O papel da matéria orgânica e do hidromorfismo na dinâmica do mercúrio em diferentes solos da Amazônia Central
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11256 http://lattes.cnpq.br/7976215069171360 |
Resumo: | A dinâmica do mercúrio numa bacia fluvial pode ser influenciada por processos pedológicos e pelas interações com a matéria orgânica presente no solo. Na Amazônia brasileira, os solos apresentam elevadas cargas de mercúrio e desempenham papel importante no ciclo regional do mercúrio. Duas classes de solos, podzól hidromórfico e latossolo, são amplamente ocorrentes na região amazônica, apresentam diferentes cargas de Hg e, interagem de maneira distinta com matéria orgânica. A interação entre o mercúrio e a matéria orgânica ainda é mal compreendida nestes tipos de solos. O objetivo deste estudo foi avaliar os diferentes papéis do hidromorfismo e da matéria orgânica associada a estes dois tipos de solo (podzól hidromófico e latossolo), na dinâmica do mercúrio em microbacias da Amazônia central, Brasil. Foram coletadas amostras de solo e água de igarapé (filtrada) de duas microbacias com solos distintos, uma composta predominantemente de podzóis hidromóficos (Reserva da Campina, igarapé da campina) e uma de latossolos (Reserva Adolpho Ducke, igarapé barro branco). Dentro de cada microbacia, as amostras de solo foram coletadas em perfis verticais ao longo de uma topossequência, constituída de três compartimentos topográficos (platô, vertente e baixio). Amostras de água do igarapé (filtrada) e de solo (fração fina <63 μm e fração grossa >63 μm) foram analisadas para mercúrio total (HgT), utilizando CVAFS (MERX, Brooks Rand®) e CVAAS (FIMS 400, Perkin Elmer®), respectivamente. As amostras de solo e água foram também analisadas para carbono orgânico extraível em água (COEA), absorbância específica ultravioleta (SUVA254) e carbono orgânico dissolvido (COD), respectivamente. Independente do compartimento topográfico e tipo de solo, as concentrações de HgT nos solos foram maiores na fração fina. As concentrações de HgT nos podzóis variaram de 28-531 ng/g na fração fina e de 2-46 ng/g na fração grossa, e nos latossolos variaram de 221-340 ng/g na fração fina e de 25-107 ng/g na fração grossa. As concentrações de HgT aumentaram com o declínio do relevo nos podzóis (platô< vertente < baixio), refletindo o a migração e acumulo progressivo de partículas finas eluviadas, ricas em HgT, ao longo da topossequência. No podzól, o COEA e SUVA254 foram correlacionados positivamente com HgT na fração fina (Spearman; r=0,81 e 0,75, respectivamente) e grossa (r=0,66 e 0,86, respectivamente). A concentração média de HgTF nas águas do igarapé drenando podzóis (9,6±3,7 ng/L) foi significativamente maior (t= 3,30; p=0,0035) do que no igarapé drenando latossolos (4,9±2,8 ng/L). Foram observadas correlações positivas entre HgTF e SUVA254 (R2=0,95; p<0,001) e HgTF e COD(R2= 0,94; p<0,001) nas águas do igarapé drenando podzóis hidromórficos. As mesmas relações não foram observadas no igarapé drenando latossolos. Concluímos que os latossolos são exímios estocadores de HgT e matéria orgânica, e o hidromorfismo aliado a dinâmica da matéria orgânica nos podzóis desempenham papel fundamental na mobilização e exportação de mercúrio para o sistema fluvial Amazônico. |
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Sousa, Otávio Peleja deForsberg, Bruce Rider2020-02-13T18:21:53Z2020-02-13T18:21:53Z2015-04-17https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11256http://lattes.cnpq.br/7976215069171360A dinâmica do mercúrio numa bacia fluvial pode ser influenciada por processos pedológicos e pelas interações com a matéria orgânica presente no solo. Na Amazônia brasileira, os solos apresentam elevadas cargas de mercúrio e desempenham papel importante no ciclo regional do mercúrio. Duas classes de solos, podzól hidromórfico e latossolo, são amplamente ocorrentes na região amazônica, apresentam diferentes cargas de Hg e, interagem de maneira distinta com matéria orgânica. A interação entre o mercúrio e a matéria orgânica ainda é mal compreendida nestes tipos de solos. O objetivo deste estudo foi avaliar os diferentes papéis do hidromorfismo e da matéria orgânica associada a estes dois tipos de solo (podzól hidromófico e latossolo), na dinâmica do mercúrio em microbacias da Amazônia central, Brasil. Foram coletadas amostras de solo e água de igarapé (filtrada) de duas microbacias com solos distintos, uma composta predominantemente de podzóis hidromóficos (Reserva da Campina, igarapé da campina) e uma de latossolos (Reserva Adolpho Ducke, igarapé barro branco). Dentro de cada microbacia, as amostras de solo foram coletadas em perfis verticais ao longo de uma topossequência, constituída