Dieta do gavião-real Harpia harpyja (Aves: Accipitridae) em florestas de terra firme de Parintins, Amazonas, Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Francisca Helena Aguiar
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11988
http://lattes.cnpq.br/5323035672186762
Resumo: O presente estudo analisou a dieta do gavião-real (Harpia harpyja), incluindo influências da estacionalidade e da área de cobertura florestal sobre a composição, a freqüência e a biomassa de indivíduos por espécie de presas trazidas pelo casal para o filhote no ninho. Crânios, madíbulas e fragmentos de ossos de presas consumidas pelo gavião-real que permanecem no solo sob a árvore do ninho e no interior do ninho foram coletados entre 2003 e 2005. Os cinco ninhos estavam localizados em florestas de terra-firme no Assentamento do INCRA – Vila Amazônia, município de Parintins, Amazonas. As presas foram identificadas em comparações com espécimes de coleções de referência no Museu Paraense Emilio Goeldi e no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, para quantificar o número de indivíduos por espécie de presa e a biomassa de cada indivíduo predado. A biomassa das espécies predadas foi estimada por meio de equações de regressão. As espécies de presas consumidas, em termos de proporção de indivíduos foram: Bradypus variegatus (39 %), Choloepus didactylus (40 %), Callicebus hoffmannsi (4 %), Cebus apella (1 %), Chiropotes albinasus (1 %), Pithecia irrorata (0,4 %), Coendou koopmani (2,4 %), Didelphis marsupialis (0,8 %), Potos flavus (0,8 %) e Ara chloroptera (Aves) (0,4 %). Primatas não identificados pertencentes ao taxon Cebidae/Pitheciidae perfazem um total de 5,2 %, enquanto Aves não identificadas, 4,6 %. Considerando os hábitos ecológicos das espécies predadas nos cinco ninhos, 99 % eram indivíduos arborícolas, 1 % terrestres/arborícolas, 81 % folívoros e 84 % solitários. Em termos de biomassa, as preguiças foram as presas mais importantes na dieta do gavião-real, contribuindo com 86 % da biomassa total estimada de presas consumidas. A biomassa mensal consumida nos cinco ninhos foi em média 6,5 Kg, 3,6 Kg, 3,5 Kg, 3,2 Kg e 3,2 Kg, respectivamente para os ninhos Nova Esperança, Quebra-Curuá, Murituba, Laguinho e Alternativo do Ney. Incluindo a biomassa estimada das presas coletadas na limpeza dos ninhos, a biomassa mensal aumentou para 7,9 Kg, 5,4 Kg, 4,3 Kg, 5,6 e 3,2 Kg. A dieta do gavião-real para a região de Parintins, revelou que o uso de presas foi especializado, cujos valores de amplitude de nicho trófico de Levins resultaram em 0,105 para número de indivíduos e 0,069 para a biomassa das presas consumidas. As preguiças foram consumidas com maior freqüência na estação seca. A cobertura florestal reduziu cerca de 1 % na área de floresta no entorno dos ninhos durante o período de monitoramento, mas não houve relação entre o tamanho de floresta disponível no raio de 3 Km e o que é trazido para o filhote nos ninhos.
