Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cedraz,Swellen Schuenemann
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Silva,Paulo Christo Coutinho da, Minowa,Ricardo Katsumi Yendo, Aragão,Juliano Furtado de, Silva,Danilo Victor, Morillo,Carlos, Moreira,Dalmo Antonio Ribeiro, Habib,Ricardo Garbe, Valdigem,Bruno Pereira, Armaganijan,Luciana Vidal
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Einstein (São Paulo)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082013000300006
Resumo: OBJETIVO: A doença de Chagas constitui importante problema de saúde pública global devido às mudanças nos padrões migratórios. O estudo eletrofisiológico é usualmente indicado na avaliação da função do nó sinusal, condução pelo nó atrioventricular e sistema His-Purkinje e mecanismos das arritmias. O objetivo deste estudo foi descrever as características do estudo eletrofisiológico em pacientes com doença de Chagas. MÉTODOS: Estudo retrospectivo e descritivo de 115 pacientes consecutivos com doença de Chagas submetidos ao estudo eletrofisiológico nos últimos 3 anos em centro terciário no Brasil. Características basais, eletrocardiográficas, ecocardiográficas e de Holter de 24 horas foram avaliadas e correlacionadas aos achados do estudo eletrofisiológico. RESULTADOS: Os tempos corrigidos de recuperação do nó sinusal e condução sinoatrial foram anormais em 6,9% e 26,1% dos pacientes, respectivamente. Apresentaram condução atrioventricular anormal 37 (32,2%) pacientes. A condução intraventricular mostrou-se alterada em 39 (33,9%) pacientes. Em aproximadamente 48%, houve indução de arritmias ventriculares sustentadas, sendo a maioria monomórfica (83,6%). A morfologia de bloqueio de ramo direito foi a mais comumente observada (52,7%). Dentre as arritmias, 51% associaram-se a sintomas/instabilidade hemodinâmica, 60% necessitaram de cardioversão elétrica e 27,3% de estimulação rápida. O sítio de origem mais comum foi a parede inferosseptal do ventrículo esquerdo (18,2%), seguido pela parede posterobasal (11%). Pacientes com fração de ejeção<40% tiveram risco 1,94 vez maior de indução de arritmias ventriculares comparados àqueles com fração de ejeção&gt;60% (OR: 1,94; IC95%: 1,12-3,38; p=0,01). A presença de arritmias ventriculares complexas no Holter não foi preditiva de indução de arritmias ventriculares. CONCLUSÕES: Chagásicos com fração de ejeção baixa apresentam maior risco de arritmias ventriculares induzidas. Disfunção do nó sinusal e anormalidades da condução atrioventricular e do sistema His-Purkinje ocorrem em aproximadamente um terço dos pacientes. Arritmias ventriculares complexas no Holter não foram preditoras de indução de arritmias ventriculares nessa amostra populacional.
id IIEPAE-1_4e7e0eb81deb4c1ec9556fe586c87cd3
oai_identifier_str oai:scielo:S1679-45082013000300006
network_acronym_str IIEPAE-1
network_name_str Einstein (São Paulo)
repository_id_str
spelling Características do estudo eletrofisiológico na Doença de ChagasDoença de ChagasEletrofisiologia cardíacaArritmias cardíacasEletrocardiografiaVolume sistólicoOBJETIVO: A doença de Chagas constitui importante problema de saúde pública global devido às mudanças nos padrões migratórios. O estudo eletrofisiológico é usualmente indicado na avaliação da função do nó sinusal, condução pelo nó atrioventricular e sistema His-Purkinje e mecanismos das arritmias. O objetivo deste estudo foi descrever as características do estudo eletrofisiológico em pacientes com doença de Chagas. MÉTODOS: Estudo retrospectivo e descritivo de 115 pacientes consecutivos com doença de Chagas submetidos ao estudo eletrofisiológico nos últimos 3 anos em centro terciário no Brasil. Características basais, eletrocardiográficas, ecocardiográficas e de Holter de 24 horas foram avaliadas e correlacionadas aos achados do estudo eletrofisiológico. RESULTADOS: Os tempos corrigidos de recuperação do nó sinusal e condução sinoatrial foram anormais em 6,9% e 26,1% dos pacientes, respectivamente. Apresentaram condução atrioventricular anormal 37 (32,2%) pacientes. A condução intraventricular mostrou-se alterada em 39 (33,9%) pacientes. Em aproximadamente 48%, houve indução de arritmias ventriculares sustentadas, sendo a maioria monomórfica (83,6%). A morfologia de bloqueio de ramo direito foi a mais comumente observada (52,7%). Dentre as arritmias, 51% associaram-se a sintomas/instabilidade hemodinâmica, 60% necessitaram de cardioversão elétrica e 27,3% de estimulação rápida. O sítio de origem mais comum foi a parede inferosseptal do ventrículo esquerdo (18,2%), seguido pela parede posterobasal (11%). Pacientes com fração de ejeção<40% tiveram risco 1,94 vez maior de indução de arritmias ventriculares comparados àqueles com fração de ejeção&gt;60% (OR: 1,94; IC95%: 1,12-3,38; p=0,01). A presença de arritmias ventriculares complexas no Holter não foi preditiva de indução de arritmias ventriculares. CONCLUSÕES: Chagásicos com fração de ejeção baixa apresentam maior risco de arritmias ventriculares induzidas. Disfunção do nó sinusal e anormalidades da condução atrioventricular e do sistema His-Purkinje ocorrem em aproximadamente um terço dos pacientes. Arritmias ventriculares complexas no Holter não foram preditoras de indução de arritmias ventriculares nessa amostra populacional.Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein2013-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082013000300006einstein (São Paulo) v.11 n.3 2013reponame:Einstein (São Paulo)instname:Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEPAE)instacron:IIEPAE10.1590/S1679-45082013000300006info:eu-repo/semantics/openAccessCedraz,Swellen SchuenemannSilva,Paulo Christo Coutinho daMinowa,Ricardo Katsumi YendoAragão,Juliano Furtado deSilva,Danilo VictorMorillo,CarlosMoreira,Dalmo Antonio RibeiroHabib,Ricardo GarbeValdigem,Bruno PereiraArmaganijan,Luciana Vidalpor2013-10-15T00:00:00Zoai:scielo:S1679-45082013000300006Revistahttps://journal.einstein.br/pt-br/ONGhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||revista@einstein.br2317-63851679-4508opendoar:2013-10-15T00:00Einstein (São Paulo) - Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEPAE)false
