A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NA OBRA DE BARBOSA LESSA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Raymundo, Jackson
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (Online)
Texto Completo: https://seer.ufrgs.br/index.php/revistaihgrgs/article/view/73289
Resumo: RESUMOAssim como na historiografia sobre a formação social do Rio Grande do Sul, também na literatura são escassos os registros que colocam o negro efetivamente como parte integrante do “gaúcho”, ou mesmo como matéria instigante. Dentre as exceções, é possível localizar uma presença relevante, mesmo que não numerosa, na obra de Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002), escritor, compositor e pesquisador de produção vasta, destacadamente um dos fundadores do movimento tradicionalista gaúcho – e de seus cânones. Por meio de duas obras, um conto do livro Rodeio dos Ventos, “Cabos Negros”, e de uma conhecida canção, “Negrinho do Pastoreio”, este artigo analisará a representação do negro em Barbosa Lessa. O universo de onde fala o autor é sobretudo o rural, o que faz com que tarefa seja imbuída de significado ainda maior, já que a visibilidade do negro na literatura se dá majoritariamente a partir da periferia urbana. Os trajetos que constroem a formação étnica da “identidade gaúcha”, bem como o seu lugar dentro da “identidade nacional”, da “brasilidade”, são aspectos que este texto irá considerar. Em sentido distinto, é necessário pensar a “identidade gaúcha” como uma expressão que transcende os limites geográficos brasileiros, confluindo com parte do interior uruguaio e argentino. Brasileiro ou platino, marginalizado ou heróico, não é insignificante o papel do negro na obra analisada - como não é, aliás, na própria história do Rio Grande do Sul, apesar do recorrente “esquecimento” de sua contribuição à híbrida formação étnica e social do povo gaúcho.ABSTRACTAs in the historiography about the social formation of Rio Grande do Sul, in the literature there are few records that place the Negro effectively as an integral part of the gaucho, or even as an instigating matter. Among the exceptions, it is possible to locate a relevant, if not numerous, presence in the work of Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002), writer, composer and researcher of vast production, notably one of the founders of the traditionalist Gaucho movement - and its Canons.Through two works, a short story from the book Rodeio dos Ventos, "Cabos Negros", and a well-known song, "Negrinho do Pastoreio", this article will analyze the representation of the negro in Barbosa Lessa. The universe where the author speaks is mainly the rural, which makes the task imbued with even greater significance, since the visibility of the black in the literature is given mostly from the urban periphery.The paths that construct the ethnic formation of the "Gaucho identity", as well as its place within the "national identity", of "Brazilianness", are aspects that this text will consider. In a distinct sense, it is necessary to think of the "Gaucho identity" as an expression that transcends the Brazilian geographical boundaries, merging with part of the Uruguayan and Argentinean interior.Marginalized or heroic, the role of the Negro in the analyzed work is not insignificant - as it is not, in fact, in the history of Rio Grande do Sul, despite the recurrent "forgetting" of its contribution to the hybrid ethnic and social formation of the Gaucho people.
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