Delimitando áreas de ignorância: bases eletrônicas de dados e conservação de primatas na Bacia Amazônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Thays Jucá
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do INPA
Texto Completo: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12060
http://lattes.cnpq.br/8323816608226322
Resumo: O desmatamento é uma das maiores ameaças para a Bacia Amazônica e sua biodiversidade. Áreas protegidas representam a principal estratégia atual para conservação in situ da vida selvagem. Com o intuito de estabelecer prioridades para conservação, é necessário primeiro reunir informações biológicas básicas, como por exemplo, registro de ocorrência de espécies. Para auxiliar os tomadores de decisões, tem havido um esforço internacional para disponibilizar digitalmente esse tipo de informação em formatos padronizados. Entretanto, essas informações não são igualmente distribuídas no espaço geográfico. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo avaliar as informações digitalmente acessíveis sobre registros de ocorrência de espécies de primatas amazônicos e identificar regiões de lacunas vulneráveis em termos de porcentagem de área protegida e desmatada. Nós filtramos os dados disponíveis online para reter os registros de ocorrência de primatas, que definimos como uma combinação única de um táxon e um par de coordenadas latitude/longitude. Utilizamos uma grade de 0,25º de resolução para avaliar a escassez geográfica de informação, onde cada célula foi considerada uma unidade amostral. Utilizamos o teste de Mann-Whitney U para comparar a porcentagem de área protegida e desmatada entre as células com e sem registros de primatas. Também calculamos a distância ambiental de cada célula de lacuna (sem registro) para a célula de ocorrência (com registro) mais próxima. Encontramos que apenas 11,31% dos dados disponíveis representam informações relevantes que podem ser utilizadas para planejamento de conservação e estudos ecológicos. Apenas 14 das 122 espécies esperadas possuíam o número mínimo viável de registros (30) para executar modelos de distribuição de espécies. Além disso, 95,56% das células não tiveram nenhum registro de ocorrência, e o Brasil representou a maior área de lacuna comparado com os seis outros países da região amazônica. 64,75% das células possuíram algum grau de proteção, enquanto 46,35% possuíram algum grau de desmatamento. As informações digitalmente acessíveis sobre registro de ocorrência de primatas amazônicos estão longe do ideal, porém existe um potencial para esse tipo de informação reduzir o déficit Wallaceano (i.e. a falta de conhecimento sobre a distribuição das espécies). Além disso, a áreas protegidas na Bacia Amazônica formam uma extensa malha de proteção, evidenciando seu papel para proteger populações de primatas ainda não registradas.
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Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo avaliar as informações digitalmente acessíveis sobre registros de ocorrência de espécies de primatas amazônicos e identificar regiões de lacunas vulneráveis em termos de porcentagem de área protegida e desmatada. Nós filtramos os dados disponíveis online para reter os registros de ocorrência de primatas, que definimos como uma combinação única de um táxon e um par de coordenadas latitude/longitude. Utilizamos uma grade de 0,25º de resolução para avaliar a escassez geográfica de informação, onde cada célula foi considerada uma unidade amostral. Utilizamos o teste de Mann-Whitney U para comparar a porcentagem de área protegida e desmatada entre as células com e sem registros de primatas. Também calculamos a distância ambiental de cada célula de lacuna (sem registro) para a célula de ocorrência (com registro) mais próxima. Encontramos que apenas 11,31% dos dados disponíveis representam informações relevantes que podem ser utilizadas para planejamento de conservação e estudos ecológicos. Apenas 14 das 122 espécies esperadas possuíam o número mínimo viável de registros (30) para executar modelos de distribuição de espécies. Além disso, 95,56% das células não tiveram nenhum registro de ocorrência, e o Brasil representou a maior área de lacuna comparado com os seis outros países da região amazônica. 64,75% das células possuíram algum grau de proteção, enquanto 46,35% possuíram algum grau de desmatamento. As informações digitalmente acessíveis sobre registro de ocorrência de primatas amazônicos estão longe do ideal, porém existe um potencial para esse tipo de informação reduzir o déficit Wallaceano (i.e. a falta de conhecimento sobre a distribuição das espécies). Além disso, a áreas protegidas na Bacia Amazônica formam uma extensa malha de proteção, evidenciando seu papel para proteger populações de primatas ainda não registradas.Deforestation is one of the major threats to the Amazon Basin and its biodiversity. Managing areas for conservation currently represents the main strategy for in situ wildlife protection. In order to establish conservation priorities, it is necessary to gather primary biological information, such as species occurrence records. To help decision-makers, there has been an international effort to make this information digitally available in standard formats. However, such information is not evenly distributed in space, being concentrated mainly in accessible regions. Thus, in the present study, we aim to evaluate digitally accessible information on occurrence records of Amazonian primate species and identify vulnerable lacuna areas in terms of percentage of protected and deforested area. We filtered the online-available data to retain primate records, as we defined as a unique combination of a taxon and a pair of longitude/latitude records. We used a 0.25º x 0.25º grid to evaluate geographical scarcity of information, and each cell was considered a sampling unit. A Mann-Whitney U test was used to compare the percentage of protected and deforested area between cells with and without records. We also calculated the environmental distance from each lacuna cell (without records) to the closest occurrence cell (with records). We found that only 11.31% of available data contained relevant information that could be used for conservation planning and ecological studies. Only 14 of the 122 expected species studied had the minimum viable number of records (30) to perform analysis with species distribution models. Additionally, 95.56% of the cells had no primate occurrence records, and Brazil had the largest lacuna area, compared with the other six countries analysed. Overall, 64.75% of cells had some degree of protection, while 46.35% of cells had some degree of deforestation. Digitally accessible information is far from ideal, but it has the potential to reduce the Wallacean shortfall (i.e. the lack of knowledge of species distributions). Moreover, protected areas form a large network that protectes a great deal of the Basin’s area, highlighting its potential to protected primates’ populations.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessBacia AmazônicaPrimatasConservação de primatasDelimitando áreas de ignorância: bases eletrônicas de dados e conservação de primatas na Bacia Amazônicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALDissertacao_INPA.pdfDissertacao_INPA.pdfapplication/pdf1549045https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/12060/1/Dissertacao_INPA.pdfca1a1d4c0d5747271f2f2f55ea985578MD511/120602020-03-17 15:20:17.723oai:repositorio:1/12060Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-17T19:20:17Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false
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