de três compartimentos topográficos (platô, vertente e baixio). Amostras de água do igarapé (filtrada) e de solo (fração fina <63 μm e fração grossa >63 μm) foram analisadas para mercúrio total (HgT), utilizando CVAFS (MERX, Brooks Rand®) e CVAAS (FIMS 400, Perkin Elmer®), respectivamente. As amostras de solo e água foram também analisadas para carbono orgânico extraível em água (COEA), absorbância específica ultravioleta (SUVA254) e carbono orgânico dissolvido (COD), respectivamente. Independente do compartimento topográfico e tipo de solo, as concentrações de HgT nos solos foram maiores na fração fina. As concentrações de HgT nos podzóis variaram de 28-531 ng/g na fração fina e de 2-46 ng/g na fração grossa, e nos latossolos variaram de 221-340 ng/g na fração fina e de 25-107 ng/g na fração grossa. As concentrações de HgT aumentaram com o declínio do relevo nos podzóis (platô< vertente < baixio), refletindo o a migração e acumulo progressivo de partículas finas eluviadas, ricas em HgT, ao longo da topossequência. No podzól, o COEA e SUVA254 foram correlacionados positivamente com HgT na fração fina (Spearman; r=0,81 e 0,75, respectivamente) e grossa (r=0,66 e 0,86, respectivamente). A concentração média de HgTF nas águas do igarapé drenando podzóis (9,6±3,7 ng/L) foi significativamente maior (t= 3,30; p=0,0035) do que no igarapé drenando latossolos (4,9±2,8 ng/L). Foram observadas correlações positivas entre HgTF e SUVA254 (R2=0,95; p<0,001) e HgTF e COD(R2= 0,94; p<0,001) nas águas do igarapé drenando podzóis hidromórficos. As mesmas relações não foram observadas no igarapé drenando latossolos. Concluímos que os latossolos são exímios estocadores de HgT e matéria orgânica, e o hidromorfismo aliado a dinâmica da matéria orgânica nos podzóis desempenham papel fundamental na mobilização e exportação de mercúrio para o sistema fluvial Amazônico.Mercury dynamics in fluvial basins can be influenced by pedagogical processes and interactions with soil organic matter. In the Brazilian Amazon soils have been shown to contain elevated levels of Mercury and play an importante role in the regional mercury cycle. Two classes of soils, hydromorphic podzols and latosols, both widely distributed in the Amazon Region, differ in their mercury loads and interact in distinct manners with organic matter. The interaction between mercury and organic matter is still poorly understood in these soils. The objective of the present study was to investigate the roles of hydromorphism and organic matter in the dynamics of mercury is first order stream basins draining these distinct soil types (hydromorphic podzol and latosol) in the Central Brazilian Amazon. Samples of soil and filtered stream water were collected from two first order stream basins, one containing predominantly hydromorphic podzols (Campina Reserve, Campina Stream) and one containing primarily latosols (Ducke Reserve, Barro Branco Stream). In each basin, vertical profiles of soil were sampled in three compartments along a topo-sequence (plateau, slope and lowland). Samples of filtered stream water and soils (fine <63 μm and coarse >63 μm) were analyzed for total mercury (HgTF and HgT) by CVAFS (MERX, Brooks Rand®) and CVAAS (FIMS 400, Perkin Elmer®), respectively. Samples of soil and water were also analyzed for water extractable organic carbon (COEA) and dissolved organic carbon, respectively, and specific UV absorption (SUVA254). Independent of topographic compartment and soil type, HgT concentrations were always highest in the fine fraction. HgT levels in podzols varied from 28-531 ng/g in the fine fraction and from 2-46 ng/g in the coarse fraction. In latosols, HgT varied from 221-340 ng/g in the fine fraction and from 25-107 ng/g in the coarse fraction. HgT concentrations in the podzol increased with declining elevation (plateau<slope<lowland), reflecting the progressive migration and accumulation of fine eluvial particals, rich in HgT, along the toposequence. The levels of COEA and SUVA254 in the podzols were positively correlated with HgT in both the fine fraction (Spearman; r=0,81 and 0,75, respectively) and the coarse fraction (r=0,66 e 0,86, respectively). The average concentration of HgTF in the stream draining podzols (9,6±3,7 ng/L) was significantly higher (t= 3,30; p=0,0035) than that in the stream draining latosols (4,9±2,8 ng/L). Postive correlations were observed between HgTF and SUVA254 (R2=0,95; p<0,001) and between HgTF and COD(R2= 0,94; p<0,001) in the stream draining hydromorphic podzols. Similar correlations were not found in the stream draining latosols. These results indicate that latosols are efficient at sequestering HgT and organic matter, while hydromorphism and organic matter dynamics in podzols play a fundamental role in mobilizing and exporting mercury to the Amazon river system.