Editorial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Dialektiké |
Texto Completo: | https://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/dialektike/article/view/3151 |
Resumo: | A Revista Dialektiké nasceu com a proposta de expandir os horizontes do pensamento para além dos limites, não raro rígidos, que toda forma institucionalizada de pensamento – dentre as quais figura a academia – nos impõe. Mas os filósofos, criaturas insatisfeitas, assumimos como tarefa encontrar meios de friccionar tais limites; inventamos maneiras de levá-los aos próprios limites. Atitude crítica, diria Foucault em seus textos sobre a Aufklärung. Aderimos a um modo de pensar, de agir e de sentir que, volvendo-se para o pertencimento ao tempo presente e às suas contingências, oferece possibilidades de nele situar-se de maneira profícua.O corpo e seus limites auxiliam-nos a efetivar essa outra tomada do real. É dispensável descrever aqui a relevância da temática do corpo ao longo da história da Filosofia ocidental. Desde o início do século XX, todavia, esse tema passou por profundas transformações, dada a dispersão disciplinar ao qual foi submetido com a Fenomenologia, com as Neurociências e com a Psicanálise. Ademais, vislumbrar o corpo enquanto princípio epistemológico no qual e a partir do qual se possibilita a criação de novos cenários do pensamento, cenários estes que atravessam as mais distintas práticas sociais – tais como a arte e a educação –, é sempre desafiador. Isto porque as atividades perceptiva e expressiva são sempre incompletas e ambíguas – decepcionando as tentativas de apreensão ou revelação total do real. A consciência do corpo vivido nunca alcança de modo total a experiência do corpo vivo.É nesse contexto que temos a alegria de anunciar a publicação do primeiro dossiê da Dialektiké, cuja temática circunscreve-se na Filosofia do Corpo. As elucidações acima expostas são próprias dos trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores que organizaram este dossiê – que tem a peculiaridade de ser franco-brasileiro. Bernard Andrieu é professor de Filosofia do Corpo e Ecologia Corporal na Universidade Paris Descartes, na qual é vinculado ao laboratório Técnicas e questões do corpo; Terezinha Petrucia da Nóbrega é professora do Departamento de Educação Física e da Pós-Graduação em Educação e em Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, coordenadora do Estesia – Grupo de Pesquisa Corpo, Fenomenologia e Movimento. Agradecemos-lhes, nesta oportunidade, a confiança em nosso projeto editorial.Ao apresentar pesquisas que, atravessadas pela Filosofia do Corpo, transitam entre as artes marciais, a educação, a arte e a dança, é ao desejo de dilatar os limites do pensamento que os autores, corajosamente, respondem. Esperamos que estas cuidadosas contribuições ensejem modos outros de ver, de pensar e de sentir o real – modos que não podem materializar-se senão pela potência da existência incorporada.Boa leitura!Avelino Aldo de Lima NetoJorge dos Santos LimaLuiz Roberto Alves dos SantosEquipe Editorial Natal, 25 de Junho de 2015 |
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