Dinâmica espaço temporal e influência do metilmercúrio em peixes do Lago Janauacá, AM
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11365 http://lattes.cnpq.br/6672077281260822 |
Resumo: | O mercúrio é encontrado nos rios e lagos amazônicos e pode ser derivado de fontes naturais e antrópicas. Este elemento é toxico para a biota em qualquer de suas formas químicas. No entanto, a forma orgânica metilmercúrio (MeHg) é considerada a mais tóxica, bioacumula mais facilmente nos organismos e biomagnifica ao longo da cadeia trófica. Muitos peixes amazônicos possuem concentrações elevadas de MeHg, porém as informações acerca dos efeitos dessa exposição crônica são escassas. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a dinâmica temporal e espacial da concentração de metilmercúrio na água e no sedimento, sua bioacumulação e efeitos toxicológicos em peixes do Lago Janauacá, Amazonas. Oito locais do lago foram amostrados, seguindo um gradiente de distância do Rio Solimões, quatro situados na região norte e quatro na região sul do lago. Em cada local, foram realizadas amostragens nos períodos de seca e cheia para mensuração de parâmetros limnológicos e coleta de água e sedimento. Peixes foram coletados somente na seca e incluíram as espécies: Pterygoplichthys pardalis, Hoplias malabaricus e Cichla spp. Foram analisadas as concentrações de metilmercúrio na água, no sedimento e no tecido muscular dos peixes. Peixes também foram analisados para biomarcadores de efeito genotóxicos (frequência de micronúcleos e anormalidades nucleares eritrocitárias), histopatológico (índice de lesão no fígado) e bioquímico (concentração de metalotioneína). O carbono orgânico dissolvido correlacionou positivamente com as concentrações de MeHg na água durante a seca e a cheia, enquanto o oxigênio dissolvido, o pH e a condutividade elétrica correlacionaram negativamente com as concentrações de MeHg na água apenas na cheia. As maiores concentrações de MeHg na água (0,68 a 1,21 ng/L) foram observadas na região sul do lago e no hipolímnio do lago durante a cheia. As concentrações de MeHg no sedimento (0,20 a 0,56 μg/kg) foram semelhantes em todo o lago e ligeiramente maiores durante a cheia. Enquanto as concentrações de MeHg em P. pardalis (0,02±0,01 mg/kg) e Cichla spp. (0,66±0,31 mg/kg) foram similares em todos os pontos de amostragem, os níveis de MeHg em H. malabaricus (0,66±0,29 mg/kg) foram maiores na região sul do lago. Não foram observados micronúcleos e as frequências de anormalidades nucleares eritrocitárias foram baixas (0,07±0,17% e 0,26±0,19%, respectivamente) em P. pardalis e em H. malabaricus (não avaliadas em Cichla spp.). A concentração de metalotioneína (2,50±0,90 μg/mg prot) e os índices de lesão hepática em H. malabaricus (22±4) foram maiores na região sul do lago. A região sul do lago é mais propícia à metilação do mercúrio pois concentrações de MeHg mais elevadas na água e em H. malabaricus foram observadas nesta região. Os efeitos tóxicos observados por meio dos biomarcadores podem não ter sido causados exclusivamente pelo MeHg, podendo haver influência de outro estressor ambiental na região sul do lago. Esses resultados mostram que a dinâmica e a bioacumulação do metilmercúrio podem variar entre diferentes áreas de um mesmo lago amazônico de acordo com a proximidade e conexão com o canal do rio principal, com o tipo de água, profundidade, área e conexão com áreas de terra firme e de vegetação alagada. |
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França, Andressa de JesusForsberg, Bruce RiderKasper, DanieleMoreira, Fabíola Xochilt Valdez Domingos2020-02-13T18:22:23Z2020-02-13T18:22:23Z2017-08-31https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11365http://lattes.cnpq.br/6672077281260822O mercúrio é encontrado nos rios e lagos amazônicos e pode ser derivado de fontes naturais e antrópicas. Este elemento é toxico para a biota em qualquer de suas formas químicas. No entanto, a forma orgânica metilmercúrio (MeHg) é considerada a mais tóxica, bioacumula mais facilmente nos organismos e biomagnifica ao longo da cadeia trófica. Muitos peixes amazônicos possuem concentrações elevadas de MeHg, porém as informações acerca dos efeitos dessa exposição crônica são escassas. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a dinâmica temporal e espacial da concentração de metilmercúrio na água e no sedimento, sua bioacumulação e efeitos toxicológicos em peixes do Lago Janauacá, Amazonas. Oito locais do lago foram amostrados, seguindo um gradiente de distância do Rio Solimões, quatro situados na região norte e quatro na região sul do lago. Em cada local, foram realizadas amostragens nos períodos de seca e cheia para mensuração de parâmetros limnológicos e coleta de água e sedimento. Peixes foram coletados somente na seca e incluíram as espécies: Pterygoplichthys pardalis, Hoplias malabaricus e Cichla spp. Foram analisadas as concentrações de metilmercúrio na água, no sedimento e no tecido muscular dos peixes. Peixes também foram analisados para biomarcadores de efeito genotóxicos (frequência de micronúcleos e anormalidades nucleares eritrocitárias), histopatológico (índice de lesão no fígado) e bioquímico (concentração de metalotioneína). O carbono orgânico dissolvido correlacionou positivamente com as concentrações de MeHg na água durante a seca e a cheia, enquanto o oxigênio dissolvido, o pH e a condutividade elétrica correlacionaram negativamente com as concentrações de MeHg na água apenas na cheia. As maiores concentrações de MeHg na água (0,68 a 1,21 ng/L) foram observadas na região sul do lago e no hipolímnio do lago durante a cheia. As concentrações de MeHg no sedimento (0,20 a 0,56 μg/kg) foram semelhantes em todo o lago e ligeiramente maiores durante a cheia. Enquanto as concentrações de