dc.title.none.fl_str_mv Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas
title Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas
spellingShingle Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas
Cedraz,Swellen Schuenemann
Doença de Chagas
Eletrofisiologia cardíaca
Arritmias cardíacas
Eletrocardiografia
Volume sistólico
title_short Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas
title_full Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas
title_fullStr Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas
title_full_unstemmed Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas
title_sort Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas
author Cedraz,Swellen Schuenemann
author_facet Cedraz,Swellen Schuenemann
Silva,Paulo Christo Coutinho da
Minowa,Ricardo Katsumi Yendo
Aragão,Juliano Furtado de
Silva,Danilo Victor
Morillo,Carlos
Moreira,Dalmo Antonio Ribeiro
Habib,Ricardo Garbe
Valdigem,Bruno Pereira
Armaganijan,Luciana Vidal
author_role author
author2 Silva,Paulo Christo Coutinho da
Minowa,Ricardo Katsumi Yendo
Aragão,Juliano Furtado de
Silva,Danilo Victor
Morillo,Carlos
Moreira,Dalmo Antonio Ribeiro
Habib,Ricardo Garbe
Valdigem,Bruno Pereira
Armaganijan,Luciana Vidal
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Cedraz,Swellen Schuenemann
Silva,Paulo Christo Coutinho da
Minowa,Ricardo Katsumi Yendo
Aragão,Juliano Furtado de
Silva,Danilo Victor
Morillo,Carlos
Moreira,Dalmo Antonio Ribeiro
Habib,Ricardo Garbe
Valdigem,Bruno Pereira
Armaganijan,Luciana Vidal
dc.subject.por.fl_str_mv Doença de Chagas
Eletrofisiologia cardíaca
Arritmias cardíacas
Eletrocardiografia
Volume sistólico
topic Doença de Chagas
Eletrofisiologia cardíaca
Arritmias cardíacas
Eletrocardiografia
Volume sistólico
description OBJETIVO: A doença de Chagas constitui importante problema de saúde pública global devido às mudanças nos padrões migratórios. O estudo eletrofisiológico é usualmente indicado na avaliação da função do nó sinusal, condução pelo nó atrioventricular e sistema His-Purkinje e mecanismos das arritmias. O objetivo deste estudo foi descrever as características do estudo eletrofisiológico em pacientes com doença de Chagas. MÉTODOS: Estudo retrospectivo e descritivo de 115 pacientes consecutivos com doença de Chagas submetidos ao estudo eletrofisiológico nos últimos 3 anos em centro terciário no Brasil. Características basais, eletrocardiográficas, ecocardiográficas e de Holter de 24 horas foram avaliadas e correlacionadas aos achados do estudo eletrofisiológico. RESULTADOS: Os tempos corrigidos de recuperação do nó sinusal e condução sinoatrial foram anormais em 6,9% e 26,1% dos pacientes, respectivamente. Apresentaram condução atrioventricular anormal 37 (32,2%) pacientes. A condução intraventricular mostrou-se alterada em 39 (33,9%) pacientes. Em aproximadamente 48%, houve indução de arritmias ventriculares sustentadas, sendo a maioria monomórfica (83,6%). A morfologia de bloqueio de ramo direito foi a mais comumente observada (52,7%). Dentre as arritmias, 51% associaram-se a sintomas/instabilidade hemodinâmica, 60% necessitaram de cardioversão elétrica e 27,3% de estimulação rápida. O sítio de origem mais comum foi a parede inferosseptal do ventrículo esquerdo (18,2%), seguido pela parede posterobasal (11%). Pacientes com fração de ejeção<40% tiveram risco 1,94 vez maior de indução de arritmias ventriculares comparados àqueles com fração de ejeção&gt;60% (OR: 1,94; IC95%: 1,12-3,38; p=0,01). A presença de arritmias ventriculares complexas no Holter não foi preditiva de indução de arritmias ventriculares. CONCLUSÕES: Chagásicos com fração de ejeção baixa apresentam maior risco de arritmias ventriculares induzidas. Disfunção do nó sinusal e anormalidades da condução atrioventricular e do sistema His-Purkinje ocorrem em aproximadamente um terço dos pacientes. Arritmias ventriculares complexas no Holter não foram preditoras de indução de arritmias ventriculares nessa amostra populacional.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-09-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082013000300006
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082013000300006
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/S1679-45082013000300006
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein
publisher.none.fl_str_mv Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein
dc.source.none.fl_str_mv einstein (São Paulo) v.11 n.3 2013
reponame:Einstein (São Paulo)
instname:Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEPAE)
instacron:IIEPAE
instname_str Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEPAE)
instacron_str IIEPAE
institution IIEPAE
reponame_str Einstein (São Paulo)
collection Einstein (São Paulo)
repository.name.fl_str_mv Einstein (São Paulo) - Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (IIEPAE)
repository.mail.fl_str_mv ||revista@einstein.br
_version_ 1752129907047006208