Variação temporal na predação de ninhos de jacaré-açu (Melanosuchus niger, Alligatoridae) na Amazônia Central, Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional do INPA |
Texto Completo: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12017 |
Resumo: | Na várzea amazônica, o período de nidificação do jacaré-açu (Melanosuchus niger) ocorre na época da seca, quando áreas terrestres ficam disponíveis. O período de incubação pode durar até 90 dias. As principais ameaças ao sucesso da nidificação do jacaré-açu são a inundação e a predação dos ninhos. Os principais predadores de ninhos de jacaré-açu são a onça pintada (Panthera onca), o lagarto jacuraru (Tupinambis teguixim), o macaco prego (Sapajus macrocephalus) e o homem (Homo sapiens). Neste estudo, foi investigada a relação entre os ataques de predadores aos ninhos e o período de incubação e avaliou-se a influência da predação inicial na predação subsequente na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá. Também foi avaliada a influência da presença de fêmeas perto dos ninhos e da manipulação de ninhos na ocorrência de ataques. Os resultados de dados obtidos com armadilhas de câmeras e de vestígios deixados por predadores foram comparados em estimativas de taxas de predação por diferentes predadores. A predação de ovos foi registrada em 32% dos 658 ninhos monitorados por dois anos. Os resultados sugerem que a probabilidade de predação em ovos de jacaré-açu é relativamente constante ao longo do período de incubação e que a predação nos ovos foi menor quando adultos, presumivelmente fêmeas, estavam presentes. A abertura dos ninhos e o manejo dos ovos não aumentaram o número de ataques aos ninhos. A abertura do ninho por um predador pareceu aumentar as possibilidades de um ataque subsequente, porque a maioria dos ataques aos ninhos ocorreu logo depois que um predador abriu primeiramente o ninho. No entanto, os ataques de outra espécie de predador não parecem ser necessários parainiciar ataques de qualquer espécie de predador. Os resultados baseados em armadilhas fotográficas e vestígios foram semelhantes, porém os dados de vestígios subestimam o número de espécies que atacaram quando o ninho teve mais de um evento de predação. Isso torna o método ineficaz para os estudos que procuram informações sobre todas as espécies de predadores envolvidos. |
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Torralvo, KellyMagnusson, William Ernest2020-02-17T18:03:59Z2020-02-17T18:03:59Z2017-03-08https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12017lattes.cnpq.br/8990804799144033Na várzea amazônica, o período de nidificação do jacaré-açu (Melanosuchus niger) ocorre na época da seca, quando áreas terrestres ficam disponíveis. O período de incubação pode durar até 90 dias. As principais ameaças ao sucesso da nidificação do jacaré-açu são a inundação e a predação dos ninhos. Os principais predadores de ninhos de jacaré-açu são a onça pintada (Panthera onca), o lagarto jacuraru (Tupinambis teguixim), o macaco prego (Sapajus macrocephalus) e o homem (Homo sapiens). Neste estudo, foi investigada a relação entre os ataques de predadores aos ninhos e o período de incubação e avaliou-se a influência da predação inicial na predação subsequente na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá. Também foi avaliada a influência da presença de fêmeas perto dos ninhos e da manipulação de ninhos na ocorrência de ataques. Os resultados de dados obtidos com armadilhas de câmeras e de vestígios deixados por predadores foram comparados em estimativas de taxas de predação por diferentes predadores. A predação de ovos foi registrada em 32% dos 658 ninhos monitorados por dois anos. Os resultados sugerem que a probabilidade de predação em ovos de jacaré-açu é relativamente constante ao longo do período de incubação e que a predação nos ovos foi menor quando adultos, presumivelmente fêmeas, estavam presentes. A abertura dos ninhos e o manejo dos ovos não aumentaram o número de ataques aos ninhos. A abertura do ninho por um predador pareceu aumentar as possibilidades de um ataque subsequente, porque a maioria dos ataques aos ninhos ocorreu logo depois que um predador abriu primeiramente o ninho. No entanto, os ataques de outra espécie de predador não parecem ser necessários parainiciar ataques de qualquer espécie de predador. Os resultados baseados em armadilhas fotográficas e vestígios foram semelhantes, porém os dados de vestígios subestimam o número de espécies que atacaram quando o ninho teve mais de um evento de predação. Isso torna o método ineficaz para os estudos que procuram informações sobre todas as espécies de predadores envolvidos.In the Amazon floodplain, the nesting period of the black caiman (Melanosuchus niger) occurs in the dry season, when land areas are available. The incubation period can extend up to 90 days. The main threats to the success of nesting of black caiman are flooding and predation of nests. The main predators of black caiman eggs are jaguars (Panthera onca), tegu lizards (Tupinambis teguixim), capuchin monkeys (Sapajus macrocephalus) and humans (Homo sapiens). In this study, we investigated the relationship between predator attacks on nests and incubation period, and evaluated the influence of initial predation on subsequent predation in the Mamirauá Sustainable Development Reserve. We also evaluated the influence of presence of females near the nests and manipulation of nests on the occurrence of attacks. We compared results from data obtained with camera traps and vestiges left by predators on estimates of rates of predation by different predators. Egg predation was recorded in 32% of the 658 black caiman nests monitored for two years. Our results suggest that the probability of predation on black caiman eggs is relatively constant throughout the incubation period and that predation on eggs was lower when adults, presumably females, were present. The opening of nests and handling of eggs did not increase the number of attacks on black caiman nests. Nest opening by a predator appeared to increase the chances of a subsequent attack because most of the attacks on nests occurred soon after a predator first opened the nest. However, attacks by another species of predator do not appear tobe necessary to initiate attacks by any of the species of predator. Results based on camera traps and vestiges were generally similar, but of vestiges underestimates the number of species that attacked the nest in more than one predation event. This making the method ineffective for studies that seek information on all species of predators involved.porInstituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPAEcologiaAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessJacaréPredação de NinhosVárzeaVariação temporal na predação de ninhos de jacaré-açu (Melanosuchus niger, Alligatoridae) na Amazônia Central, Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisreponame:Repositório Institucional do INPAinstname:Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)instacron:INPAORIGINALDissertação_INPA.pdfDissertação_INPA.pdfapplication/pdf1703717https://repositorio.inpa.gov.br/bitstream/1/12017/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o_INPA.pdf5619bf4921832528c555b59d1a177ec5MD511/120172020-03-23 17:28:15.882oai:repositorio:1/12017Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.inpa.gov.br/oai/requestopendoar:2020-03-23T21:28:15Repositório Institucional do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)false |
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