MeHg em P. pardalis (0,02±0,01 mg/kg) e Cichla spp. (0,66±0,31 mg/kg) foram similares em todos os pontos de amostragem, os níveis de MeHg em H. malabaricus (0,66±0,29 mg/kg) foram maiores na região sul do lago. Não foram observados micronúcleos e as frequências de anormalidades nucleares eritrocitárias foram baixas (0,07±0,17% e 0,26±0,19%, respectivamente) em P. pardalis e em H. malabaricus (não avaliadas em Cichla spp.). A concentração de metalotioneína (2,50±0,90 μg/mg prot) e os índices de lesão hepática em H. malabaricus (22±4) foram maiores na região sul do lago. A região sul do lago é mais propícia à metilação do mercúrio pois concentrações de MeHg mais elevadas na água e em H. malabaricus foram observadas nesta região. Os efeitos tóxicos observados por meio dos biomarcadores podem não ter sido causados exclusivamente pelo MeHg, podendo haver influência de outro estressor ambiental na região sul do lago. Esses resultados mostram que a dinâmica e a bioacumulação do metilmercúrio podem variar entre diferentes áreas de um mesmo lago amazônico de acordo com a proximidade e conexão com o canal do rio principal, com o tipo de água, profundidade, área e conexão com áreas de terra firme e de vegetação alagada.Mercury is encountered in the Amazon rivers and lakes and can be derived from both natural and anthropogenic sources. This element is toxic for biota in any of its chemical forms. However, the organic form, methylmercury (MeHg), is considered the most toxic, bioaccumulates more easily and biomagnifies along the food chain. Many Amazonian fishes have elevated MeHg concentrations; however information on the effects of chronic mercury exposure is scarce. Therefore, the aim of this study was to evaluate the temporal and spatial dynamics of methylmercury concentrations in water and sediment, and its bioaccumulation and toxicological effects in fish of Janauaca Lake, Amazonas. Samples were collected at eight sites on the lake, located at different distances from the Solimões River, four in the northern part of the lake and four in the southern part. Water, sediments and limnological parameters were sampled at each site, during the low-water and high- water seasons. Fish were only collected at low water and included the species: Pterygoplichthys pardalis, Hoplias malabaricus and Cichla spp. Water, sediment and muscle tissue of fishes were analyzed for methylmercury. Fish were also assayed for biomarkers of genotoxic (frequency of micronucleus and erythrocyte nuclear abnormalities), histopathological (index of liver lesion) and biochemical effects (metallothionein concentration). Dissolved organic carbon was positively correlated with MeHg concentrations in water in both seasons, while dissolved oxygen, pH and electrical conductivity were negatively correlated with MeHg concentration in water only during the high-water season. The highest MeHg concentrations in water (0,68 a 1,21 ng/L) were observed in the southern part of the lake and in the hypolimnion at high-water. The MeHg concentrations in the sediment (0,20 a 0,56 μg/kg) were similar throughout the lake and slightly higher during the high-water season. While MeHg concentrations in P. pardalis (0,02±0,01 mg/kg) and in Cichla spp. (0,66±0,31 mg/kg) were similar at all sampling points, MeHg levels in H. malabaricus (0,66±0,29 mg/kg) were higher in the southern part of the lake,. Micronucleus were not observed and the frequency of erythrocyte nuclear abnormalities was low (0,07±0,17% e 0,26±0,19%, respectively) in both P. pardalis and in H. malabaricus (Cichla spp. was not evaluated). Metallothionein concentrations (2,50±0,90 μg/mg prot) and the index of hepatic lesion in H. malabaricus (22±4) were highest in the south part of the lake. The higher MeHg concentrations observed in water and H. malabaricus in the southern part of the lake indicated that the environmental conditions in this region are more conducive to methylation. The toxic effects observed with biomarkers may not have been caused exclusively by methylmercury. Other environmental stressor in the south region of the lake may also be involved. These results demonstrate that the dynamics and bioaccumulation of methylmercury can vary between regions in the same Amazonian lake, depending on proximity and connection to the river main channel, water type, depth, area and connection with upland and wetland environments.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPABiologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPIAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessMercúrioPeixe de lagoBiomarcadoresDinâmica espaço temporal e influência do metilmercúrio em peixes do Lago Janauacá, AMinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPATEXTDissertacao_Andressa_versfinal_entrega.pdf.txtDissertacao_Andressa_versfinal_entrega.pdf.txtExtracted texttext/plain188152https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11365/2/Dissertacao_Andressa_versfinal_entrega.pdf.txt4ebea6c662caf6c382c3e1b0fb4d8192MD52THUMBNAILDissertacao_Andressa_versfinal_entrega.pdf.jpgDissertacao_Andressa_versfinal_entrega.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1167https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11365/3/Dissertacao_Andressa_versfinal_entrega.pdf.jpg9d5d7d00b4ed31cd9986ec04fef5e452MD53ORIGINALDissertacao_Andressa_versfinal_entrega.pdfDissertacao_Andressa_versfinal_entrega.pdfapplication/pdf1608627https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11365/1/Dissertacao_Andressa_versfinal_entrega.pdf23e4d42cb9ec1d61e383302ca98c9efbMD511/113652020-03-10 15:32:48.919oai:repositorio:1/11365Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-10T19:32:48Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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