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As presas foram identificadas em comparações com espécimes de coleções de referência no Museu Paraense Emilio Goeldi e no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, para quantificar o número de indivíduos por espécie de presa e a biomassa de cada indivíduo predado. A biomassa das espécies predadas foi estimada por meio de equações de regressão. As espécies de presas consumidas, em termos de proporção de indivíduos foram: Bradypus variegatus (39 %), Choloepus didactylus (40 %), Callicebus hoffmannsi (4 %), Cebus apella (1 %), Chiropotes albinasus (1 %), Pithecia irrorata (0,4 %), Coendou koopmani (2,4 %), Didelphis marsupialis (0,8 %), Potos flavus (0,8 %) e Ara chloroptera (Aves) (0,4 %). Primatas não identificados pertencentes ao taxon Cebidae/Pitheciidae perfazem um total de 5,2 %, enquanto Aves não identificadas, 4,6 %. Considerando os hábitos ecológicos das espécies predadas nos cinco ninhos, 99 % eram indivíduos arborícolas, 1 % terrestres/arborícolas, 81 % folívoros e 84 % solitários. Em termos de biomassa, as preguiças foram as presas mais importantes na dieta do gavião-real, contribuindo com 86 % da biomassa total estimada de presas consumidas. A biomassa mensal consumida nos cinco ninhos foi em média 6,5 Kg, 3,6 Kg, 3,5 Kg, 3,2 Kg e 3,2 Kg, respectivamente para os ninhos Nova Esperança, Quebra-Curuá, Murituba, Laguinho e Alternativo do Ney. Incluindo a biomassa estimada das presas coletadas na limpeza dos ninhos, a biomassa mensal aumentou para 7,9 Kg, 5,4 Kg, 4,3 Kg, 5,6 e 3,2 Kg. A dieta do gavião-real para a região de Parintins, revelou que o uso de presas foi especializado, cujos valores de amplitude de nicho trófico de Levins resultaram em 0,105 para número de indivíduos e 0,069 para a biomassa das presas consumidas. As preguiças foram consumidas com maior freqüência na estação seca. A cobertura florestal reduziu cerca de 1 % na área de floresta no entorno dos ninhos durante o período de monitoramento, mas não houve relação entre o tamanho de floresta disponível no raio de 3 Km e o que é trazido para o filhote nos ninhos.This study analyzed the diet of the Harpy Eagle (Harpia harpyja), including the influences of seasonality and land cover (forest vs. deforested) in a 3 km buffer around nests, and the frequency of occurrence and biomass of prey delivered to nestlings and fledglings. The nests were located in areas of lowland forest in settlements of Villa Amazônia (INCRA). Skulls, jaws and bones of prey consumed by Harpy Eagles were collected on the ground beneath the nest trees and from the nests at five sites between 2003 and 2005. Prey species were identified by comparison to reference collections in the Paraense Museum (MPEG) and the National Institute for Amazonian Research (INPA). Biomass of prey were estimated using regression equations. Harpia harpyja consumed: Bradypus variegatus (39 %), Choloepus didactylus (40 %), Callicebus hoffmannsi (4 %), Cebus apella (1 %), Chiropotes albinasus (1 %), Pithecia irrorata (0.4 %), Coendou koopmani (2.4 %), Didelphis marsupialis (0.8 %), Potos flavus (0.8 %) e Ara chloroptera (Aves) (0.4 %). About 99 % of prey were arboreal, the rest arboreal/terrestrial, also most were of habits solitary (84 %) and folivore (81 %). Sloths contributed with 86 % of the total biomass estimated. The monthly biomass consumed was on average 6.5 kg, 3.6 kg, 3.5 kg, 3.2 kg e 3.2 kg, but when material collected from nests was considered, the monthly biomass increased to 7.9 kg, 5.4 kg, 4.3 kg, 5.6 kg e 3.2 kg respectively, for the nests of Nova Esperança, Quebra-Curuá, Murituba, Laguinho and Alternativo do Ney. The number of individuals of sloths eaten was greater in the dry season. Harpy eagle revealed to be a specialist Levin ́s trophic level index for Parintins region, that is 0.105 for individuals and 0.069 for biomassa. Forest cover in the 3-km zone around four of the nests averaged just over 50% and 92% around the fifth. The amount of forest was reduced only about 1% during the course of the study, and there was no relationship between the amount of available forest in the 3-km zone around the nest and what was consumed by this eagle species in the different nests.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessAves de rapinaGavião-realAlimentação de gaviõesDieta do gavião-real Harpia harpyja (Aves: Accipitridae) em florestas de terra firme de Parintins, Amazonas, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALDissertação_INPAAA.pdfDissertação_INPAAA.pdfapplication/pdf2730642https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11988/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_INPAAA.pdfdfeba4b2314368c6fa0b055e953849c9MD511/119882020-03-23 18:37:30.147oai:repositorio:1/11988Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-23T22:37:30Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false
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