Ensaio de Fluxo Lateral para antígeno criptocócico: um importante avanço para melhorar o continuum de cuidados com HIV e reduzir a mortalidade relacionada à meningite criptocóccica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: VIDAL, Jose E.
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: BOULWARE, David R.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rimtsp/article/view/105842
Resumo: A meningite criptocócica continua causando um substancial índice de óbitos em pacientes infectados por HIV em países de baixa e média renda. Ferramentas diagnósticas para detecção do antígeno capsular polissacarídico criptocócico (CrAg) em soro e líquor tais como o teste de aglutinação de látex (latex-CrAg) ou o imunoensaio (EIE) têm sido utilizadas por muitos anos. Técnicas diagnósticas mais aprimoradas seriam cruciais nas fases assintomática e sintomática da criptococose para reduzir a mortalidade. Recentemente, o ensaio de fluxo lateral para detecção do antígeno criptocócico (LFA CrAg) foi incluído no arsenal diagnóstico. Contrariamente aos outros testes, LFA CrAg é um ensaio imunocromatográfico em formato similar ao teste de gravidez, e requer pouca ou nenhuma infraestrutura laboratorial. Este teste preenche os critérios ASSURED (Affordable, Sensitive,Specific, User friendly,Rapid/ robust,Equipment-free,Delivered) da Organização Mundial da Saúde e pode ser utilizado em soro, plasma, sangue total ou líquor para o diagnóstico da criptococose. LFA CrAg tem melhor sensibilidade analítica para o C. gattii que o teste de látex-CrAg ou EIE. A prevenção da doença criptocócica constituiria uma nova aplicação do LFA CrAg, mediante a triagem de amostras de sangue para a identificação de infecção sub-clínica em pacientes infectados pelo HIV que não apresentam sintomas, possuem contagem de CD4 < 100 células/mL e não recebem terapia antirretroviral eficaz. A triagem de CrgA em amostras de plasma remanescente da contagem de CD4 pode identificar pacientes com infecção assintomática que precisam urgentemente de tratamento preemptivo com fluconazol, evitando assim a progressão para doença sintomática e/ou óbito.
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