. ALVAREZ, Izabel Aparecida Pinto. As políticas espaciais contemporâneas e a reprodução do capital e do urbano. Revista Cidades, v.9, n.16, 2012. BARBOSA, Adauto Gomes. Planejamento urbano empresarialista em complexos imobiliários, residenciais e de serviços: a Reserva do Paiva em análise. In: Cadernos Metrópole, São Paulo, v. 18, n. 37, pp. 785- 802, set/dez 2016. BATALLER, Maria Alba Sartagal. O estudo da gentrificação. Revista Continentes, UFRRJ, ano 1, n.1, 2012. BRASIL, Estatuto das Cidades. Organizado por José Guilherme Soares Filho. 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Formado por um istmo, o Bairro do Recife constitui um fragmento de importância histórica, cultural e econômica da cidade do Recife e tem sofrido intervenções urbanas que resultam num processo de (re)produção diferenciada do espaço, com benfeitorias no setor sul, onde o bairro está sendo requalificado para abrigar equipamentos de comércio e serviços voltados para o lazer e a economia criativa, enquanto o setor norte, na parte correspondente à Comunidade do Pilar, mantém a situação de precariedade urbana. Com o predomínio de atividades terciárias, as intervenções possibilitaram a implantação de equipamentos como bares, centro de artesanato, galerias de arte, centros culturais, museus etc., vislumbrando-se, em especial, o consumo da classe média local e de turistas. Enquanto isso, inserida na parte norte, está a Comunidade do Pilar, praticamente o único núcleo residencial do bairro e, mesmo depois da implantação de uma primeira etapa do Residencial Pilar, para a maior parte do projeto sequer há previsão de quando ou se será efetivamente implantada. Em face disso, a pesquisa teve por objetivo geral analisar a (re)produção socioespacial diferenciada e contraditória do Bairro do Recife, considerando as transformações no setor sul e na Comunidade do Pilar. A metodologia pautou-se na abordagem qualitativa e lançou mão dos seguintes procedimentos: observação direta em campo; registro fotográfico; uso de recursos audiovisuais; fontes informativas de sítios da internet; e entrevistas semiestruturadas com agentes responsáveis pela reprodução desse espaço. Constatou-se que as transformações em curso no bairro desde os fins da década de 1990 e, com ainda mais força, com as intervenções na zona do Cais do Porto, por meio do Projeto Porto Novo Recife, há um acirramento do processo de fragmentação socioespacial marcado por um “lado rico” e um “lado pobre”. Enquanto no setor sul as intervenções geram uma dinâmica ligada ao consumo, na Comunidade do Pilar a vida urbana é marcada pela segregação induzida. Tal processo é tanto produto da frágil presença do poder público, quanto da iniciativa privada, pois, apesar de a questão da inclusão social ser um dos vetores da atuação das empresas do segmento de Economia Criativa no bairro, na prática, prevalece a invisibilidade dessa comunidade. |
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2019 |
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MARANGONI, Felipe Ribeiro Gonzaga. A (re)produção socioespacial diferenciada e contraditória da cidade: as “duas faces” do Bairro do Recife, Recife/PE. 2019. 122 f. TCC (Licenciatura em Geografia) - Departamento Acadêmico de Ambiente, Saúde e Segurança, Instituto Federal de Ciência e Tecnologia de Pernambuco, Recife, 2019. |
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