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPABiologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPIAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessOrganogeoquímicaPedogêneseIgarapésO papel da matéria orgânica e do hidromorfismo na dinâmica do mercúrio em diferentes solos da Amazônia Centralinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPATEXTDissertação_Ótavio Peleja de Sousa.pdf.txtDissertação_Ótavio Peleja de Sousa.pdf.txtExtracted texttext/plain113042https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11256/2/Disserta%c3%a7%c3%a3o_%c3%93tavio%20Peleja%20de%20Sousa.pdf.txt261496dbde62d85e6a93edafdac6d320MD52THUMBNAILDissertação_Ótavio Peleja de Sousa.pdf.jpgDissertação_Ótavio Peleja de Sousa.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1191https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11256/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o_%c3%93tavio%20Peleja%20de%20Sousa.pdf.jpg1a9752ba3c8dcc9219fb121ff39e02a9MD53ORIGINALDissertação_Ótavio Peleja de Sousa.pdfDissertação_Ótavio Peleja de Sousa.pdfapplication/pdf1256672https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/11256/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_%c3%93tavio%20Peleja%20de%20Sousa.pdf422e920eaa48ad4d5b34ecdc7b00715aMD511/112562020-03-10 15:29:39.585oai:repositorio:1/11256Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-10T19:29:39Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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A dinâmica do mercúrio numa bacia fluvial pode ser influenciada por processos pedológicos e pelas interações com a matéria orgânica presente no solo. Na Amazônia brasileira, os solos apresentam elevadas cargas de mercúrio e desempenham papel importante no ciclo regional do mercúrio. Duas classes de solos, podzól hidromórfico e latossolo, são amplamente ocorrentes na região amazônica, apresentam diferentes cargas de Hg e, interagem de maneira distinta com matéria orgânica. A interação entre o mercúrio e a matéria orgânica ainda é mal compreendida nestes tipos de solos. O objetivo deste estudo foi avaliar os diferentes papéis do hidromorfismo e da matéria orgânica associada a estes dois tipos de solo (podzól hidromófico e latossolo), na dinâmica do mercúrio em microbacias da Amazônia central, Brasil. Foram coletadas amostras de solo e água de igarapé (filtrada) de duas microbacias com solos distintos, uma composta predominantemente de podzóis hidromóficos (Reserva da Campina, igarapé da campina) e uma de latossolos (Reserva Adolpho Ducke, igarapé barro branco). Dentro de cada microbacia, as amostras de solo foram coletadas em perfis verticais ao longo de uma topossequência, constituída de três compartimentos topográficos (platô, vertente e baixio). Amostras de água do igarapé (filtrada) e de solo (fração fina <63 μm e fração grossa >63 μm) foram analisadas para mercúrio total (HgT), utilizando CVAFS (MERX, Brooks Rand®) e CVAAS (FIMS 400, Perkin Elmer®), respectivamente. As amostras de solo e água foram também analisadas para carbono orgânico extraível em água (COEA), absorbância específica ultravioleta (SUVA254) e carbono orgânico dissolvido (COD), respectivamente. Independente do compartimento topográfico e tipo de solo, as concentrações de HgT nos solos foram maiores na fração fina. As concentrações de HgT nos podzóis variaram de 28-531 ng/g na fração fina e de 2-46 ng/g na fração grossa, e nos latossolos variaram de 221-340 ng/g na fração fina e de 25-107 ng/g na fração grossa. As concentrações de HgT aumentaram com o declínio do relevo nos podzóis (platô< vertente < baixio), refletindo o a migração e acumulo progressivo de partículas finas eluviadas, ricas em HgT, ao longo da topossequência. No podzól, o COEA e SUVA254 foram correlacionados positivamente com HgT na fração fina (Spearman; r=0,81 e 0,75, respectivamente) e grossa (r=0,66 e 0,86, respectivamente). A concentração média de HgTF nas águas do igarapé drenando podzóis (9,6±3,7 ng/L) foi significativamente maior (t= 3,30; p=0,0035) do que no igarapé drenando latossolos (4,9±2,8 ng/L). Foram observadas correlações positivas entre HgTF e SUVA254 (R2=0,95; p<0,001) e HgTF e COD(R2= 0,94; p<0,001) nas águas do igarapé drenando podzóis hidromórficos. As mesmas relações não foram observadas no igarapé drenando latossolos. Concluímos que os latossolos são exímios estocadores de HgT e matéria orgânica, e o hidromorfismo aliado a dinâmica da matéria orgânica nos podzóis desempenham papel fundamental na mobilização e exportação de mercúrio para o sistema fluvial Amazônico. |
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